Hora de falar sério. Hora de falar sobre os vencedores dos Carecas
de Ouro, o prêmio mais importante... bla bla bla... enfim vocês sabem. Também
sabem que o Oscar não é o maior dos símbolos de qualidade em produção
cinematográfica no mundo (nem mesmo nos Estados Unidos), mas é o mais famoso,
cheio de glamour, que reúne as estrelas e que todo ator deseja ganhar (mesmo
aquele pessoal que desdenha).
Esse ano, como
vocês leitores bem informados do Fotograma sabem, a Academia se enrolou toda no
anúncio de seus indicados. Adiantou o processo de votação, deu a opção do voto
online e no fim das contas acabou não indicando Ben Affleck nem Kathryn Bigelow
para direção e talvez tenha esquecido de uma ou outra atriz (Marin Cotillard
por Ferrugem e Osso merecia um lugar), ator (John Hawkes por As Sessões) e
até mesmo filmes (por que o Mestre o melhor filme americano de 2012 não foi
indicado é um assombro).
Mais, isso já foi,
e não adianta debater os cada vez mais políticos e estranhos conceitos e
critérios que a Academia tem. O fato é que esse Oscar foi o mais disputado dos
últimos ... sei lá quantos anos. E por culpa da própria Academia, que ao
ignorar Ben Affleck, abriu a possibilidade de uma surpresa por aí. Seria Argo
um filme menor? Seria a vez de Spielberg? Ou de Ang Lee? No fim, o prêmio
seguiu a tendência na maioria das categorias já vistas em outras premiações.
No fundo, cada dia mais o Oscar é mais um "carimbão" que lacra a
caixa do filme/ator/diretor vitorioso depois de ela ser cheia com
todos os troféus ganhos até ali. O Oscar caiu no óbvio. Por quê? É uma resposta
direta a quantidade obscena de premiações que foram criadas justamente para
contrabalancear a opinião única e solene da Academia. O mais antigo deles, o
Globo de Ouro, há tempos não é mais parâmetro, mas em geral coincide seus
premiados com o Oscar até mesmo quando das surpresas (esse ano foi uma prova
disso). Já os prêmios de Sindicatos, foram a resposta dos profissionais a
eventuais "absurdos" cometidos pela Academia e hoje servem como parâmetro
para o Carecão. E por fim, os prêmios da crítica cada vez mais pulverizados
devido à popularização da profissão. Praticamente toda cidade tem seu sindicato
e eles também funcionam no buzz do filme campeão.
Somando-se tudo
isso aos tais critérios do Oscar não fica tão difícil adivinhar quem leva o prêmio, embora
(meu bolão que o diga) existam pequenas surpresas ou dúvidas.
Ufa... vamos então
à festa, que para não deixar o texto absurdamente longo não será dissecada
prêmio a prêmio, mas avaliada filme a filme, o que acho mais fácil de entender,
explicar, agrupar.
Comecemos pelo
grande "perdedor" da noite: Lincoln. Com incríveis doze indicações,
levou para casa apenas duas, sendo que uma delas (direção de arte/design de
produção) foi um dos poucos reais absurdos da festa. O trabalho desse quesito
no filme é evidentemente ótimo, principalmente como recriação de época, mas
tinha como concorrente o mais belo trabalho em anos indicado ao prêmio: Anna
Karenina. O que foi realizado nessa produção é algo verdadeiramente único e
muito original. A ideia de misturar cenários teatrais com cinema é de uma inteligência
e resultado prático impecável. Além de ter vencido o Sindicato, ou seja, deram
para não ficar feio para o filme do tio Steven. O outro prêmio da noite para
Lincoln, foi aquele que somente uma invasão alienígena ou bombas atômicas
tirariam de Daniel Day-Lewis, melhor ator. Entregue por Meryl Streep (que parece sequer ter
aberto o envelope) esse era o prêmio mais fácil de ser previsto de todo o
Oscar. E não é nada injusto, já que Day-Lewis (pra mim) é o maior ator de sua
geração. Joaquin Phoenix poderia ter vencido, sim, mas ele conta com uma
rejeição brutal na Academia e o fato dele esnobar (ou fingir que esnoba) esse
tipo de premiação só depõe contra.
