sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Looper - Assassinos do Futuro


Looper - Assassinos do Futuro
(Looper, 2012)
Ação/Sci-FI, 118 min.

Direção: Rian Johnson
Roteiro: Rian Johnson

com: Joseph Gordon-Levitt, Bruce Willis, Emily Blunt, Jeff Daniels

Regra básica: filmes de viagem no tempo são confusos e nem sempre conseguimos entender exatamente o que vemos. A própria natureza da ação (ir e voltar em uma mesma realidade) já nos parece confusa e com enorme frequência os paradoxos e buracos de narrativa ficam evidentes. Looper é mais um desses casos em que a lógica (e os que acham que cinema precisa ser cientificamente correto) fica em segundo plano diante de uma historia bastante simples, mas apresentada de forma complexa, graças e uma excelente montagem e um trabalho visual que revela muito talento de seu realizador.

Rian Johnson, cujo trabalho de maior impacto era o singelo e visualmente inteligente Vigaristas estrelado por Rachel Weisz, Adrian Brody e Mark Ruffalo, mistura gêneros cinematográficos diferentes e os amarra com uma corda firme da viagem no tempo para soar original e diferente. Com um roteiro assinado pelo próprio Johnson, Looper apresenta uma sociedade futurista muito próxima da gente. Em 2042, a viagem no tempo ainda não foi inventada, nos diz Joe (Joseph Gordon Levitt, protagonista e um dos produtores do filme), mas trinta anos nesse futuro (ou seja, 2072) ela é uma realidade. Banida do alcance do cidadão comum, a prática se revela interessantíssima para que os bandidos resolvam seus problemas. Em uma sociedade onde "se livrar dos corpos é cada vez mais difícil" como Joe nos informa também, a viagem no tempo é a solução perfeita. Prende-se o sujeito, se envia até o passado onde assassinos contratados resolvem o problema e se livram de um corpo que trinta anos no passado não existe ainda.

Um desses assassinos é o já citado Joe, que nessa sociedade que quase beira o velho oeste, recebe seu pagamento em prata, anda em seu possante carro esporte e frequenta a balada local (que funciona como um saloon do velho oeste). Ao lado de outros caçadores de recompensa (ou loopers como são chamados), e sempre armado de seu bacamarte (uma espécie de arma que também remonta aos tempos do oeste americano) Joe segue sua rotina morosa economizando seu pagamento para sair daquela vida. Porém, algo esta acontecendo nesse mundo, dia após dia, os loopers vem sendo fechados, o que na gíria local significa que pouco a pouco, os loopers têm matado suas próprias versões do futuro em troca de uma aposentadoria precoce. Tudo isso é motivado pelo misterioso Rainmaker, que segundo a lenda local, surgiu do nada e vem apagando da existência os Loopers.


A trama começa a ficar complexa quando surge na frente de Joe seu eu do futuro (Bruce Willis) que acaba fugindo e criando muitos problemas para o Joe do passado que precisa agora persegui-lo ao mesmo tempo em que também é perseguido por outros Loopers de sua organização, já que não existe coisa pior nesse negocio do que deixar seu "presunto" fugir.

Parece complexo, e em determinados momentos essa sensação se concretiza. Com um roteiro que abraça sem dó toda essa complexidade, Johnson brinca com o espectador tentando nos mostrar a teoria de que o tempo é cíclico e funciona de forma circular, ou seja, passado e presente funcionam ao mesmo tempo e uma ação pode ser repetida a exaustão até que se resolva da forma que um dos viajantes ache conveniente. Essa brincadeira acontece e deixa a principio o espectador confuso. Mas quando começamos a pensar sobre isso (sim, pensar no cinema olha que coisa rara) até que Johnson tenta fazer sentido com suas explicações.

Sem estragar a diversão do espectador, basta dizer que as idas e vindas no tempo são bem montadas e você consegue criar empatia tanto pelo inseguro e irascível Joe de Gordon Levitt e pelo Joe de Bruce Willis, um sujeito mais maduro e que tem um plano a seguir.


Looper mistura ficção científica e suas viagens no tempo com uma estética que lembra filmes dos anos setenta, western, drama "indie" e um desenvolvimento de personagens incomum para produções mais modernas (e com dinheiro) realizadas nos Estados Unidos dentro do gênero.

