sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Amizade Colorida
(Friends with Benefits, 2011)
Comédia/Romance - 109 min.

Direção: Will Gluck
Roteiro: Keith Merryman, David A. Newman e Will Gluck

Com: Justin Timberlake, Mila Kunis, Patricia Clarkson, Jenna Elfman e Richard Jenkins

Não é preciso chegar nem a metade de Amizade Colorida para descobrir com precisão matemática, como o filme de Will Gluck irá terminar, já que apesar de "brincar" com a idéia das convenções desse gênero tão maltratado é no fundo mais uma comédia romântica óbvia, apenas salpicado de uma pretensa modernidade e muitas referencias pop da época o que devem fazer do filme datado em pouquíssimo tempo.

O filme narra a história de duas pessoas profundamente desiludidas com relacionamentos. Apresentados com uma montagem que nos dá a entender que os personagens principais namoram e estão prestes a se encontrar, Dylan (Justin Timberlake) e Jamie (Mila Kunis) são jovens, bem sucedidos e que se enxergam como "estragados" para o amor. Dylan trabalha em um blog de sucesso e que lhe basta para pagar suas contas (coisas infelizmente apenas de americano) e Jamie é uma headhunter ávida, que convida Dylan para vir a Nova Iorque (ele mora em Los Angeles) com a proposta de ser o diretor de arte da famosa revista GQ.

Logo, os dois se entendem, e passam a sair juntos, mantendo uma amizade divertida e que faz bem aos dois, machucados por recentes términos de namoro. Um dia, vendo uma melada comédia romântica, começam a divagar sobre as convenções do gênero e do amor em si, e decidem, iniciar um relacionamento puramente sexual sem nenhum compromisso, e ainda manter a amizade.


Recentemente, dois outros filmes trataram de temáticas semelhantes, Anne Hathaway e Jake Gyllenhaal estrelaram Amor e Outras Drogas, e Natalie Portman e Ashton Kutcher estiveram em Sexo sem Compromisso, que é ainda mais parecido com o filme criticado aqui. Enquanto Amor e Outras Drogas era mais ousado e tinha uma certa dose de drama, Sexo sem Compromisso é basicamente a repetição da mesma história de Amizade Colorida.

Isso me leva a crer que o "tema" dessa temporada tenha sido esse, com executivos correndo em seus escritórios aprovando projetos com astros jovens e sexualmente atraentes com intuito de capitalizar o máximo possível. Nesse triunvirato do sexo fácil, vence com sobras o filme de Hathaway. Além de mais intenso e realmente sexy ainda tinha uma discussão um pouco mais profunda e interessante por trás de todo o açúcar.

Já Sexo sem Compromisso e Amizade Colorida, sofrem do mesmo mal. Condenam abertamente a comédia romântica e suas convenções, mas no fim, querem dizer que essa história de "mudernidade" e sexo fácil é errado, condenável e que não te trará felicidade. Sem julgar valores do que é certo ou errado, o problema é que escolher essa saída convencional condena o filme ao hall das produções ordinárias e que se sustentam na persona de seus interpretes. É nisso que o diretor Will Gluck e os roteiristas Keith Merryman, David A. Newman e o próprio Gluck apostam sem nenhum pudor. Que Timberlake e Kunis conseguirão manter o interesse do público e apresentar um bom trabalho.


Não é segredo algum que gosto do trabalho de Timberlake como ator, e que o mesmo vem se tornando cada vez mais competente e versátil. O mesmo pode se dizer de Mila Kunis, que vem de um trabalho sensacional em Cisne Negro. Por isso, em comparação com seu irmão de alma (Sexo sem Compromisso), Amizade Colorida vence a corrida, já que Timberlake é muito mais talentoso do que o insosso Ashton Kutcher.

O elenco de coadjuvante de Amizade também é interessante. A sempre talentosa Patricia Clarkson como a hiponga mãe de Jamie tem bons momentos, assim como Richard Jenkins que é quase um mágico ao conseguir tirar de tão pouco uma interpretação tão segura. E chegamos ao hilário Woody Harrelson, aqui vivendo o diretor de esportes da revista. Brincando com nossas expectativas, faz de Tommy, um homossexual viril e que não se encaixa nos estereótipos que o cinema geralmente apresenta ao público.

Mas, apesar de tiradas divertidas e muitas e muitas referências pop (que vão de citações de filmes, ao Google até o uso do flashmob como parte importante da história), Amizade Colorida é a velha (e melhor contada milhões de vezes) história do garoto encontra garota-se apaixonam-brigam-final feliz, tal qual um conto de fadas cheio de sacarose para um público cada vez mais abobalhado e engolidor de pipoca. Bobinho e descartável.



2 comentários:

  1. gostei muito do blog, estou seguindo,abraços.
    www.osenhordosfilmes.blogspot.com

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  2. gostei do filme, vi alguns blogs com criticas mais positivas dele

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