terça-feira, 30 de março de 2010

Homens que Encaravam Cabras
(The Men Who Stare at Goats, 2009)
Comédia - 94 min.

Direção: Grant Heslov
Roteiro: Peter Straughan

Com: George Clooney, Ewan McGregor, Jeff Bridges e Kevin Spacey

De boas intenções o inferno está cheio, e é fácil perceber porque, em especial quando essas boas idéias são cometidas em nome do cinema. Quantos filmes (esse começo de ano está prodigioso nesse quesito) tiveram ótimas idéias estragadas pelo meio do caminho resultando em produções comuns, estéreis e em última instancia ruins.

Homens que Encaravam Cabras é mais um que se junta ao cada vez maior hall dos filmes que tem boas idéias demolidas por problemas durante a projeção. No caso de Homens é seu ritmo, ou melhor, a falta dele e a incapacidade de ser engraçado quando pretende ser e não conseguir ser satírico quando precisa ser.


O filme pareceu ter sido uma tentativa de recriar o clima dos irmãos Coen. Aquele humor negro e satírico que flerta com o absurdo. Até Jeff Bridges “volta” ao seu papel em Grande Lebowski ao viver o hippie milico Bill.

A história, que tinha um enorme potencial ainda mais quando ficamos sabendo que ela é real, fala de um jornalista (Bob Wilton, vivido por Ewan McGregor) que ao entrevistar um suposto adivinho (ou algo assim) descobre que o governo treinava pessoas para usar certos poderes especiais no intuito de aproveitá-los na guerra. Ao mesmo tempo seu casamento rui e ele se manda para o Iraque, em busca de auto afirmação como “macho”. Lá ele encontra um dos treinados pelo governo (Lyn Cassady, interpretado por George Clooney) que explica o que era o treinamento.


A idéia era transformá-los em jedis.

Sim, um jedi. Igualzinho ao de Star Wars. Com super poderes, capacidade de atravessar paredes, aquela coisa de convencer as pessoas a não fazer o que elas queriam, encontrar pessoas em longas distancias entre outras coisas.

Foi uma boa a sacada de ter McGregor no elenco, em especial na cena em que Clooney fala pela primeira vez sobre os jedis e ouve de McGregor “você não pode ser um jedi”. Se você não vive na terra, saiba que McGregor foi um jedi na nova trilogia Star Wars.


O filme então se divide entre os eventos de uma missão que Lyn e Bob (agora envolvido na coisa, e em busca de uma história) e flashbacks contando sobre a montagem da equipe chamada de Exercito da Nova Terra, que pregava a paz e toda aquela coisa hippie.

Potencial tinha certo? Ia ser hilário ver as tentativas de Clooney em se passar por jedi usando seus poderes. Mas Heslov (diretor) e Straughan (roteirista) optaram por um road movie esquisito que nunca chega a lugar nenhum e só vai irritando o espectador.

Os momentos menos maçantes são os flashbacks, onde dá pra notar que Bridges vive mesmo um momento especial, já que mesmo copiando vários trejeitos de seu “Dude” ainda sim se sai razoavelmente bem. Clooney, (no flashback usando uma peruca ridícula) que deveria ser o astro do filme, me pareceu que assim como o público foi se decepcionando com o filme. Ele vai “murchando” e a cada tomada vai piorando. Um dos papéis mais fracos do ator.


McGregor é outro que faz coro com o resto do elenco e mantém a mediocridade em alta, assim como Kevin Spacey (olha o elenco desse filme) que faz o “vilão” do filme, numa atuação patética.

Heslov (que pra quem não lembra foi coadjuvante em True Lies e era o roteirista de Boa Noite e Boa Sorte) não conseguiu fazer de seu “Frankenstein” que mistura M.A.S.H., Três Reis e os filmes dos Irmãos Coen um filme interessante.


Falho na condução, e muito irregular no ritmo, Homens que Encaravam Cabras é mais um filme que entra pra lista de boas idéias que foram incompetentes em sua condução esse ano.

Nenhum comentário:

Postar um comentário