Johnson prefere desenvolver seus personagens e apostar na verossimilhança de um mundo que lembra demais o nosso, e que não tenta copiar a estética de Blade Runner de futuro. Apesar de não ser nada sutil em relação à condição social em que as pessoas vivem Johnson não cai na armadilha de colocar tudo em um ambiente sufocante, cheio de néons e sob chuva. Prefere a desolação dos vastos painéis de concreto na cidade grande, das ruas largas e dos mendigos de rua, amparado por uma direção de arte que tenta deixar o ambiente o mais atemporal possível, usando de tecnologia apenas em momentos específicos da trama, fazendo os poucos gadgets do filme mais críveis.

Apesar de ter sua ação quase toda passada em uma cidade grande, Looper também tem momentos importantes - e seu clímax - realizados em uma vistosa fazenda americana. Lá, Johnson opta por apostar no tom dourado das plantações de trigo, nos tons ensolarados que ajudam (se é que precisa de ajuda) Emily Blunt a aparecer ainda mais bonita. Segura, a atriz é mais um dos elementos que transforma a fazenda em um ambiente acolhedor e que por isso mesmo, funciona tão bem para as revelações do filme.


É impossível deixar de mencionar a maquiagem que deixa Gordon Levitt parecido com Willis. Não, a ideia não é transformá-lo em um clone, mas deixar os traços do ator o mais próximos possível dos de Willis. O filme ainda tem alguns coadjuvantes em bons momentos, como Jeff Daniels que funciona por ser uma espécie de vilão que demonstra sua crueldade por meio da gentileza e Paul Dano que tem uma cena de impacto e que remonta aos tiques nervosos vistos no excepcional Sangue Negro.

Contando com algumas cenas realmente impressionantes (em especial a que vemos um homem literalmente ser desmontado em nossa frente) e uma mistura de subgêneros que nunca fica confusa, Looper tem um texto que abraça sem dó os clichês da viagem no tempo, em todos os seus triunfos e seus defeitos. Auxiliado por um bom trabalho técnico, mesmo quando se complica com um texto mais rebuscado, consegue manter o espectador tenso dentro de seu clima de thriller.



quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Polissia


Polissia
(Polisse, 2011)
Drama - 127 min.

Direção: Maïwenn
Roteiro: Maïwenn e Emmanuelle Bercot

com: Karin Viard, Joey Starr, Marina Föis, Nicolas Duvauchelle, Maïwenn, Karole Rocher, Emmanuelle Bercot, Frédéric Pierrot

Uma pedrada emocional. Dessa forma podemos descrever de maneira bastante simples, o que Polissia (escrito propositalmente errado) é. Uma coleção de momentos intensos, emocionalmente complexos e duros, que consegue chocar o espectador sem usar nenhuma exposição gráfica de seus temas até - literalmente - a última cena.

Acompanhando o dia a dia do grupo de policiais franceses que cuida dos casos de violência contra o menor, o filme da bela (exótica digamos assim) Maïwenn, é uma paulada na consciência social. Não existe uma trama propriamente dita, um caso que transcorre por todo o filme, por exemplo, mas um estudo muito interessante sobre a personalidade daqueles homens e mulheres que estão submetidos a esse trabalho profundamente difícil e estafante física e mentalmente.

A equipe é formada por Fred, um policial negro que está à beira de uma separação, tem uma filha pequena e é profundamente passional e sanguíneo, Nora, descendente de árabes e que em uma sociedade plural como a francesa enfrenta as dificuldades entre a modernidade e a tradição, Gabriel que é o sujeito eloquente, bem educado, cheio de conceitos sobre a vida e a relação entre o trabalho que faz e a verdadeira face da justiça. Completam a equipe, Bamako, o policial bronco (mas de bom coração), quase obcecado por sexo (com sua esposa que fique claro), Baloo, o chefe que precisa de uma enorme dose de jogo de cintura para manter sua equipe na linha, Iris que faz o tipo "homens não prestam", desde que seu marido descobriu que ela sofria de bulimia e ela não aceita sua condição, Nadine a bela policial loira que está separando-se mas que ainda ama o ex, Chris, jovem e que sofre com seus sentimentos divididos em relação a um dos membros da equipe e seu casamento e Sue Ellen, a policia durona e que não leva desaforo para casa.


São muitos personagens, quase todos bem desenvolvidos e com espaço para um "solo", um momento em que suas vidas tomam de assalto à narrativa do filme e conhecemos melhor suas histórias e motivações, sua relação com os outros colegas de trabalho e como enfrentam o dia a dia de tantos casos violentos, física e mentalmente.

