sexta-feira, 8 de julho de 2011

Corações Perdidos
(Welcome to the Rileys, 2010)
Drama - 110 min.

Direção: Jake Scott
Roteiro: Ken Hixon

Com: James Gandolfini, Melissa Leo e Kirsten Stewart



Frustrado em um casamento sem futuro e atormentado por um trauma que o fez ruir, Corações Perdidos é a história de Doug, um homem de meia idade que luta todos os dias para manter-se vivo em um casamento que o força a pensar que está morto. Sua esposa, Lois, sofre de depressão causada pela morte da filha (o tal trauma) que a impede de sair de casa, a força a tomar remédios e impede qualquer relação mais intima com seu marido.


Doug, mesmo amando sua esposa, sente-se perdido e durante uma viagem de negócios a Nova Orleans, acaba conhecendo e se relacionando com uma stripper muito jovem, chamada Mallory. Visivelmente enxergando sua filha na figura da garota, Doug tenta vencer seus traumas ao mesmo tempo em que tenta se reencontrar e continuar vivendo.


O que é mais interessante nessa segunda incursão do diretor Jake Scott pelos longas-metragens, são as excelentes interpretações de James Gandolfini (famoso pela série Os Sopranos) como o sensível e atormentado Doug e da mercurial Melissa Leo (oscarizada por O Vencedor) como a introvertida e cheia de problemas Lois. Completa o trio de protagonistas, a regular (mas que aqui não compromete) Kirsten Stewart, como a desbocada e insolente stripper Mallory.



Gandolfini mantêm-se sempre interessante e procurando encontrar uma maneira de se aproximar da garota, mesmo encontrando dificuldades devido à petulância e a auto-suficiência da garota. Fragilizado pelo trauma da morte de sua filha e por não conseguir se encontrar, enfrenta a resistência de sua própria mulher, que insiste em ver-se como um vegetal esperando a morte chegar. Leo por sua vez atua no mesmo tom de sua personagem (igualmente indicada ao Oscar) em Rio Congelado. Frágil, embora tenha força de vontade suficiente para enfrentar seus medos e tentar voltar a viver.


Stewart é uma atriz limitada, e embora sua personagem seja o McGuffin do filme (um "objeto" desconhecido que serve para movimentar a história) já que não tem passado e pouco se descobre sobre sua vida, não tem nem de longe a mesma intensidade ou qualidade interpretativa que Leo e Gandolfini. Repare na sequencia em que a personagem de Leo revela sua mágoa a personagem de Stewart. Intensa, a veterana atriz conta com doçura e remorso seus medos para receber em troca uma frase ruminada entre dentes e dita de forma apressada e sem nenhuma intensidade por sua parceira de cena. Stewart é jovem, mas precisa urgentemente entender que precisa saber atuar para não ficar marcada para sempre como a apaixonada Bella da série Crepúsculo.



A direção de Jake Scott é simplista e ele parece compreender que o mais importante em seu filme é a interação de seus personagens, por isso mantém sua câmera sempre fixa naqueles atores, optando por quase esquecer da ambientação. Conhecemos Nova Orleans de outros filmes, sempre retratada como um templo da alegria, da música e da diversão. Aqui isso quase não aparece, e a questão do filme se passar na cidade não tem tanta importância (talvez apenas geográfica) para a narrativa. A Nova Orleans de Scott não é diferente da Indianápolis também mostrada no filme. Características de um diretor (e um roteiro) que ou é falho em sua proposta, já que não cria um ambiente para a ação, ou que faz parte da característica daquela história e - talvez - da falta de confiança do comandante para ir um pouco mais além do óbvio.


Apesar da qualidade de seu elenco, é impossível não ser um que de decepção com o final um tanto quanto maniqueísta e óbvio, apelando para o clichê do personagem irrecuperável e esquecendo das muitas (mesmo) idéias que o roteiro de Ken Hixon joga pela tela e que não são aproveitadas. Nada parece ser desenvolvido e a conclusão é de que o baby Scott (filho de Ridley) ainda parece imaturo para segurar "no braço" uma história com tão poucos personagens e com uma ação tão centrada na discussão de idéias e conceitos.


Um comentário:

  1. poderia ser bem melhor esse filme,pra mim só valeu a pena ver pena belezura que é a menina do crepúsculo

    ResponderExcluir