segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Será que ele/ela é ?

Interrompemos nossa programação para um post extraordinário

Após ler essa notícia do UOL (http://cinema.cineclick.uol.com.br/noticia/carregar/titulo/producao-quer-robin-williams-para-interpretar-susan-boyle-nos-cinemas/id/23849), em que a produção da cine briografia de Susan Boyle está pensando em chamar Robin Williams para interpretar a "robusta" cantora escocesa, me lembrei de outros atores/atrizes que tiveram a oportunidade de viveram pessoas de outros sexos em produções cinematográficas. (PS: travestis e afins também foram considerados).


DUSTIN HOFFMAN - Tootsie (Tootsie, 1982)
Hoffman interpreta Michael Dorsey um ator que não arruma trabalho devido ao seu temperamento problemático. Desesperado Michael decide se vestir de mulher , criando o alter-ego de Dorothy Michaels para buscar um papel em uma telenovela. Hoffman entrega uma de suas melhores atuações, com o timing cômico maravilhoso, em uma performance inesquecível. A performance de Dustin recebeu o reconhecimento com a indicação ao Oscar de melhor ator em 1982 e recebeu o Globo de Ouro de melhor ator em musical/comédia.



JULIE ANDREWS - Vitor ou Vitória (Victor/Victoria, 1982)

No mesmo ano, o nemesis de Tootsie (rs). A fabulosa Julie Andrews (consagrada como Maria Von Trapp em Noviça Rebelde e a eterna Mary Poppins), empresta seu carisma, talento e voz para viver Victoria Grant , uma cantora que vive em Paris em 1934 que ao lado de um cantor homossexual vivido por Robert Preston (de Conquista do Oeste de 1940), armam um plano em que Victoria se faz passar pelo conde Victor Grezhinski que por sua vez é um transformista. Fantástico desempenho da fabulosa Julie Andrews a última das grandes divas do cinema. Julie foi indicada a melhor atriz no Oscar de 1982 e o Globo de Ouro de melhor atriz em musical/comédia no mesmo ano.



JOYCE HYSER- Quase Igual aos Outros (Just One Of the Guys, 1985)

Nessa pérola da Sessão da Tarde, Joyce vive Terry Griffith uma estudante colegial e pretensa jornalista que tem sua vaga em um estágio de verão no jornal de sua cidade negada por seu professor, somente por ser mulher. Por isso ela se veste de homem e começa a frequentar o ginásio rival (high school) para pleitiar a vaga. Joyce Hyser é lindissima, e nas poucas cenas em que aparece vestida de mulher você não consegue reconhecer aquele rapaz magrelo meio "afrescalhado" como sendo essa tremenda gata. Destaque para as cenas em que ela tenta evitar as aulas de ginástica (por um motivo meio óbvio), e na sua inusitada declaração de amor.



FELICITY HUFFMAN - Transamerica (Transamerica, 2005)

Felicity Huffman é Bree Osbourne uma transexual de Los Angeles que está economizando para finalmente fazer a operação de mudança de sexo que a transformará definitivamente em mulher. Um dia ela recebe um telefonema de um rapaz , Toby (Kevin Zegers) que foi preso em Nova Iorque e ela supõe que pode ser o pai do rapaz, num fruto de um relacionamento antigo. O filme trata desse encontro entre uma mulher se encontrando como ser humano e um jovem aprendendo a ser homem. Huffman atua de forma soberba, no ponto, perfeita. Perfeição reconhecida com a indicação ao Oscar de melhor atriz, e as vitórias no Globo de Ouro de melhor atriz em drama, venceu o Independent Spirit Awards e o festival de Tribeca.




HUGO WEAVING, TERENCE STAMP E GUY PIERCE - Priscila, a Rainha do Deserto (The Adventures of Priscilla, Queen of the Desert, 1994)

O maior road movie da história recente, conta a história dos três drag queens: Ralph/Bernadette Bassenger (Terence Stamp), Tick Belrose/Mitzi Del Bra (Hugo Weaving) e Adam Whitely/Felicia Jollygoodfellow (Guy Pearce) que cruzam o deserto australiano em direção a um show no meio do nada. As atuações afetadissimas de Guy Pearce e de Hugo Weaving e a da "senhora" Terence Stamp são magnéticas e transformam esse filme que estava fadado a ser um cult gay, num dos maiores filmes da década de noventa. Fantástico, tocante, delicado (com o perdão do trocadilho) e estupendo.



PATRICK SWAYZE, WESLEY SNIPES E JOHN LEGUIZAMO - Para Wong Foo, Obrigada Por Tudo ! (To Wong Foo, Thanks for Everything, 1995)

A versão piorada do clássico moderno Priscila, tem basicamente o mesmo enredo. Novamente três drags atravessam o país (nesse caso , os Estados Unidos) e acabam com seu carro quebrado no meio do nada,em uma cidadezinha. A diferença de qualidade começa a aparecer na escalação do elenco. Não tem como comparar Terence Stamp, Hugo Weaving e Guy Pearce a Patrick Swayze, Wesley Snipes e John Leguizamo. Porém é engraçadissimo ver o galã Swayze e o "action hero" Snipes e seus braços de halterofilista como dois drag queens.



JOHN TRAVOLTA - Hairspray (Hairspray, 2007)
John Travolta vive Edna Turnblad, a mãe zelosa da personagem principal vivida por Nikki Blonsky. A fabulosa maquiagem que transformou Travolta em uma obesa "matrona" é sensacional. John também , e apesar, também faz muito bem o papel de mamãe querida. Foi indicado ao globo de ouro de ator coadjuvante pelo papel. É a volta de Big John aos musicais onde se consagrou.