Mas, existe uma ideia de trama que amarra as muitas pequenas ideias amontoadas. E a da fotografa Melissa, interpretada pela própria diretora do filme Maiween, que funciona como protagonista da historia. Como o público, ela também está entrando pela primeira vez naquele mundo e funciona por muitos momentos como os olhos da audiência, embora o filme não seja daqueles que limite as ações a permanência da personagem em cena.

Estas historias abordam todo o escopo do que envolve - imagino - o trabalho de policiais envolvidos com crimes cometidos contra a infância. Desde os mais óbvios e hediondos, como abuso sexual, passando por abandono de menor, exploração infantil, abortos na adolescência, tudo produzido com um toque documental que amplia o realismo e torna a experiência de acompanhar Polissia ainda mais complicada emocionalmente, já que aqueles atores se entregam com tamanho realismo que fica difícil não embarcar na historia e não torcer pela solução daqueles casos. Alguns revoltam e enojam, outros emocionam e nos levam as lágrimas (o caso da mulher africana e seu filho pequeno que moravam na rua é profundamente tocante), mas todos funcionam muito bem, dando a historia uma base muito sólida. Talvez os planos finais sejam exagerados, mas funcionam como exemplo dos extremos que a profissão exige.


Polissia é um violento retrato de uma realidade que certamente é ainda mais sórdida e complexa. Um mundo de extremos, onde a amizade entre colegas de trabalho é o ponto de apoio para homens e mulheres que chafurdam no pior que a sociedade pode produzir.

terça-feira, 25 de setembro de 2012



Bom dia, boa tarde, boa noite, boa nave alienígena que chegou e deixou um dos seus em nosso humilde planeta. Sejam bem vindos.

Desde que o mundo é mundo e o ser humano tem consciência de quem ele é,  constantemente olha para os céus e as estrelas, sempre se indagando se ele é único no universo ou se existe vida inteligente em algum lugar dessa imensidão escuridão sem ar. 

Sim, são os conhecidos alienígenas que tanto permeiam o imaginário coletivo, que ora imaginamos pacíficos, ora malvados. Mas a grande questão é: quando eles aparecerão?

A lista abaixo tenta reunir os alienígenas mais legais da história do cinema.

Prawn 
Filme: Distrito 9 (ano: 2009)

Uma nave alienígena cai na Terra, precisamente em Joanesburgo, África do Sul, no ano de 1982 e fica encalhada. Após meses, uma equipe entra no local e encontra os viajantes dessa nave e passam a tratá-los de modo depreciativo, constantemente os chamando de “camarões” ou, no original, “prawns”. Os seres lembram realmente camarões, mas estão aqui somente porque os achei bem feitos e o olhar triste dos que eu me lembro, mostrando o sofrimento de estarem presos nesse planeta.

Marcianos Cabeçudos 
Filme: Marte Ataca! (ano: 1996)

Marcianos que vem para a Terra só para causar o caos e pegar o planeta para ser um tremendo parque de diversões. A essência malvada e as armas desintegradoras não são nada comparadas ao visual risível dos seres, cabeçudos e com olhos esbugalhados. Não dá pra ter certeza de que, se ver um deles, você foge de medo ou aponta o dedo e começa a rir.

Stitch 
Filme: Lilo & Stitch (ano: 2002)

Conhecido apenas como “Experiência Genética nº 626”, o alienzinho feito em laboratório era a combinação perfeita que resultou em uma arma mortífera. Quando fugiu das mãos de seu criador, caiu na Terra, especificamente no Havaí. Lá, conhece a menina Lilo, que encontra nele uma mascote e um amigo. Com o nome de Stitch, o ser vai se tornando cada vez mais adorável e carismático, ainda sem perder seu tom de malvado. Uma das melhores animações em 2D da década passada da Disney.

“Assimilador” 
Filme: O Enigma do Outro Mundo (1982)

Um grupo de uma estação polar cientifica na Antártida, estava de boa até que um cachorro aparece fugindo de um norueguês que está tentando matar o animal. Após matar o homem, o cão é levado para dentro da estação. À noite, ao escutar barulhos estranhos vindo do canil, a equipe chega ao local e encontra o animal adotado que é, na verdade, um alienígena com a capacidade de assimilar e reproduzir perfeitamente a vitima. E o pior, um dos humanos foi infectado, mas como ninguém sabe quem foi, a paranóia aumenta. Um ser que pode ser qualquer outro é motivo de pânico, no mínimo.