Rick Carter, um dos vencedores de design de produção/direção de arte por Lincoln |
Daniel Day-Lewis e seu terceiro Oscar de Melhor Ator |
Já que citei Anna
Karenina aproveito para falar do prêmio que o filme levou, um merecido Oscar de
figurino. Vencedor do sindicato concorria com outro vencedor do Sindicato (que
se divide sempre entre fantasia, histórico e contemporâneo) a falecida Eiko
Ishioka por Espelho, Espelho Meu. Teria sido uma chance homenagear Ishioka, mas
seu trabalho apesar de muito criativo no filme (que é uma bomba sejamos
sinceros), perdeu para a elegância clássica dos figurinos criados por
Jacqueline Durran.
Falando em
mulheres do Oscar, já passemos à outra surpresa do prêmio (injusta): a
premiação de animação. Valente foi o escolhido em detrimento a dois trabalhos
mais redondos e um potencial favorito: Detona Ralph e ParaNorman (o meu
favorito) e o possível vencedor, Frankenweenie de Tim Burton. A opção pela
história "fofinha" de Valente foi uma saída obvia: é da Pixar então
leva.
Jacqueline Durran, vencedora de Melhor Figurino por Anna Karenina |
Mark Andrews (de kilt, olha só) e Brenda Chapman, vencedor de longa de animação com Valente. |
Se Lincoln foi um
dos "perdedores", A Hora mais Escura foi ainda pior. Polêmico demais
para ser enquadrado como filme de Oscar, a produção de Kathryn Bigelow foi
indicado a cinco prêmios, levando apenas um e ainda assim, num insólito empate
em categorias técnica. A equipe de edição de som levou o único prêmio da noite
para o time de Bigelow ao empatar com o time de 007: Operação Skyfall.
Esse foi o
primeiro de dois prêmios para Skyfall. Como esperado - e muito merecido - Adele
e Paul Epworth levaram o prêmio de melhor canção, com a bela Skyfall, um dos
grandes temas da história do agente secreto, nesse que foi o primeiro tema de
Bond a ganhar um Oscar. Um dos prêmios que tinha apostado (mesmo imaginando que
não levaria) que Skyfall poderia levar também era o de fotografia, graças ao
trabalho deslumbrante de Roger Deakins, esse eterno injustiçado. Sobrou para o
igualmente ótimo dublê de Thor/Lúcio Malfoy/Edin do Jaspion, Claudio Miranda,
responsável pela magia de Aventuras de Pi.
Paul N.J. Ottoson, vencedor de edição de Som por Hora mais Escura |
Per Hellberg e Karen M. Baker vencedores de edição de Som por 007: Operação Skyfall |
Paul Epworth, Adele (ai, ai) vencedores na categoria Melhor Canção e Richard Gere, um dos apresentadores do prêmio. |
Aventuras de Pi
que chegou a festa com onze indicações e saiu-se como o "grande vencedor"
da noite. Somada a estatueta de Miranda para fotografia, levou ainda efeitos
visuais, trilha sonora e direção.
O prêmio de
efeitos visuais causou polêmica, já que a empresa da equipe responsável pelos efeitos
visuais do filme teve de encerrar as atividades, e um discurso político foi
iniciado na premiação. Mais tarde Ang Lee deu declarações infelizes a respeito
da questão do preço dos efeitos visuais no mercado e como isso pode ter
influenciado no fechamento da empresa. Já o prêmio de trilha sonora para Michael
Danna é bastante justo. Dentre os indicados, ao lado de Thomas Newman por
Skyfall eram - pra mim - as mais corretas.
