segunda-feira, 23 de julho de 2012

30 Minutos ou Menos

30 Minutos ou Menos

(30 Minutes or Less, 2011)
Comédia - 83 min.

Direção: Ruben Fleischer
Roteiro: Michael Diliberti

Com: Jesse Eisenberg, Danny McBride e Aziz Ansari

Desde que o primeiro pôster de 30 Minutos ou Menos foi divulgado criei uma nada saudável expectativa quanto ao filme. A ideia parecia - no mínimo - bastante promissora. Apresentava a historia de um pacato e infantilizado entregador de pizza de vinte e poucos anos (Jesse Eisenberg) que é sequestrado, amarrado a uma bomba relógio, e obrigado a assaltar um banco para uma dupla de idiotas, antes que o dispositivo exploda e o sujeito, obviamente, morra.

O que poderia render uma comédia hilariante, na verdade se transforma em um lento e chatíssimo desfile de situações inverossímeis e mal realizadas, comandadas com mão pesada por Ruben Fleischer e escorado pelo roteiro mais que infeliz de Michael Diliberti. Fleischer vinha do sucesso inesperado de Zumbilândia, em que também ao lado de Eisenberg conseguiu conduzir uma história profundamente divertida e cheia de referências pop.

Em 30 Minutos, não existem referências pop, mais uma coleção de momentos pretensamente engraçados que resultam em sorrisos amarelos, bocejos sonolentos e puro desconforto. Além de não ser essencialmente um personagem, Nick (vivido por Eisenberg) é um sujeito muito chato. Um "crianção" que ainda vive tentando se descobrir na vida e que não tem coragem para assumir sua paixão pela irmã de seu melhor amigo. O tal amigo - vivido por Aziz Ansari - é o que filme tem de melhor (o que não é grande coisa). Funcionando como a ligação entre os absurdos do filme e o "mundo real", Chet é o personagem que observa como Nick desperdiça sua vida, e mesmo com algumas atitudes infantis (como a de proibir o amigo de falar com a irmã como moeda de troca para ajudá-lo) é o que de mais próximo temos de alguém real nessa bobagem chamada 30 Minutos ou Menos.


E chegamos a Danny McBride. O que dizer a respeito desse camarada que caminha a passos largos para se tornar tão insuportável quanto um Rob Schneider ou um Adam Sandler em seus piores dias. Danny não é engraçado, não é bom ator e acredita (imagino mesmo que acredite, já que todos os filmes em que McBride surge ele faz as mesmas coisas) que a ofensa e as piadas de banheiro e sexuais são o máximo da comédia no mundo. Ele vive um garoto mimado e idiota que sequestra o personagem de Eisenberg com ajuda de outro personagem igualmente imbecil, prende a bomba ao rapaz para força-lo a arrumar o dinheiro necessário para que possam matar seu próprio pai. Essa confusão toda do plot, me gerou uma dúvida.

Se Dwayne e seu amigo imbecil Travis (Nick Swardson) tem dinheiro suficiente para criar uma bomba, ou para terem bazucas ou mesmo lancha chamas, não seria muito mais fácil (e inteligente, e aí é exigir demais) vender esse material e usar o dinheiro para contratar o tal matador?

O tal assalto - é tão, mais tão idiota - que dura cerca de 5 minutos na tela, e dá a impressão de que qualquer um (mesmo) pode invadir uma pequena agencia bancária e roubar um banco sem grande dificuldade. Longe de existir qualquer tensão, o filme não consegue instigar a possibilidade de que os mandantes do tal assalto possam sair vitoriosos.


30 Minutos ou Menos é uma comédia em que não se ri. Em que as boas ideias são desperdiçadas em detrimento do humor adolescente no pior dos sentidos e em que somos levados a torcer por um pós-adolescente covarde e por um sujeito com um ciúme patológico de sua irmã. Podia ser pior, de repente teríamos de torcer para McBride libertar uma princesa de um bruxo em uma fantasia medieval...


Um comentário:

  1. Acho que o único bom momento de verdade de Jesse Eisenberg foi em "Férias Frustradas de Verão".

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