Transformers 
Filmes: Trilogia Transformers (anos: 2007, 2009 e 2011)

Após a destruição de seu planeta natal, Cybertron, quando o maligno Megatron tenta pegar o All Spark (fonte de muito poder), os alienígenas chegam a terra, local onde o objeto acaba caindo. Começa uma nova corrida entre os malvados Decepticons e os Autobots pela posse do objeto. E, para se disfarçarem entre os humanos, assumem a forma de diferentes carros, desde um Camaro, passando por um caminhão de respeito, e até mesmo jatos. O grande diferencial é que eles podem deixar de serem carros e virarem robôs gigantes que partem para a porrada.

Leelo 
Filme: O Quinto Elemento (ano: 1997)

A salvação da humanidade em 2263 reside na nas quatro pedras sagradas (de cada elemento – fogo, água, ar e terra), além do quinto elemento, personificadas no corpo da extraterrestre Leelo. Milla Jovovich usando pedaços de esparadrapo como roupa no começo do filme já valeria para ela estar aqui. Mas a personagem de cabelos ruivos cor de salsicha é o melhor do filme, em que vê através de um computador toda a maldade que o ser humano já fez e se pergunta se realmente vale a pena salvá-los.

Predador 
Filmes: Predador, Predador 2 e Predadores (anos: 1987, 1990 e 2010)

Um grupo de soldados americanos que vão para a América Central resgatar outros que sumiram. Na floresta, eles encontram esses homens mortos, e descobrem que não estão sozinhos. Uma sinistra criatura extraterrestre está ali para “brincar” com eles de caça e caçador. O Predador é o alienígena supremo em questão de combate. Forte, alto e com altos recursos tecnológicos (visão térmica, capacidade de se camuflar, armas e um grande facão), esse alien só foi páreo de verdade para Arnold Schwarzenegger. Ou vocês acham que Danny Glover e Adrien Brody são algum desafio para o ser caçador?

Yoda 
Filmes: Sexalogia Star Wars (anos: 1977, 1980, 1983, 1999, 2002 e 2005)

“Do or not do. There is no try.” Com essas sábias palavras, o pequeno Mestre Jedi de 66 centímetros mostrou que era o cara. O mais velho, o mais sábio e o mais poderoso Jedi de todos os tempos, Yoda marcou o universo instruindo todos os aprendizes de Jedi, sendo o mais importante de todos Luke Skywalker. Além de ter a habilidade única de falar os verbos sempre nos finais de frase. “Grande perigo em você vejo” ou algo do tipo.

Alien 
Filmes: Quadrilogia Alien (anos: 1979, 1986, 1992, 1997)

Se o Predador é o caçador perfeito, o Alien é a caça imperfeita. Quando sai do ovo, no começo do filme, o Facehugger se acopla na cara de um dos tripulantes da Nostromo, só para colocar o embrião do alienígena dentro do homem. Quando sai, ainda filhote, causa o espanto geral. Logo que se desenvolve, mostra-se um ser extremamente perigoso, seja pelo tamanho avantajado, força e o sangue ácido, além da capacidade de colocar embriões em qualquer ser vivo e assim que nasce, se adaptar às condições do seu hospedeiro anterior. Tanto foi difícil dar fim a eles que Ripley levou quatro filmes para conseguir fazer isso por completo.

Superman 
Filmes: Todos os filmes com o herói (anos: 1978, 1980, 1983, 1987, 2006 e 2013)

Vindo do planeta Krypton, o alienígena de aparência humana cujo nome era Kal-El, foi adotado por Jonathan e Martha Kent e ganhou o nome de Clark Kent, é um dos maiores super heróis de todos os tempos. O sol amarelo do sistema solar onde a Terra se encontra deu poderes sobre humanos ao rapaz que, com a educação que teve com seus pais terrestres, se tornou o alienígena mais altruísta e solidário que já pisou alguma vez em solo terrestre. Praticamente um deus.

E.T. 
Filme: E.T. - O Extraterrestre (ano: 1982)

Se Super Man é o mais altruísta de todos, E.T. é o mais amado de todos. O pequeno ser enrugado que é encontrado por crianças, só quer voltar para casa, não quer fazer mal a ninguém. Mas os adultos não entendem isso e acabam fazendo mal ao ser. Mas o amor de Elliot para com o alienígena é tanto que ele tenta resgata-lo e assim leva-lo para casa. Como não lembrar das icônicas cenas do dedo acendendo e da pedalada com a lua ao fundo?



