segunda-feira, 11 de julho de 2011

Água para Elefantes
(Water for Elephants, 2011)
Drama/Romance - 120 min.

Direção: Francis Lawrence
Roteiro: Richard LaGravenese

Com: Robert Pattinson, Reese Witherspoon e Christoph Waltz

Era uma vez um navio gigantesco que diziam que jamais afundaria, porém em sua viagem inaugural o malfadado "barquinho" acerta em cheio um iceberg e afunda, matando quase todos a bordo. Anos mais tarde, uma equipe de resgate submarino chega aos destroços do navio e entre os achados, encontra um desenho de uma bela mulher. Qual a surpresa desse pessoal, quando a própria surge e lhes conta a história de sua vida e do Titanic.


Não leitor, eu não fiquei maluco. Nem você está vendo a crítica errada, muito menos estamos com algum problema técnico que o envia a crítica de Titanic. Estou falando de Água para Elefantes, que poderia se chamar tranquilamente: "Titanic vai ao circo". O novo filme do diretor Francis Lawrence (Constantine e Eu sou a Lenda) não se furta a copiar a estrutura básica do mega sucesso de James Cameron.



Água começa "nos dias de hoje" quando um envelhecido Jacob (o grande Hal Halbrook) surge em um circo decidido a ver sua apresentação. Informado que o circo já fechará suas cortinas é confundido com um morador de um asilo e no meio do bate-boca começa a contar sua história ligada a um famoso circo nos anos da depressão americana.


Seguindo religiosamente os passos de Cameron, Jacob vovô, passa a narrar sua própria história, estrelada pelo mumificado Robert Pattison, um ator limitado a duas expressões faciais quase idênticas e que deveriam dizer coisas diferentes. Depois da morte de seus pais, Jacob segue vagando sem rumo por uma ferrovia, até encontrar um trem ocupado por um circo. Sentindo-se a vontade no meio dos excluídos e "párias", decide manter-se por lá, tentando trabalhar. Lá ele conhece a "bela" Marlena, estrela do show e mulher do dono do circo, o intenso e violento August.



Marlena é interpretada pela irregular Reese Whiterspoon, aqui abusando dos cacoetes "caipiras" para construir sua personagem como uma mulher assustada por seu marido violento, mas apaixonada e que convive com a violência de forma resignada. Já Christoph Waltz imita seus trejeitos de Hans Landa durante boa parte do filme. Impossível não lembrar do personagem imortalizado por Waltz em Bastardos Inglórios ao assistir ao filme. Isso causa a dúvida: Waltz é aquilo mesmo, ou seja, um ator limitado a um tipo e um papel, ou se foi por uma mistura de preguiça com "aconselhamento" do diretor que fizeram de August um primo americano do coronel alemão.


E chegamos a Pattison, que por mais boa vontade que posamos ter com o rapaz, é muito fraco. Como disse anteriormente, suas expressões são limitadas a duas: tristeza profunda e alegria comedida. Ambas apresentadas da mesma forma: olhos intumescidos, feição de dor e tentativa frustrada de causar emoção. Se junta a isso um roteiro profundamente previsível e recheado de buracos (ou seriam rombos?) que prejudica o desenvolvimento de todos os personagens. Exemplo disso: em determinado momento Jacob é ameaçado pelo personagem de August. O filme dá a entender que Jacob será o pária do circo, para na sequencia seguinte tudo ser esquecido graças a um evento que faz do então excluído, personagem central no andamento do circo. Faltou alguma coisa que ligasse a decadência do personagem e seu ressurgimento como salvador da pátria.



Francis Lawrence, um diretor de filmes de ação, constrói alguns bons planos, mais não parece a vontade no meio de um "épico" água com açúcar e isso prejudica o resultado final da produção, que tem uma fotografia que abusa dos tons de "hora mágica" e dos castanhos, deixando tudo com uma aparência brega ou kitsch.


Água para Elefantes não consegue atingir seus objetivos. Tem uma história frágil, recheada de personagens limitados interpretativamente e derivada de um grande sucesso do cinema (embora baseada em um livro que nada lembra navios encalhados) que tenta a todo custo nos emocionar de forma artificial.


Um comentário:

  1. isso que da colocar um pseudo ator como protagonista,filme fraco e se graça

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