E chegamos ao
prêmio de direção, que foi surpreendente embora possa ser
"explicado". Vamos lá: Lincoln começou a disputa como favorito, mas
no decorrer da corrida foi perdendo força, perdendo tudo para Argo, incluindo o
prêmio do sindicato dos diretores. Como vocês sabem Ben Affleck não estava
entre os indicados, deixando - em teoria - o caminho livre para Spielberg. Mas,
como explicar a vitória de Spielberg como diretor e de Argo como filme com uma resposta diferente de: "erramos pessoal, esqueçam o prêmio de
direção, que foi só de consolação". Por isso, Ang Lee corria por fora, num filme gracioso, fácil de
gostar e que é tecnicamente absurdo. Por isso, o taiwanes levou seu segundo
prêmio, novamente quando seu filme não venceu o Oscar. Embora daquela vez tenha
sido o vencedor merecido e aqui leve por uma questão política.
Os Vingadores reúnidos. Homem de Ferro, Gavião Arqueiro, Nick Fury, Hulk e Capitão América. Ao centro Thor, ou melhor Cláudio Miranda, vencedor de melhor fotografia por Aventuras de Pi |
O time de efeito visuais de Aventuras de Pi, vencedores na categoria. Bill Westenhofer, Guillaume Rocheron, Erik De Boer e Donald Elliott |
Michael Danna, vencedor de melhor trilha sonora por Aventuras de Pi |
Ang Lee, melhor diretor por Aventuras de Pi |
Politicagem que
explica (as pedras vão rolar agora) a quantidade de indicações a Os Miseráveis.
Foram oito, levando para casa três: maquiagem, atriz coadjuvante e mixagem de
som. Maquiagem por pura falta de concorrentes, num dos piores (senão o pior)
ano da categoria no Oscar. Mixagem por reconhecimento a dificuldade de fazer o
público compreender aquele mundaréu de gente cantando, gritando, chorando,
rindo e ainda sem contar com as bombas, tiros e a orquestra.
E por fim, Anne
Hathaway. Acho Hathaway uma tremenda atriz, das mais versáteis no mercado.
Capaz de se afundar na depressão em Casamento de Rachel (quando poderia ter
levado um careca), de rir de si mesma e ficar nua (para minha alegria) em Amor
e Outras Drogas e de cantar como em Miseráveis. Que se leve em consideração que seu
tempo de tela é praticamente risível (embora Judi Dench tenha vencido em Shakespeare Apaixonado
por menos tempo ainda) ela cortou o cabelo, perdeu peso e cantou "I
Dreamed a Dream", canção símbolo do musical e reconhecida em quase todos
os lugares do mundo, graças a Susan Boyle. Portanto, tinha a cara do Oscar. Amy
Adams merecia mais? Talvez, mas o dia em que a academia der um Oscar para uma
atriz que simula uma masturbação em um filme, choverá canivete.
Lisa Westcott e Julie Darnell, vencedoras de melhor maquiagem por Os Miseráveis |
O time da mixagem de som de Os Miseráveis vencedores do prêmio: Andy Nelson, Mark Paterson e Simon Hayes |
Anne Hathaway beijando seu Careca de atriz coadjuvante |
O Oscar premiou Searching for Sugar Man como documentário - o que era previsível
- diante da quantidade de prêmios que ele vem levando mundo afora. Entre os
curtas-metragem (que como sabem não apostei) Inocente - documentário - e Curfew
- entre os de ficção - foram premiados. A Disney fez dobradinha entre as
animações levando também o prêmio de curta, pelo lindo Paperman, que foi
exibido nos cinemas junto a Detona Ralph.
