quarta-feira, 23 de junho de 2010



Trilhas Sonoras e os Sintetizadores – Part III

Olá ao Fotograma Digital. Para as pessoas que estão lendo a coluna FotoMusic Score pela primeira vez, estou fazendo uma série de postagens sobre o grande uso dos teclados sintetizadores na trilha sonora. Estou comentando sobre alguns compositores que se destacaram neste ramo, e também sobre alguns equipamentos que fizeram parte desta história.

Diferente das duas últimas postagens, que comentei bastante sobre o surgimento dos primeiros sintetizadores, e sobre alguns compositores que experimentaram fazer música com este novo instrumento musical, nesta semana não pretendo comentar tanto sobre equipamentos, ou sobre a história do sintetizador. Resolvi escrever sobre um compositor que ficou muito conhecido por usar sons sintéticos no arranjo da suas Trilhas Sonoras. Tem uma sólida carreira com vários discos, shows com grandes efeitos visuais, sem contar sua criatividade que o fez ganhar alguns prêmios cinematográficos com suas trilhas sonoras.



Evángelos Odysséas Papathanassíu, conhecido como Vangelis, nasceu em Vólos, Grécia, em 29 de Março de 1943. Começou a compôr desde cedo, aos 4 anos de idade, porém não se dedicou à música tradicional, nem ao estudo do piano. Há quem diga que ele é um grande exemplo de músico auto-didata, e que não sabe ler ou escrever partitura. Sendo verdade ou não, o fato é Vangelis sempre teve o sucesso nas mãos, em todos os projetos que participou.

Nos anos 60, formou o grupo pop “Formynx”, bastante popular na Grécia. Pouco depois, foi para a França, formando o conhecido grupo de rock progressivo Aphrodite´s Child, famoso tanto na Europa quanto aqui no Brasil.


Com o grupo desfeito em 1972, Vangelis estava pronto para formar sua carreira solo, e em paralelo, continuar o seu trabalho com trilhas sonoras, que havia começou nos anos 60. Estando na França, compôs a trilha sonora de alguns filmes do diretor francês Frédéric Rossif, como “L'apocalypse des animaux“ (1972), “Le cantique des créatures: Georges Mathieu ou La fureur d'être” (1974), e “Le cantique des créatures: Georges Braque ou Le temps différent” (1975).


Junto com a trilha sonora destes filmes, Vangelis lança seu primeiro álbum solo, “Earth”, de 1974, na mesma época em que foi convidado para tocar na clássica banda de Rock Progressico “Yes”. Vangelis recusou o convite, mas criou uma grande amizade com o cantor Jon Anderson, que trabalhou em vários dos seus discos. Para a alegria de muitos, o compositor grego continuou fazendo seus respeitosos trabalhos na música eletrônica. Mudou-se para Londres, montando seu próprio estúdio, onde podia trabalhar nos seus discos e trilhas sonoras. Em 1975 lançou o álbum “Heaven and Hell”, onde uma das faixas foi usada para o tema de abertura da série Cosmos.



Mas os grandes sucessos de Vangelis vieram a partir dos anos 80, com a trilha sonora de “Chariots of Fire” (1981). O tema ficou mundialmente conhecido, tornando-se o tema das maratonas de todo o mundo, rendendo ao compositor o Oscar de Melhor Trilha Sonora em 1982.



Após o grande sucesso de “Chariots of Fire”, Vangelis também trabalhou com o diretor Ridley Scott, compondo trilhas também memoráveis, como “Blade Runner” (1982) e “1942: Conquest of Paradise” (1992).



Vangelis ficou mundialmente conhecido com suas trilhas sonoras, especialmente de “Chariots of Fire”, mas seu foco principal era sua carreira solo. O compositor sempre relutou bastante para dar entrevistas, e mesmo sendo famoso, nunca desejou ficar aberto à imprensa. Ele costuma dizer que ao invés de dar entrevistas, ele transmite suas opiniões sobre o mundo com sua música. Entre os anos 80 e 90, Vangelis compôs uma série de álbuns com participações de vários artistas, em especial o cantor da banda Yes, Jon Anderson. Em 2001, lançou o disco “Mythodea”, sendo um álbum mais orquestral do que eletrônico. Um dos seus últimos trabalhos com filmes foi a trilha sonora de “Alexander” (2004), Oliver Stone.



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