Illegal
(Illegal, 2010)Drama - 90 min.
Direção: Olivier Masset-Depasse
Roteiro: Olivier Masset-Depasse
Com: Anne Coesens, Alexandre Gontcharov e Olga Zhdanova
Illegal fala sobre uma realidade nos países europeus: a imigração "ilegal". O filme de Olivier Masset-Depasse acompanha a vida e os problemas de Tania (vivida com intensidade e eterno estado de tensão por Anne Coesens), uma imigrante russa que vive a muitos anos na Bélgica com o filho Ivan.
Um dia de forma absolutamente banal, é descoberta e levada para uma espécie de prisão que abriga os imigrantes ilegais do país enquanto os mesmos não são extraditados para seus países. Tania vê seu mundo ruir e precisa manter-se forte enquanto aguarda uma eventual soltura.
Illegal tenta ser um libelo contra as regras de imigração belgas (e imagino européias), mas emperra em seu próprio tema. Fica cabeceando em uma história interessante é verdade, mas mal conduzida, que apela para o constante tédio e sensação de que nada acontece por ali.
Apenas nos últimos vinte minutos o filme melhora e realmente alguma coisa acontece. Durante esse ínterim, onde pouca coisa realmente te emociona ou faz pensar, o único destaque vai para a interpretação de Coesens. Lutando contra um roteiro previsível e chato em diversos momentos, a atriz precisa criar tensão onde não existe e se desdobrar pra fazer sua personagem interessante.
Apesar de vinte minutos interessantes, a conclusão do longa (melodramática e inconclusiva) apenas piora a situação. Além de não ser original, falha em não conseguir transmitir emoção aos espectadores que acompanham a história interessante mas estéril emocionalmente, que tenta se equilibrar entre ser "real" e mostrar o melodrama envolvendo Tania, seu filho e seu temor de voltar a seu país.
O que o filme aponta como real e cru, já vimos melhor, mais cru e com maior intensidade. Já o melodrama é igualmente inconstante, mas prende mais atenção, já que nos sentimos intrigados e ansiosos com a solução da crise envolvendo a prisão da mulher.
Illegal poderia ser tão, ou mais interessante quanto Caminho para Guantánamo, Expresso da Meia Noite, Maria Cheia de Graça entre tantos outros filmes que abordam imigração, prisões, maus tratos e afins. Desequilibrado e de conclusão apressada, o filme de Olivier Masset-Depasse só pode ser encarado como um ensaio para algo bem melhor.
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