sexta-feira, 18 de março de 2011

Santuário
(Sanctum, 2011)
Ação/Aventura - 108 min.

Direção: Alister Grierson
Roteiro: John Garvin e Andrew Wight

Com: Rhys Wakefield, Richard Roxburgh e Ioan Gruffudd


James Cameron tem o toque de Midas, pois somente essa condição pode justificar que uma bobagem chatíssima como Santuário possa ter vida numa tela de cinema.

Essa aventura conta "uma história real" que se eu fosse um dos envolvidos - direta ou indiretamente - teria vergonha de mim mesmo e ainda processaria os produtores dessa aberração. A história fala sobre essa gigantesca e belíssima caverna e um grupo de exploradores que tentam descobrir lugares inexplorados dentro dela.


Obviamente alguma coisa muito errada acontece e os coitados - nem tão coitados assim - precisam encontrar uma maneira de sair de lá.


Há alguns anos, um pequeno filme de terror inglês chamado Abismo do Medo tinha premissa semelhante: gente presa numa caverna que precisa lutar para se salvar. No terror mencionado os personagens encontravam uma civilização de mutantes avessos ao sol enquanto resolviam seus problemas de relacionamento. Em Sanctum imaginei que veríamos algo assim pelas indicações de seu trailer, mas ao surgir antes mesmo da primeira imagem a "saborosa" frase: baseado em fatos reais, minhas pequenas expectativas ruíram a quase nada. Fiquei pensando: como manter o espectador entretido por uma hora meia em uma história sobre gente presa em uma caverna. Pior, uma caverna submersa. Quais seriam os conflitos e situações que seriam necessários criar para a audiência permanecer ativa durante o filme.


A resposta: daddy issues. Sim amigos. A grande questão é a dificuldade de relacionamento entre o protagonista Josh (o insípido Rhys Wakefield) e seu pai, o agressivo e "sem coração" Frank (Richard Roxburgh). E nessa tocada o filme vai por longos 108 minutos, misturando a dificuldade de relacionamento do garoto com as - evidentes - mortes de boa parte da equipe, formada por estereótipos como o do folgado explorador (Carl), a mulher que não sabe os seus limites (Jules), o cara que esconde uma doença (George) e a menina que não deveria estar lá (Victoria).



Outra falha grosseira é que nunca temos dimensão do tamanho da caverna. A exceção da belíssima tomada de helicóptero inicial e da primeira descida dos exploradores ao solo, a caverna parece pequena e o diretor Alister Grieston não consegue apresentar nada além de uma constante sensação de claustrofobia. Não que não funcione no contexto - já que os caras estão lá presos e sem saída visível - mas, nunca vemos a dimensão real daquela caverna, que o próprio filme em seu início apresenta como sendo enorme, inexplorada e vastíssima.


Em vez de apresentar locações que aprofundem essa sensação, Grieston prefere situar seus personagens e história em ambientes quase idênticos e apostar em "chefes de fase" para marcar mudanças ou viradas em sua história. Estão lá: o penhasco impossível de vencer, lugares apertados, sacrifícios, e luta pelo poder. Tudo isso que você já viu antes em melhor forma e de maneira mais criativa.


Por isso, o rótulo baseado em fatos reais não convence ninguém. Parece tudo tão derivativo que é questionável que tal história seja - da forma apresentada - verídica. Além da óbvia apresentação dos personagens (ou pessoas reais) que são patéticas em quase toda a totalidade, em especial o nosso protagonista mimado e seu pai, um valentão de bom coração.



Mas nada é pior do que a medonha presença de Ioan Gruffudd (o Sr. Fantástico dos dois filmes da Marvel) como Carl. Sua interpretação beira a peça infantil, e mesmo quando precisa apresentar emoção não consegue nada além de um olhar de cachorro pidão e soluços exagerados. Cada momento de Gruffud no filme é um segundo que se perde tempo. Seu personagem não apresenta nada, não faz nada e não merecia nem estar ali.


Sanctum é uma brincadeira de Cameron com uma de suas paixões - o mergulho - e poderia ter ficado como filme caseiro mesmo. Cameron produziu Aliens of the Deep e podia ter parado por ai. Sanctum é fajuto como história real, fraco como aventura escapista e uma bobagem ofensiva quando colocamos ao lado das demais produções do criador dos Navi's, do Terminator...

Um comentário:

  1. Nunca assistir,na verdade nem conhecia esse filme.
    talvez naum tavam preparados ou falou ai,calculos da parte deles.
    Da hora teu blog heim.
    parabéns.
    Seguindo certo,me segue ai tbm.
    http://hiphopactivistface.blogspot.com/
    abçs
    @Ativista2

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