sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Meu Malvado Favorito
(Despicable Me, 2010)
Comédia - 95 min.

Direção: Pierre Coffin e Chris Renaud
Roteiro: Ken Daurio

Com as vozes de: Steve Carell, Jason Segel e Julie Andrews



Desde que a animação passou a ditar as regras dos blockbusters americanos, praticamente todos os estúdios resolveram apostar em filmes "para toda a família” estrelada por personagens fofos, engraçados, aventureiros e afins.


Obviamente esse não é o caso da Pixar, que é um caso MUITO a parte, sendo responsável por alguns dos melhores filmes da década, incluindo ai Ratatouille, Wall-E e Toy Story 3.


Os demais vivem de historinhas bem menos inspiradas, geralmente apelando para gags físicas ou a inserção de piadas "adultas" num contexto diferenciado, querendo fazer rir os mais velhos, enquanto os pequenos - na visão deles - vão ficar empolgados com as cores brilhantes e personagens carismáticos.



Essa fórmula de bolo é a receita da Dreamworks em especial, que se caracteriza como o estúdio das animações esquecíveis, uma ou duas por temporada, que são divertidas mas que não trazem personagens ou histórias dignas de registro. A Universal vai pelo mesmo caminho, em especial com esse Meu Malvado Favorito.


Nesse, o foco é um anti-herói chamado Groo, que deseja ser o maior vilão do mundo, mas que não consegue muito sucesso em seu intento. Atrapalhado e dotado de um ajudante/cientista maluco e de "peões" de forma humanóide que vestem um estranho uniforme amarelado ele planeja seu maior plano: roubar a lua.


Para isso ele precisa recuperar uma arma que ajudará seu plano, que está em posse de um vilão bobalhão e nerd chamado Vetor. Entram ai três órfãs que podem ajudá-lo a recuperar a arma, ao mesmo tempo em que as crianças vão se apegando ao vilão.



Previsível desde o primeiro minuto, Meu Malvado aposta nas gags físicas de seu personagem principal e na voz de Steve Carrel, que interpreta o personagem principal. Em determinadas seqüências o filme é muito bem sucedido (em especial em uma que envolve um vídeo conferencia com um dono de banco), mas no todo o filme tenta apresentar o mesmo sentimento que os filmes da Pixar trazem misturando com o humor bobalhão da Dreamworks. Pende mais para o primeiro, porém falta à capacidade dos magos da turma de Lasseter para criar bons diálogos e uma linha narrativa que se é razoavelmente previsível, não ofende o público infantil e agrada muito os mais velhos.


O filme da Universal não consegue a atenção dos pequenos por não ter personagens carismáticos. Mesmo os seres "amarelados" com seu humor Tex Avery, não conseguem se destacar por terem pouco tempo de tela e servirem sempre - e a exaustão - como alívio cômico. Groo, por sua vez, é um personagem divertido sim, mas que perde pontos por ter em seu adversário um personagem medíocre. O cidadão que criou o tal de Vetor merece ser demitido. Dotado de uma falta de humor impressionante, o personagem deveria satirizar um nerd, mas não consegue nem isso, sendo incapaz de criar uma piada memorável ou mesmo uma linha de diálogo que faça referencia de forma inteligente a sua idéia de sátira. As crianças funcionam, é verdade, mas o acesso de sacarose na ultima parte da história incomoda.



Meu Malvado é mais uma animação esquecível, dotada de razoável apuro técnico, boas gags, mais que não funciona como história. Sobram piadinhas visuais, e a mania irritante de inserir músicas/sátiras/diálogos do "mundo adulto" numa produção de toda família, numa tentativa forçada de chamar público. Quando Shrek fez isso, era uma quase novidade, hoje é um clichê sem graça e que não ajuda em nada o filme.


A bilheteria foi boa, portanto devemos ter mais uma chance para Groo nas telas de cinema. Esperemos que dessa vez o personagem tenha uma boa história a seu serviço e um vilão um pouco mais desafiador.





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