Colaboração Especial
Artur Andrade
conheça o trabalho do Artur em www.tardis.com.br

sábado, 22 de setembro de 2012



Bom dia, boa tarde, boa noite, boa máscara encontra no fundo do lixão que, magicamente, te deu habilidades sobre humanas que - de alguma forma bizarra - te arranjou uma mulher. Sem bem vindo.

Desde os primórdios da existência do homem nesse imenso planeta azul chamado Terra, é do nosso feitio colocar todos os tipos de adorno no corpo. Braceletes, brincos, colares, e afins. Mas o mais legal de todos é, sem dúvida, as máscaras. Esse objeto que há milênios desperta a curiosidade pelo que existe por baixo dela e, mais ainda, por seu significado.

O mundo da sétima arte constantemente utiliza máscaras para criar alguma tensão, ocultar a identidade de um assassino, criar a aparência de um personagem, fazer rir. Tudo quanto é utilidade pra elas pode ter certeza que serão utilizadas. Abaixo está uma lista com algumas das máscaras mais icônicas do cinema (na minha humilde opinião).

A máscara do Fantasma
(de “O Fantasma da Ópera”, ano: 2004)

O Fantasma que assola uma companhia na Casa de Ópera de Paris. Um gênio musical que tem seu rosto desfigurado e que, para esconder sua deformação, utiliza uma singela máscara branca. Essa é uma das mais simples máscaras da lista, mas, de tão simples, se torna icônica e utilizada em uma imensa variedade de filmes e séries de televisão, tanto para parodiar quanto para esconder. (Nota do Editor: sim, sabemos que a história do Fantasma da Ópera já foi adaptada muitas outras vezes, e com resultados bem superiores a esse. Porém, a escolha é sobre o design DESSA máscara, ok?)

Ghost Face 
(da “Quadrilogia Pânico”, anos: 1996, 1997, 2000 e 2011)

Ghost Face, ou traduzindo, Cara de Fantasma, é o principal elemento da série de filmes “Pânico”. O malvado que se aproveita dos chavões do cinema de terror para caçar suas vitimas, utiliza uma memorável mascara que se baseia no único personagem da obra “O Grito”, de Edvard Munch, dada à tamanha semelhança entre eles. Quando lançado o primeiro filme, não duvido que se deparar com alguém na rua usando uma máscara dessa seria motivo de medo. Mas, depois de três filmes e a série “Todo Mundo em Pânico” e suas versões zoadas da máscara (inclusive com a língua pra fora), a máscara caiu no campo da brincadeira.

A faixa e o chapéu de Zorro 
(de “A Máscara do Zorro” e “A Lenda do Zorro”, anos: 1998 e 2005)

A faixinha preta que oculta a identidade de Don Alejandro de la Vega e lhe dá a alcunha de Zorro, o espadachim mexicano das causas nobres. A faixa preta com o espaço para os olhos é tão parte do personagem quanto à marca Z.

O capacete de Dredd 
(“O Juiz” e “Dredd”, anos: 1995 e 2012)

Mais que um adereço, o capacete de Dredd faz parte de seu corpo. É uma parte importante de um policial que deixou de ser um homem para se tornar a Lei. Se no filme de 95, Stallone não via a hora de sempre tirar o capacete pra mostrar sua “linda” face, a versão de 2012 corrige tal fato e deixa o personagem o filme todo com o acessório, a extensão do corpo. As cores amarela, preto e vermelho se juntam e criam o único capacete de respeito e que impõe medo nos outros.

A máscara de Nacho
(de “Nacho Libre”, ano: 2006)

Uma máscara de luta livre de mentirinha tinha que figurar aqui. E ninguém melhor que o gorducho Jack Black para ser a pessoa escolhida. Seu personagem, Nacho, frade e cozinheiro em um monastério mexicano, decide lutar “lucha libre” para conseguir comprar alimentos melhores. Com uma típica máscara de lutador desse gênero, a mistura de azul claro e vermelho dá uma aparência sensacional ao lutador mascarado.

Frank, o Coelho
 (de “Donnie Darko”, ano: 2001)

A figura que salva Donnie Darko da eminente morte no começo do filme não poderia ser mais assustadora. A cara do ser é nada mais que uma imensa máscara de um coelho, com grandes orelhas, um sorriso aterrorizador e sem nenhuma expressão nos olhos. Não sei você, mas se eu visse um coelho com uma cara dessas, teria medo.