Amor levou o
prêmio que dele se esperava, o de filme estrangeiro. Dessa vez Michael Haneke
não foi surpreendido por outro filme sul-americano como aconteceu quando A Fita
Branca perdeu para Segredo de seus Olhos. Não é nenhum segredo (perdoem-me pelo
trocadilho) que Amor é meu filme favorito dentre os nove indicados ao prêmio e
que votaria nele, tanto para filme, como direção, atriz e roteiro original. Mas
na lógica da Academia, Amor se contentou com aquilo que lhe foi oferecido. Um
lugarzinho na festa, um clipe entre os indicados e o prêmio do melhor "dos
outros".
Vencedores por melhor documentário com Searching for Sugar Man, Malik Bendjelloul e Simon Chinn |
Vencedores de melhor curta-metragem documental por Inocente, Sean Fine e Andrea Nix |
O vencedor na categoria melhor curta-metragem de ficção por Curfew, Shawn Christensen |
O vencedor na categoria de melhor curta-metragem de animação por Paperman, John Kahrs, com os apresentadores da categoria Paul Rudd e Melissa McCarthy |
Michael Haneke recebendo seu prêmio como melhor filme em língua estrangeira, por Amor |
O Lado Bom da Vida
que chegou ao prêmio com oito - exageradas - indicações, saiu da festa apenas
com o reconhecimento de Jennifer Lawrence como melhor atriz. Que pese o fato de Emmanuelle Riva
"chutar bundas" em Amor, Jennifer é magnética e digo isso não
apenas por sua beleza. Fora das câmeras parece sempre estar de bem com a vida
ou não levando a sério essa "coisa de ser atriz", e seu trabalho em Lado Bom da Vida, se não
é a melhor coisa do mundo, é muito bom. Ela é jovem, bonita, talentosa e agora
oscarizada. Quem pode com ela?
Outras duas
surpresas da noite vieram para os dois prêmios de Djangooooooo (perdoem os
"o" excessivos, mas é inevitável). Das cinco indicações, levou duas,
o que dá um cociente de aproveitamento maior do que todos os outros indicados a
melhor filme (informação inútil, eu sei). A vitória de Quentin Tarantino por
melhor roteiro original foi surpreendente e - mesmo com um roteiro que não é seu
melhor na minha interpretação - vale como delírio cinéfilo. Venceu Hora mais Escura, que mesmo sendo favorito, não ganhou minha aposta, exatamente
pela campanha negativa por trás do filme. Imaginei que Amor pudesse levar
também, mas a força da figura de Tarantino parece ter prevalecido diante dos
maneirismos de Moonrise Kingdom, a frieza de Amor, os problemas de resolução de
O Voo e a já citada polêmica de Hora mais Escura. Spike Lee não deve ter
gostado.
Christoph Waltz -
o maior poliglota do planeta - levou seu segundo prêmio de ator coadjuvante, em sua segunda indicação,
em seu segundo filme de Tarantino fazendo praticamente o avô do personagem que
lhe rendeu seu primeiro Oscar. Piadas a parte, dos cinco indicados apenas Alan
Arkin (apesar de divertido), me pareceria uma escolha "estranha". Se
Tommy Lee esbanja verborragia em Lincoln, DeNiro está desfilando emoção em Lado Bom da Vida e Philip
Seymour Hoffman (minha escolha) é um absurdo em O Mestre. No fim
prevaleceu Waltz, que espero que se acerte com mais frequência fora da alça de
Tarantino.
J. Law e seu careca de melhor atriz |
Tarantino e seu prêmio de roteiro original |
Christoph Waltz (ao lado de Octavia Spencer) vencedor como ator coadjuvante |
E chegamos a Argo,
o vencedor de três das sete indicações. A vitória em montagem para William
Goldenberg é mais do que justa, já que sem ela o filme simplesmente não
funcionaria. Apesar de óbvia, afinal é um thriller, ela cumpre o que dela se
espera, mantém o espectador preso e ansioso pela conclusão dos fatos
apresentados. Já o prêmio de roteiro adaptado foi o que indicou o caminho que a
Academia iria seguir. Concorrendo diretamente com Lincoln, o roteiro de Chris
Terrio foi escolhido e de todos os apresentados, me parece o mais certinho,
ideal para a Academia. Não tem os excessos verborrágicos de Lincoln, os
simbolismos de Indomável Sonhadora, as metáforas religiosas de Pi e melodrama
por melodrama, apostou-se na história de Argo em detrimento a família disfuncional
de Lado Bom da Vida.
