O tempo para ver as estreias rarearam, mas continuo vendo filmes (e até algumas estreias porque não?). E quem quiser continuar lendo está convidado a acompanhar essa "nova fase" do blog. Resenhas (e não mais crítica longas) diretas ao ponto, sobre o que "andei vendo".
PS: vou tentar manter esse tipo de publicação constante.
(Fruitvale Station, 2013)
Direção: Ryan Coogler
Roteiro: Ryan Coogler
com: Michael B. Jordan, Octavia Spencer, Melonie Diaz
Antes de começar, um lembrete. O Gabriel Papaléo já escreveu sobre esse filme durante sua cobertura do Festival do Rio do ano passado. Quem quiser ler, segue link aqui.
Pois bem, esse foi o último filme que assisti em 2013. Não foi intencional. Assisti esse e estava querendo ver alguns outros, mas fiquei tão "mexido" com o que acompanhei nessa pedrada que ficou bem difícil conseguir seguir em frente na maratona. A história - baseada em fatos reais - é bastante comum a quem mora em qualquer grande cidade grande: acompanhamos a história do jovem Oscar Grant (Michael B. Jordan) que está tentando se equilibrar na vida depois de anos de delinquencia e "vida loka". Ele tem uma namorada e uma filhinha e acaba de ser demitido de seu emprego em um supermercado. Durante um dia, o último do ano de 2008, vamos ver seus encontros com uma serie de personagens e algumas resoluções sobre seu futuro.
O filme é muito inteligente em já preparar o espectador para o que vem a seguir, mostrando em sua primeira cena, algo que vai nos fazer acompanhar toda a produção com a sensação de estarmos vendo uma tragédia anunciada. Na tal cena, vemos alguns garotos deitados de barriga pra baixo e a ação absolutamente exagerada dos seguranças de uma estação do metrô. A cena termina com um estampido e gritos. O que terá acontecido?
Automaticamente vamos acompanhar aquele dia, já com aquela imagem na cabeça de que alguma coisa muito ruim vai acontecer. Por isso, acompanhar o jovem Oscar tentar mudar e melhorar parece ainda mais melancólico e difícil, e todo seu esforço acaba ganhando dimensões ainda mais intensas. Seu desejo de mudar e melhorar pode até parecer exagerado, mas diante do que o filme parece nos querer dizer, nos cria simpatia por aquele garoto que não é - e nem pretende ser - um herói. Cheio de falhas, problemas em casa, envolvimento com drogas, Oscar é um ser humano, e antes que a "tia conservadora" dentro de você ataque, basta dizer que esse realismo faz do personagem ainda mais admirável, já que ele demonstra força pra tentar sair dessa situação. A interpretação de Jordan é excelente e ao lado de Octavia Spencer (que vive sua mãe) são as âncoras do filme. Octavia emociona o espectador especialmente na última meia hora com uma naturalidade que impressiona. É difícil não se deixar levar e sentir-se ligado a essa realidade, tão - infelizmente - comum.
Fruitvale é - de longe - um dos filmes mais intensos de 2013 e merecia uma porrada de prêmios e principalmente, a sua atenção.
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