O Homem de Ferro 
(de “Homem de Ferro”, “Homem de Ferro 2” e “Os Vingadores”, ano: 2008, 2010 e 2012)

Tinha que arrumar um jeito de colocar algum personagem da Marvel aqui. E resolvi escolher o mais legal de todos: o Homem de Ferro. O capacete que protege a cabeça de Tony Stark é arrojada e bonita. Misturando vinho e dourado, com direito aos olhos luminosos azuis só para completar o bonito visual, o capacete de uma estilosa maneira de mostrar a cara de Stark: levantando-se tal qual um Delorean da trilogia “De Volta Para o Futuro”.

A Máscara de Loki
(de “O Máskara” e “O Filho do Máskara”, anos: 1994 e 2005)

A máscara, por si só, é feia. Feita de madeira, com alguns adornos de metal e a sofrida cara esculpida, não é um objeto que muitas pessoas gostariam de ter. Mas, depois de uma pesquisa, descobrir que pertenceu a Loki (um Deus de Asgard) e tentar colocar só de brincadeira, acabar possuído por um outro ser, de cara verde e sem limites algum. Esse é o Máskara.

V e a máscara de Guy Fawkes
(de “V de Vingança”, ano: 2005)

Utilizada por V em “V de Vingança”, a máscara que tem a cara de Guy Fawkes tem uma história muito maior além dela. O homem era um soldado católico inglês que fazia parte de um grupo que tinha planos de explodir o Parlamento Inglês a fim de matar o rei James I. Descoberto, foi torturado e morto. Como o rei sobreviveu, a data “5 de novembro” ficou conhecida como “Noite de Guy Fawkes”, que logo se tornou um dia para humilhar o soldado morto. Depois de ser utilizada na hq e no filme, a máscara com o sorriso de Guy Fawkes voltou a ganhar voga, sendo usada por grupos revolucionários como o “Anonymous”.

Hannibal Lecter e a focinheira 
(de “O Silêncio dos Inocentes”, "Hannibal" e "Dragão Vermelho", ano: 1991, 2001 e 2002) 

Dr. Hannibal Lecter, um famoso psiquiatra, é procurado por Clarice Starling, uma agente do FBI para ajudar em um caso. Com o passar do filme, descobrimos que o doutor é, na verdade, um assassino em série que tem gostos canibais, comendo suas vítimas. Em determinada cena, é colocada uma focinheira no senhor para proteger os policiais que o vigiam. A focinheira, muito utilizada em animais perigosos, faz todo sentido quando colocada em Hannibal, que é tão ou mais perigoso, já que ele é consciente de suas ações. E tal objeto fica ainda mais amedrontador quando as expressões da cara de Lecter são potencializadas.

A máscara do Predador 
(de “O Predador”, “Predador 2 – A Caçada Continua”, “Alien vs. Predador”, “Aliens vs. Predador 2” e “Predadores”, anos: 1987, 1990, 2004, 2007 e 2010)

O alienígena caçador perfeito. Por baixo da máscara um cara realmente FEIO. Mas a máscara já é o suficiente para fazer qualquer um temer por sua vida. Não por ela ser cheia de detalhes, mas justamente pelo contrário. Simples, a máscara é usual ao Predador. Contem a mira, a possibilidade da visão térmica. Mas, além disso, caso você preste atenção, o design dela remete a um crânio, como um verdadeiro prenuncio do que está por vir quando ele decidir de caçar (torça pra isso nunca acontecer).

O capacete de Darth Vader 
(de “Star Wars – Episódios 3, 4, 5 e 6”, anos: 1977, 1980, 1983 e 2005)

O maior vilão da história do cinema, quiçá da história pop. Ele tinha que estar aqui. Simples assim. Mais que um simples objeto colocado sobre a cabeça de Anakin para impor medo em todas as Galáxias de todos os sistemas, o capacete de duas partes é algo essencial para o personagem sobreviver devido à gravidade de seus ferimentos. Mas, além de fazer-lo respirar, vou mais além. O maior capacete de todos, a maior máscara de todas, esse é um símbolo icônico que nunca será esquecido.

Os óculos do Superman 
(de “todos os filmes do Superman”, anos: 1978, 1980, 1983, 1987 e 2006)

Sem dúvida alguma, a “máscara” mais eficaz na história do mundo. Porque venhamos e convenhamos, dois caras que são IGUAIS (afinal são o mesmo), mas que ninguém consegue descobrir que são a mesma pessoa por causa de um reles óculos. Essa é sim uma senhora “máscara” para esconder a identidade do personagem. 


