sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Lanterna Verde: Primeiro Vôo(Green Lantern: First Flight, 2009)Aventura - 77 min.

Direção: Lauren Montgomery
Roteiro: Alan Burnett

Com as vozes de: Christopher Meloni, Victor Garber, Tricia Helfer, Michael Madsen e John Larroquette

De pelo menos cinco anos para cá, o Lanterna Verde - e sua tropa - tem sido o grande (senão for o único) personagem dos quadrinhos da DC. O roteirista Geoff Johns criou três sagas seqüenciais que colocaram o campeão esmeralda no centro dos principais acontecimentos de seu universo.

Teoricamente, após a trindade - Batman, Mulher Maravilha e Superman - o personagem mais importante do panteão dos heróis da editora é Hal Jordan e sua encarnação de Lanterna Verde. É talvez por isso, que a próxima franquia nos cinemas sobre os personagens DC seja o do "homem do anel verde". E preparam-se para uma nova série animada centrada nos Lanternas Verdes e que estréia ano que vem também.


Lanterna Verde: 1º Vôo conta a origem - mais um filme de origem - do mais importante dos Lanternas Verdes, Hal Jordan. Porém diferente do que é mostrado em Liga: Nova Fronteira, a origem do personagem e seus eventuais traumas são apresentados em corridos cinco minutos, dando a impressão de cara, que a abordagem da história e seu plot é sobre o eterno - e aqui em sua primeira "encarnação" - conflito entre Hal e Sinestro.

A idéia do filme é transformar a história numa aventura sci-fi com conceitos retirados da HQ. Essa "pressa" em apresentar Hal como Lanterna é arriscada já que o personagem descobre como usar seus poderes quase de imediato, dominando - pelo menos o básico - de forma muito simples, o que causa ao filme uma falta de credibilidade quanto ao público que imagina que é fácil ser um Lanterna e que qualquer um usando o anel consegue criar qualquer coisa.


Esse prequel quase derruba de início a aventura cheia de plot twists (simplórios) que tenta abranger a mitologia do personagem inserindo uma investigação criminal - simplória também - que envolve os personagens da trama. O "quem matou" presente na cultura pop desde seus primórdios aqui também é utilizada, obviamente sem grande profundidade ou desenvolvimento maior, já que esse plot serve apenas para aumentar a rivalidade entre Hal e seu antagonista Sinestro.

Sinestro é retratado como um homem que em sua moral entorpecida busca a justiça pelo único meio que conhece: o medo. Em sua jornada não mesura as conseqüências ou mesmo não se esconde de ter de "sujar as mãos" para atingir seus objetivos.

Hal por outro, é um protótipo de herói americano. Forte, consciente, justo e inteligente. Uma caricatura que é bastante fiel ao que os primeiros quadrinhos imaginavam como ideal de herói. Jordan não apresenta conflitos em - por exemplo - partir em uma missão no espaço sem avisar sua namorada, ou mesmo sentir-se só no meio de uma gama de alienígenas estranhos e muito mais poderosos do que ele. O desenvolvimento psicológico de Jordan é raso como um pires e faz falta para o público. Uma vez que seu herói não tem conflitos e não apresenta medos ou dúvidas como fazer com que ele seja compreendido como um "ordinary guy" que foi escolhido sem saber para essa tarefa interplanetária.


Tecnicamente o filme é um pequeno retrocesso em relação à beleza de Mulher Maravilha. Mais ligado ao estilo "tradicional" das animações da Warner de heróis e seu criador Bruce Timm, o filme tem cenários mais simples (a exceção da bateria de Oa) e personagens mais quadrados e menos expressivos, o que não chega a atrapalhar o filme, mas que é inferior a produção anterior do estúdio.

Outra coisa que incomoda é o CG usado em algumas seqüências que misturam animação tradicional com técnicas mais modernas. Não que - em princípio - seja contra. Mas esse tipo de trabalho precisa ser bem realizado para não destoar e parecer falso.

O elenco de atores é bastante competente, tendo a frente Christopher Meloni (da série Law & Order: Special Victims Unit) como Hal Jordan, Victor Garber (que vivia Jack Bristow na série Alias) como Sinestro, Tricia Helfer (da série Battlestar Galactica) como Boodikka, Michael Madsen como Kilowog e John Larroquete (veterano de diversas séries como: O Desafio) como Tomar Re.


Aliás os coadjuvantes - todos pertencentes à mitologia dos Lanternas Verdes - estão bem caracterizados, apesar de terem suas origens e desenvolvimento (leia-se mortes) diferente do que ocorria nas hq's.

Lanterna é uma aventura sci-fi razoável que não "ofende" o personagem mas que não trás nenhuma seqüência que se destaque ou momentos de grande importância. Mesmo o discurso dos Lanternas - que tende sempre a ser épico - aqui não causa comoção. Talvez o filme com Ryan Reynolds que entra em cartaz no próximo ano seja uma versão mais divertida e emocionante do que a animação dirigida pela bela Lauren Montgomery.

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