É o mesmo
raciocínio que faço em relação ao prêmio de Melhor Filme. Argo é o melhor dos
nove indicados? Jamais. Mais é o ideal para sair-se vitorioso de uma festa da
Academia que sempre opta pelo filme do consenso e da obviedade, o que não
significa reducionismo, mas apenas simplicidade. Analisemos os indicados: Amor
é frio e doloroso demais para o Oscar, Django Livre é violento e ainda contou
com a polêmica da "the N word", polêmica que vitimou o político e
ousado Hora mais Escura enquanto o hermetismo de Indomável Sonhadora jamais
seria vitorioso. Sobram cinco indicados: Pi, Lincoln, Miseráveis, Argo e Lado
Bom da Vida.
Pi é simbólico,
cheio de momentos sublimes e singelos, mas em resumo - e por mais que adore o
filme - é a história de um garoto e um tigre de CG no mar. Já O Lado Bom da
Vida é um filme de atores e por mais que os Weinstein tenham força contavam com
filmes com componentes (leia-se a exaltação de figuras ou ideias patrióticos) mais
poderosos do que eles mesmos. Miseráveis é um musical, e desde 2002 nenhum deles leva, além de terem sido muito poucos os que levaram o prêmio. Isso sem considerar os critérios de avaliação cinematográfica, como os erros de
Tom Hooper na direção, sua escolha equivocada de Russel Crowe e seu roteiro que
esmagou boa parte da história.
William Goldenberg, vencedor de melhor montagem por Argo |
Chris Terrio, vencedor de melhor roteiro adaptado por Argo |
Lincoln ou Argo?
Dois meses atrás Lincoln seria o vitorioso, e isso estava claro (pra mim) desde o momento
em que terminei de vê-lo. O filme "cheira" a Oscar em cada
fotograma, com sua história séria, sobre um evento político importante com um
grande nome por trás e outro diante das câmeras. Os motivos para sua derrota ainda
parecem misteriosos agora. Talvez, um dia, alguém consiga explicar os motivos
exatos para sua súbita derrocada. Uns dizem que a Academia não gosta de
Spielberg (e de fato ele perdeu muito mais do que ganhou), mas como explicar
sua derrota em todos os outros prêmios importantes, ou na maioria deles? Talvez
sejam as incorreções históricas que muitos vêm levantando nas ultimas semanas.
Mas e Argo, não tem incorreções históricas? O personagem de Alan Arkin, por
exemplo, não existiu na vida real.
Na minha infinita
mediocridade, não consigo explicar os motivos que fizeram a Academia optar pela
vitória da CIA diante da biografia de seu presidente mais famoso. De fato,
pareceu um mea-culpa, algo como: "todos estão premiando, fica chato não premiar".
Como sabemos a política é fundamental em Hollywood e no Oscar mais ainda. E
esse ano isso ficou ainda mais claro: divisão de prêmios, escolhas estranhas
entre os indicados, boicotes ao pessoal dos efeitos visuais, e até primeira
dama entregando Oscar. No fim, ganhou Argo e o mundo não mudou. Por quê? Não
sei exatamente, mas talvez sejam as barbas.
Grant Heslov, Ben Affleck e George Clooney. Produtores de Argo, o vencedor de melhor filme e donos de barbas de respeito. |
PS: no meu bolão
pessoal acertei dezesseis das vinte e uma apostas. Não ganharia nem um parabéns
se tivesse valendo dinheiro.
Gostei bastante do post, concordo em muitos pontos.
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