Michael Myers e sua máscara de borracha
(de "todos os filmes da saga/franquia Halloween", anos: 1978, 1981, 1987, 1988, 1989, 1995, 1998, 2002, 2007, 2009, 2011)

A máscara que começou como uma versão estranha de uma caricatura muito mal realizada de William Shatner em Jornada nas Estrelas, se transformou em um símbolo do maior serial killer do cinema (que me perdoem os fãs de Freddy e Jason). O perturbado Michael Myers a principio perseguia sua irmã adolescente entrou para a história da cultura pop.


Jason Vorhees e a máscara de hockey
(de "todos os filmes da saga/franquia Sexta-Feira 13, anos: 1980, 1981, 1982, 1984, 1986, 1988, 1989, 1993, 2001, 2009)

Icônico. A máscara de goleiro de hockey usada para esconder a face deformada do serial killer "imortal" é um dos grande símbolos do cinema americano nos anos 80. Seja matando estudantes tarados em Crystal Lake, invadindo Nova York ou até mesmo no inferno, Jason Vorhees é o sujeito caladão, violento e estripador que mora em nossos corações. 


Leatherface e a máscara de couro humano
(de "todos os filmes da saga/franquia Massacra da Serra Elétrica, anos: 1974, 1986, 1990, 1994, 2003, 2006)

Bubba "Leatherface" Sawyer inaugurou popularmente o sub-gênero slasher movie, serrando e fatiando seus inimigos com sua motoserra e sua máscara de pele humana. Apesar de ter sido muito machucado pelas sequencias, o primeiro Massacra da Serra Elétrica, continua insuperável no gênero. Imundo, desértico e perturbador.


Batman 
(de "todos os filmes da saga/franquia Batman, anos: 1989, 1992, 1995, 1997, 2005, 2008, 2012)

O cruzado de capa, o cavaleiro das trevas, o maior detetive dos quadrinhos. Todas alcunhas relacionadas ao Batman, o personagem que ao lado de Superman e Homem-Aranha , é o personagem de quadrinhos mais famoso no cinema (e talvez no mundo). Na tela grande, seu visual praticamente nunca foi alterado, sendo na visual gótica de Tim Burton ou na visual "realista" de Nolan (ignoremos o carnaval de Schumacher), a máscara do Batman sempre teve a mesma função: amedrontar os criminosos de Gotham City.


Homem-Aranha
(de "todos os filmes da saga/franquia Homem-Aranha, anos: 2002, 2004, 2007, 2012)

O amigão da vizinhança, o nerd tímido e introspectivo que uma vez picado por uma aranha radioativa ganha super-poderes que o transformam futuramente no Homem-Aranha, um primor de design de uniforme, absolutamente atlético e visualmente sensacional. A máscara no cinema é praticamente a mesma dos quadrinhos com pequenas variações sobre os visores do personagem, seja na trilogia de Sam Raimi, ou na re-imaginação da serie dirigida por Marc Webb.

Christiane Génessier e sua máscara
(de "Olhos sem Rosto", ano: 1960)

Nessa pequena jóia do cinema de horror dos anos sessenta, o brilhante Georges Franju, apresenta a assustadora máscara de Christiane, uma garota que vive condenada a usar uma máscara inexpressiva depois de ter seu rosto destruído por um acidente. Assustadora pela falta de expressões, deixando o horror a cargo do olhar atormentado da personagem interpretada por Edith Scob.

Colaboração Especial
Artur Andrade
conheça o trabalho do Artur em www.tardis.com.br



sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Poder Paranormal


Poder Paranormal
(Red Lights, 2012)
Suspense - 113 min.

Direção: Rodrigo Cortés
Roteiro: Rodrigo Cortés

com: Cillian Murphy, Robert DeNiro, Sigourney Weaver, Elizabeth Olsen

Poder Paranormal é um suspense B, simples, tenso em boa parte da projeção, mas que tem problemas de roteiro e alguns excessos durante o desenrolar da história. A grande atração da produção é a presença de Robert DeNiro de volta aos personagens sombrios. Seu último flerte com o macabro aconteceu no - hoje - longínquo ano de 1994, quando interpretou a criatura de Frankenstein. Porém, mais representativo do que seu ótimo desempenho como o monstro, o grande trabalho de DeNiro com o mundo sobrenatural é sua interpretação (como Louis Cyphre) no seminal Coração Satânico.