SHAWN E MARLON WAYANS - As Branquelas (White Chicks, 2004)

Esse filme é horroroso. Dito isso, passemos ao motivo dessa bomba estar na lista. O péssimo roteiro quer nos convencer que duas gatas loiras podem ser substituídas por dois policiais negros com uma maquiagem que os tranforma num cover do Michael Jackson, fora as "fantásticas" atuações, dialógos, coadjuvantes... Uma tremenda bomba !



CATE BLANCHETT - Não Estou Lá (I'm Not There, 2007)

Cate Blanchett tem uma atuação das mais impressionantes da história recente do cinema interpretando Bob Dylan com outro nome. Seu personagem na biografia multi-facetada do gênio folk norte-americano chama-se Jude Quinn. Ele representa o rompimento do artista com suas raízes folk e a adesão das guitarras elétricas em seu som. A atuação é soberba, cheia dos trejeitos mais claros de Dylan, e ainda sim entrega o frescor de uma entidade completamente distante do homenageado. Cate em seu desempenho arrebatador "levou para casa" o Oscar de melhor atriz coadjuvante e o prêmio de melhor atriz no festival de Veneza. De aplaudir de pé.



TONY CURTIS E JACK LEMMON - Quanto Mais Quente Melhor (Some It Like Hot, 1959)

A maior comédia de todos os tempos, segundo 99% da crítica especializada (discordo da eleição, só pra deixar claro minha opinião), tem em seu cerne a dupla de músicos desempregados que acidentalmente testemunham um massacre cometido pela máfia. Para fugir dos bandidos, se travestem de mulher e entram numa banda feminina. Tony Curtis e Jack Lemmon estão fabulosos como Joe/Josephine (Curtis) e Jerry/Daphne (Lemmon) com a participação deliciosa da DEUSA (em caps lock mesmo) Marylin Monroe, que mesmo sendo limitada como atriz, transborda sensualidade a cada frame. Jack Lemmon rouba a cena, e é maravilhoso vê-lo em ação como o abobado e desesperado músico. Por sua atuação foi indicado ao Oscar de melhor ator e levou o Globo de Ouro como melhor ator em comédia/musical pelo papel. Além de Jack, Tony e Marylin tem um dos finais mais ácidos e inesperados da história. Clássico de ontem, hoje e sempre.



RODRIGO SANTORO - Carandiru (Carandiru, 2003)

No irregular Carandiru , Rodrigo Santoro demonstra ser um p... ator ao interpretar sem nenhuma vaidade o travesti Lady Di, que se apaixona por Sem Chance (Gero Camilo) e casa no presídio do Carandiru. Santoro e Camilo estão excelentes, assim como outros grandes atores que estão "defendendo" o filme com paixão, mesmo com as escorregadas narrativas do Hector Babenco.



TIM CURRY - Rock Horror Picture Show (Rock Horror Picture Show, 1975)

Tim Curry estrela o mega cult Rock Horror Picture Show como o Dr. Frank-n-Furter, um alienígena do planeta Transexual que usa um pobre casal de noivos em suas experiências sexuais. Além de tudo isso, o filme ainda é um musical. Hilário, ácido, neurótico e por vezes doentio e perturbador , Rock Horror Picture Show é um dos filmes mais cults da história do cinema.



DIVINE - Pink Flamingos (Pink Flamingos, 1972)

Um dos filmes mais bizarros da história do cinema americano e mundial. A história é bizarra e conta a história do concurso da pessoa mais extrema do mundo, que é disputada pela drag queen Divine e o casal Connie e Raymond Marble. O filme é cheio de cenas absurdas , asquerosas e nojentas, e a mega estrela Divine , não pode nem ser considerada atriz, mas uma entidade. É a responsável pelas coisas mais obscenas que eu já vi na vida. Não é recomendado para estômagos fracos.



JOHN CAMERON MITCHELL - Hedwig: Rock, Amor e Traição (Hedwig and the Angry Inch, 2000)
John Cameron Mitchell é Hansel. um jovem que mora na Berlim Ocidental e que sonha em ser tornar uma estrela do rock. Ele se apaixona por um americano e para os dois poderem se casar ele precisa fazer uma operação de mudança de sexo. Dessa operação, Hedwig surge e apartir dai começa sua luta para ser um astro do rock. O musical cult, de apelo fetichista é interessante, delicado e Cameron Mitchell vai muito bem e tem a atuação de sua vida , premiado com o Globo de Ouro de melhor ator em musical e comédia. Grande trabalho e bela atuação.

Se vocês leitores, lembrarem de mais alguns personagem interpretado por homens como mulheres ou vice versa , comentem ai embaixo.
Abraço !
Alexandre Landucci
Editor Chefe, Radialista, Escritor

4 comentários:

  1. E o próprio Robbie Williams se "fantasiou" de mulher em "Uma Babá Quase Perfeita".....então digamos que ele já tem um pouco de experiência em ser uma mulher mais experiente hehehe

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  2. Rapaz, faltou tanta gente ... Robin Williams foi imperdoável (chibatas em mim), além dos filmes do Monty Python em que todos eles são homens fazendo mulher

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  3. Algum maluco deveria ter feito o filme da Church Lady do Saturday Night Live com o Dana Carvey, lembra???

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  4. A Church Lady .... Ain't no Special rsrsrs CRÁSSSICO

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