sábado, 9 de março de 2013

Amigos Inseparáveis


Amigos Inseparáveis
(Stand Up Guys, 2012)
Comédia - 95 min.

Direção: Fisher Stevens
Roteiro: Noah Haidle

com: Al Pacino, Christopher Walken, Alan Arkin, Juliana Margoulies, Lucy Punch

Essa é uma reunião de ótimos atores, uma historia simples e resultado mediano. Assim dá pra resumir muito facilmente Amigos Inseparáveis, produção que trás Christopher Walken como um bandido aposentado que é o único amigo de Val (Al Pacino) um ex-condenado, que acaba de ser solto depois de trinta anos preso.

A historia se passa toda em um dia e algumas horas, retratando a rotina desse encontro entre velhos amigos e seus planos para a comemoração da liberdade. No entanto, existe uma trama muito mais sinistra por trás dos tapinhas nas costas e das celebrações. Uma antiga vingança arquitetada pela vitima do crime que causou a prisão de Val e que envolve diretamente a personagem de Christopher Walken, Doc.

O problema é que a história é obvia. Você consegue telegrafar praticamente todos os momentos de intensidade da produção, graças a um roteiro que não presa pela sutileza. Se Val sai da cadeia maluco por uma mulher, é claro que - devido a sua idade - ele não irá conseguir manter-se ativo e precisará de auxílio médico, o que leva a uma gag infeliz em que coloca Al Pacino num hospital precisando ter o sangue retirado de - vocês imaginam onde - devido à ingestão desnecessária e abusiva de comprimidos. Tudo isso para introduzir a filha do parceiro, vivida por Juliana Marguiles e posteriormente o terceiro membro da gangue vivido por Alan Arkin.


A casa de prostituição que serve de cenário para os imbróglios sexuais surge em excesso na trama e também por questões cômicas. Assim como uma desnecessária subtrama que envolve uma garota violentada e que é tratada de forma excessivamente natural para o extremismo da ação acontecida.

Mesmo entre as interpretações ninguém sai do lugar comum. Juliana Marguiles entra e sai de cena e sua personagem mal desenvolvida tem uma facilidade em compreender tragédias e manter-se equilibrada que é digna de estudos aprofundados. Lucy Punch como a cafetina mais estranha que o cinema recente já mostrou é outra que não sabe a função de sua personagem. Vista talvez como um elemento cômico da trama, as piadas prontas e óbvias derrubam qualquer intenção de graça que a personagem poderia ter.

E chegamos ao trio central. Se Alan Arkin cumpre dele o que se espera, embora um pequeno arrependimento inserido na trama soe forçado diante da falta de importância que ele acaba ganhando no decorrer das ações, Al Pacino - como há anos - está no automático. A fala cada vez mais grave, os mesmos trejeitos e cacoetes de interpretação como os longos olhares de cima pra baixo, como se ele usasse aquilo para ler o interlocutor, estão sempre presentes. Dizem que Pacino mata a pau no teatro e não duvido que o esteja fazendo, mas seu ultimo trabalho de destaque no audiovisual foi Você Não Conhece Jack, uma produção de tv.


E Christopher Walken, que é o protagonista, tem a missão de carregar nas costas o filme. A história gira em torno de seu personagem e os medos e arrependimentos dele movem-na adiante. Walken é outro ator calejado e cheio de tiques de interpretação (alguns facilmente parodiados) que nesse caso mostram-se comedidos. Além do plot básico, que o leva a questionar sua amizade versus sua própria vida, ainda é nos apresentado uma outra trama que lida com seus traumas passados e sua relação com uma bondosa (praticamente uma santa) garçonete que parece trabalhar todas as horas do dia (o filme inclusive faz piada com isso).

Amigos Inseparáveis em resumo é aquele típico filme com cara de "direto para vídeo". Não fosse o elenco de estrelas dificilmente escaparia desse destino. Como tem algumas caras mais famosas a produção de Fisher Stevens ganha chance na tela grande, embora não consiga ir muito além do lugar comum.

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