quinta-feira, 28 de março de 2013

G.I. Joe: Retaliação


G.I. Joe: Retaliação
(G.I. Joe: Retaliation, 2013)
Ação - 110 min.

Direção: Jon M. Chu
Roteiro: Rhett Reese e Paul Wernick

com: Dwayne Johnson, Jonathan Pryce, Channing Tatum, Adrianne Palicki, D.J. Cotrona, Ray Stevenson, Bruce Willis, Ray Park, Byun-hun Lee

Sou uma cria dos anos 80. Durante minha infância tive uma dieta de Toddynho, chocolates Lollo e Charge, bolachas Negresco e muito Changeman, Gavan, Jaspion, Transformers, Thundercats e Comandos em Ação na tv. Além de assistir, tinha (e ainda tenho) brinquedos da maioria dessas series e desenhos que acompanhava na infância. Portanto, falar de um live-action de "Comandos em Ação" (sim, pra mim sempre serão Comandos em Ação) é um misto de nostalgia e dever profissional.

Aqueles molequinho de 12 anos que vibra a cada blockbuster divertido que assiste sempre me cutuca para que eu dê crédito a essas aventuras coloridas e cheia de explosão. Por outro lado, meu profissionalismo me impede de entrar no "modo fã xiita e maluco" e ignorar os muitos problemas que essa segunda aventura dos Joe's tem.

A própria ideia de uma força tarefa norte-americana (nos desenhos isso foi expandido a uma força tarefa internacional, mas enfim isso não vem ao caso) que patrulha o mundo contra o terror é uma ideia absolutamente datada e que só tinha realmente ressonância nos anos 80 quando Rambo, Schwarzenegger, Top Gun e os demais símbolos da força bélica americana eram considerados inatingíveis e reais protetores da paz da humanidade.


Hoje é muito mais complicado adaptar esse conceito a uma realidade que impede uma "polícia do mundo", portanto o conceito inocente e até ingênuo de uma organização que salva a humanidade não funciona mais. Por isso, a opção desse segundo G.I. Joe é a da conspiração nos mais altos níveis governamentais dando sequência aos movimentos orquestrados no primeiro filme da franquia. Para quem não lembra a substituição do presidente americano por um membro da organização Cobra que imita os trejeitos e com ajuda da tecnologia é transformado no já citado presidente.

A partir daí com os Cobra no comando do governo americano, os Joes são perseguidos e depois de uma operação, praticamente destruídos. Os remanescentes decidem revidar apelando para o primeiro dos Joe (na participação breve e desnecessária de Bruce Willis, que parece estar fazendo todos os filmes do mundo) na tentativa de salvar o mundo. Previsível até o último frame.

Quem continua roubando a cena é o ninja favorito de toda uma geração (não, não era o Jiraya) Snake Eyes, o calado personagem que se veste de preto e usa espadas melhor que ninguém. É dele a sequência mais impressionante da produção e que envolve uma fuga no monastério/casa de cura mais mal localizada do planeta, parkour por montanhas, briga de ninja praticamente na vertical e um corpo ensacado.


O protagonismo da trama cabe a The Rock (ou Dwayne Johnson) que faz o que se espera de um herói de ação: desce o braço sem dó, tendo direito a uma cena onde atira com sua arma apoiada na cintura no melhor clima anos 80. Por outro lado, os coadjuvantes da vez Flint (D.J. Cotrona) e Lady Jane (Adrianne Palicki) não são marcantes como eram os do primeiro filme.

E mesmo com a presença visual interessante do Comandante Cobra, o plano de dominação global é genérico e rende momentos de vergonha alheia como uma sequência - já na parte final da projeção - que envolve bombas nucleares, ou mesmo a indefectível coleção de piadinhas que causam sorrisos amarelos. Por outro lado a ação é bem orquestrada embora não passe de genérica, ou seja, você já viu aquilo antes muito melhor.

Em meio à nostalgia de rever seus brinquedos de infância (de novo) na tela grande, essa segunda aventura dos soldados da polícia do mundo é divertida por esse fator, por momentos de referência aos anos 80 (como o famigerado jipe dos Joe's que finalmente deu seu ar da graça) e por ter sequências de ação que não incomodam. Por outro lado, o texto continua absurdo, pobre e resvalando no ridículo. Mas, o que se pode esperar de um filme que adapta bonecos para o cinema?


Um comentário:

  1. Foram-se os efeitos especiais caracterizados, falsos e totalmente fora da "realidade" que vimos no primeiro Joe.
    E em seu lugar, Hollywood apresenta um filme cheio de esplosões (claro!) e mais fiél ao seu estilo.Tudo na esperança de corrir o fracasso anterior.
    E, talvez por isso, com excessão dos personagens com mais aceitação no filme de 2009,
    todos os outros foram excluidos da continuação.
    O que sejamos sinceros, não vai fazer a menor falta...

    Algumas questões não vão ficar muitos claras na trama, outras vão acabar decepcionado por não ter um desfecho adequado.
    Sobre Dwayne Johson, ele aparece num estilo que condiz com seu tamanho.
    Enquanto que Bruce Wills, apesar de ter algumas piadas boas, aparece um tanto apagado.

    G.I. Joe - A Retaliação é tipico, algo que todos já vimos e não apresenta nenhuma novidade.
    Mas é divertido, o que já compensa o ingresso para os fãs do boneco.

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