Sendo um ator versátil, DeNiro transitou por muitos gêneros, mas é notório que os últimos anos foram cruéis com o ator, que vem acumulando filmes medianos ou fracos ano após ano. Infelizmente, Poder Paranormal é mais para a lista desses "fracassos", embora este não seja de todo mal, já que por mais irregular que ele seja, consegue manter o espectador tenso em busca de respostas.

A trama parte em duas frentes. A principal acompanha o físico Tom Buckley (Cillian Murphy) que é o parceiro da firme e decidida doutora Margaret Matheson (Sigourney Weaver) investigadores paranormais, que - no melhor estilo Ghost Hunters (popular seriado do Discovery Channel) - procuram explicações lógicas para fenômenos encontrados por uma serie de pessoas apavoradas com a perspectiva de estarem presenciando a ação do paranormal.


Tom e Margaret desmistificam sem o menor constrangimento todos os casos em que são chamados. Até o início do filme, nunca encontraram nada que não pudessem explicar de forma racional. Rodrigo Cortés, diretor do bem sucedido Enterrado Vivo, assina a direção e o roteiro do filme, que não faz cerimônia para apresentar essas conclusões logo nas primeiras cenas do filme, em que vemos a doutora Matheson explicando objetivamente essas conclusões. Ela é uma cética e como tal, não crê naquilo que não consegue ver e provar. Já Tom é um mistério, um sujeito sem motivação pra seguir a doutora, e que em sua apaixonada busca por charlatões deixa claro que talvez esconda alguma explicação secreta.

A segunda frente mostra o personagem de DeNiro, o místico Simon Silver, que está afastado do mundo dos espetáculos ao vivo a mais de trinta anos. Quando o filme começa, o paranormal cego está de volta ao showbiz e diante de um passado misterioso, que envolve a morte de um jornalista que o acusava de charlatanismo durante um espetáculo, causa comoção popular.

A trama então acompanha Tom em suas tentativas de investigar Simon, sendo prontamente negadas por uma tensa Margaret. Os motivos para sua negação resultam no momento mais tocante do longa e garantem um ótimo momento para sua interprete. Já DeNiro também tem seu momento de glória, em um poderoso monólogo no palco já na parte final da projeção.


Em produções como essa, a amarração dos fatos é essencial para que a suspensão de descrença seja mantida por toda a duração. Como disse, Poder Paranormal até consegue fazer isso, mantendo o espectador tenso, muito graças a recursos óbvios do cinema de suspense, mas que quando são utilizados com competência rendem bons sustos, como o uso da trilha sonora de forma intensa e a montagem que alterna o ritmo do filme, misturando uma sequência lenta e expositiva com um evento rápido e de impacto visual.

Porém, e piso em ovos para não revelar detalhes da trama, o plot twist que acontece nos minutos finais da obra parece colocar em cheque muito do que foi visto até ali. Uma explicação a respeito da veracidade das ações paranormais de DeNiro além de ser apresentada de forma absurdamente confusa, é marcada por uma mudança na perspectiva de todos os fatos ate ali. Isso enfraquece a proposta do longa, embora seja mais "poética" em sua resolução.

Apesar de manter o público (e esse que escreve) tenso durante quase toda a projeção, Rodrigo Cortés peca quando cria diversos detalhes a respeito da paranormalidade do filme, para nesses momentos finais nos querer fazer crer que a consciência de um dos personagens é incapaz de separar a realidade da imaginação.


Cheio de boas intenções, atmosfera de filme b, atores competentes - e que certamente foram seduzidos pelo trabalho anterior de Rodrigo e, portanto embarcaram nessa produção - e bons sustos, Poder Paranormal poderia ser um ótimo "suspense-pipoca", mas ao tentar dar significados mais profundos e passar uma mensagem (não fuja daquilo que é de verdade), escorrega feio, deixando diversos buracos na amarração da historia e na percepção do público sobre o que viu.

Tecnicamente bem realizado, Cortés tem domínio sobre o gênero abraçado, e mesmo quando apela para algumas soluções for dummies (mostrar DeNiro em sua primeiríssima cena no filme tirando seus óculos para mostrar ao publico que é cego, ou colocar Weaver dizendo textualmente que nunca encontrou um "fenômeno" que não pudesse explicar) mantém o espectador interessado naquele clima de suspense, em busca de respostas. Porém, quando Cortés resolve as dar, praticamente apaga a lógica de seu filme até ali, o que enfraquece demais a produção.