(American Sniper, 2014)
Direção: Clint Eastwood
Roteiro: Jason Hall
com: Bradley Cooper, Elise Robertson
Cercado de muita polêmica devido ao seu conteúdo político, "American Sniper" assim como "Whiplash" é um exercício de desapego moral em virtude da história na tela. Embora não tenha um décimo da qualidade da trama do garoto baterista e seu professor carrasco, Sniper defende suas ideias com competência. Se eu concordo com a transformação de um atirador de elite em herói? Não. Mas isso não me impede de compreender o que Eastwood - um notório defensor da chamada "direita" nos Estados Unidos - quer contar.
Diferente da maioria dos filmes sobre a guerra do Iraque feitos até então, Eastwood prefere focar-se nos motivos que fazem Chris Kyle (Bradley Cooper) ser tão bom naquilo que faz. Apostando em flashbacks redundantes, mostra o protagonista como um produto de um meio que ensina crianças pequenas a caçar, que entende que a força bruta sempre resolve os conflitos e que o país merece ser defendido sempre (mesmo quando, de fato, ele não está sob ataque).
Soma-se a isso um desfile de excelentes sequências de tiroteio e guerra que constroem uma atmosfera de desespero e agonia que amplificam o estado mental de Kyle. Sejamos justos aqui: Eastwood não tenta transformar - como li por aí - o personagem de Cooper na versão americana do personagem satírico que Tarantino criou em "Bastardos Inglórios, mas em um herói segundo sua visão de mundo. Falha miseravelmente? Sim, mas a ideia de criar um herói "humano" está lá.
"Sniper Americano" é um filme razoável, mas que é amparado por questões moralmente bastante questionáveis o que derruba (na minha avaliação) seu impacto.
★★½
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