Amigos Inseparáveis
(Stand Up Guys, 2012)
Comédia - 95 min.
Direção: Fisher Stevens
Roteiro: Noah Haidle
com: Al Pacino, Christopher Walken, Alan Arkin, Juliana Margoulies, Lucy Punch
Essa é uma reunião
de ótimos atores, uma historia simples e resultado mediano. Assim dá pra
resumir muito facilmente Amigos Inseparáveis, produção que trás Christopher
Walken como um bandido aposentado que é o único amigo de Val (Al Pacino) um ex-condenado, que
acaba de ser solto depois de trinta anos preso.
A historia se
passa toda em um dia e algumas horas, retratando a rotina desse encontro entre
velhos amigos e seus planos para a comemoração da liberdade. No entanto, existe
uma trama muito mais sinistra por trás dos tapinhas nas costas e das
celebrações. Uma antiga vingança arquitetada pela vitima do crime que causou a
prisão de Val e que envolve diretamente a personagem de Christopher Walken,
Doc.
O problema é que a
história é obvia. Você consegue telegrafar praticamente todos os momentos de
intensidade da produção, graças a um roteiro que não presa pela sutileza. Se
Val sai da cadeia maluco por uma mulher, é claro que - devido a sua idade - ele
não irá conseguir manter-se ativo e precisará de auxílio médico, o que leva a
uma gag infeliz em que coloca Al Pacino num hospital precisando ter o sangue
retirado de - vocês imaginam onde - devido à ingestão desnecessária e abusiva
de comprimidos. Tudo isso para introduzir a filha do parceiro, vivida por
Juliana Marguiles e posteriormente o terceiro membro da gangue vivido por Alan
Arkin.
A casa de
prostituição que serve de cenário para os imbróglios sexuais surge em excesso
na trama e também por questões cômicas. Assim como uma desnecessária subtrama
que envolve uma garota violentada e que é tratada de forma excessivamente
natural para o extremismo da ação acontecida.
Mesmo entre as
interpretações ninguém sai do lugar comum. Juliana Marguiles entra e sai de
cena e sua personagem mal desenvolvida tem uma facilidade em compreender
tragédias e manter-se equilibrada que é digna de estudos aprofundados. Lucy Punch
como a cafetina mais estranha que o cinema recente já mostrou é outra que não
sabe a função de sua personagem. Vista talvez como um elemento cômico da trama,
as piadas prontas e óbvias derrubam qualquer intenção de graça que a personagem
poderia ter.
E chegamos ao trio
central. Se Alan Arkin cumpre dele o que se espera, embora um pequeno
arrependimento inserido na trama soe forçado diante da falta de importância que
ele acaba ganhando no decorrer das ações, Al Pacino - como há anos - está no
automático. A fala cada vez mais grave, os mesmos trejeitos e cacoetes de
interpretação como os longos olhares de cima pra baixo, como se ele usasse
aquilo para ler o interlocutor, estão sempre presentes. Dizem que Pacino mata a pau no teatro e não
duvido que o esteja fazendo, mas seu ultimo trabalho de destaque no audiovisual
foi Você Não Conhece Jack, uma produção de tv.
E Christopher
Walken, que é o protagonista, tem a missão de carregar nas costas o
filme. A história gira em torno de seu personagem e os medos e arrependimentos
dele movem-na adiante. Walken é outro ator calejado e cheio de tiques de
interpretação (alguns facilmente parodiados) que nesse caso mostram-se
comedidos. Além do plot básico, que o leva a questionar sua amizade versus sua própria
vida, ainda é nos apresentado uma outra trama que lida com seus traumas
passados e sua relação com uma bondosa (praticamente uma santa) garçonete que
parece trabalhar todas as horas do dia (o filme inclusive faz piada com isso).
Amigos
Inseparáveis em resumo é aquele típico filme com cara de "direto para
vídeo". Não fosse o elenco de estrelas dificilmente escaparia desse
destino. Como tem algumas caras mais famosas a produção de Fisher Stevens ganha chance na
tela grande, embora não consiga ir muito além do lugar comum.
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