Star Trek
(Star Trek - 2009)
127 min. - Ficção Científica
Direção: J.J. Abrams
Roteiro: Roberto Orci e Alex Kurtzman
Com: Chris Pine, Zachary Quinto, Eric Bana, Bruce Greenwood, Karl Urban, Zoe Saldana, Simon Pegg, John Cho, Anton Yelchin, Ben Cross e Wynona Rider
Estamos diante do melhor, e bota melhor nisso, blockbuster do ano. Star Trek de J.J. Abrams é um desbunde visual, técnico e "filosofico".
Star Trek, ou Jornada nas Estrelas, é talvez a grande responsável pela criação de toda uma cultura nerd/geek. Gene Roddenberry , o criador da série, com certeza não podia imaginar que seu show seria tão cultuado, amado e respeitado até hoje.
Falando ainda da mitologia da franquia, é necessário dizer que além da série clássica (da onde o filme de Abrams "rouba" os personagens) que com certeza é a mais popular e bem sucedida, houveram outras inúmeras re-imaginações e continuações. Além é claro de filmes. Os seis primeiros abordando a tripulação da série antiga e os quatro mais recentes com a tripulação de A Nova Geração (destacando-se Patrick Stewart como o capitão Jean-Luc Picard, Brent Spiner como o andróide Data entre outros).
O que diferencia então a obra de Abrams frente a outras dez produções que abordam o universo Star Trek ?
Em uma palavra: RESPEITO.
É notório, tanto para fãs quanto para simples amantes de cinema, que os filmes da série são em sua grande maioria ruins. Dentre a gama de dez produções destacam-se apenas A Ira de Khan (o segundo da tripulação clássica) e Primeiro Contato (o segundo da tripulação de Picard). Os demais, possuem bons momentos mais em conjunto não agradam totalmente.
Por isso, é de destacar o enorme respeito com que J.J. Abrams e equipe conduziram o espetáculo visual de Star Trek. A começar pelo roteiro (incrivelmente escrito pelos mesmos responsáveis pela porcaria Transformers 2) que ao mesmo tempo que enche de referências a série clássica o filme, cria uma possibilidade para a "recriação" do universo Star Trek usando uma das fórmulas mais batidas (e funcionais) do cinema.
Outro motivo para celebrar essa visão de Abrams é seu perfeito senso de utilização dos efeitos visuais. Nunca querendo que eles sobrepujem o poder das palavras e da sua brilhante condução dos personagens.
Aqui cabe um parenteses. Sou um grande fã de LOST e notei diversas referências visuais e estilisticas a série, um vício que a princípio é perdoável, visto que Abrams dirige seu segundo filme, mas que espero que com o tempo essa linguagem seja mais depurada.
Um desses vícios é a colaboração com Michael Giacchino que é o responsável pela trilha sonora da série e do filme. Notem logo no começo do filme uma cena que fez pensar no momento em que veria John Locke adentrar a nave com sua faca de caçador. Outra característica retirada da série foi o frequente uso da câmera em travelling ou com sua movimentação fluída. Geralmente esse efeito me cansa e me faz "perder o frame" e me sentir perdido, porém nesse caso o uso dela não me incomodou.
A história, sem dar spoilers, é um tradicional conto de vingança. Temos o antagonista, o capitão Nero (vívido com fúria e intensidade por Eric Bana, ajudado pela ótima maquiagem), que ao ter seu planeta explodido parte em vingança contra a federação dos planetas unidos e especialmente contra uma pessoa em particular.
Ao mesmo tempo, a principal linha narrativa mostra a formação do caráter e da visão da vida dos dois personagens mais icônicos e tradicionais da franquia. O Capitão James T. Kirk (recriado nos mínimos detalhes interpretativos por Chris Pine, que havia feito apenas O Diário da Princesa 2) e o Sr. Spock (Zachary Quinto perfeito).
Os recorrentes flashbacks (ecos de LOST) nos mostram como os personagens se tornaram o que são e sua eterna busca (ecos de LOST 2) por seu lugar no mundo.
Falando diretamente das atuações, é de se aplaudir de pé a brilhante construção de personagem feita pelos dois protagonistas. Emulam trejeitos de William Shatner em Pine, apesar da óbvia diferença física entre os dois. Pine conseguiu sua grande chance de aparecer e recebeu um conceito A. Já Quinto merece uma ovação popular. Sua recriação do mitologico personagem vívido (e essa palavra encaixa-se perfeitamente) por Leonard Nimoy. Além da semelhança física, Quinto apresenta nuances antes desconhecidas no personagem. Quem já viu o filme, notará o que estou dizendo.
O mais legal de tudo isso é que vemos os personagens "nascendo" em nossa frente. Quando Pine refastela-se na cadeira de capitão por segundos podemos ver Shatner. Quando Quinto usa sua lógica vulcana sentimos a aura de Nimoy abençoando cada palavra. Só por esse quesito o filme já merece uma atenção especial.
Essa re-imaginação toma algumas liberdades poéticas quanto a série clássica que são devidamente explicadas pelo próprio roteiro. Por isso vemos o russo Chekov (Anton Yelchin contido mas convincente) e o envolvimento de Uhura (Zoe Saldana excelente, talvez em seu melhor papel) com um personagem.
John Cho, como Sulu talvez seja o ponto negativo da escalação dos atores. O Sulu original (o brilhante George Takei) era sereno, confiante e eficiente. Não sei, mas talvez por uma implicância minha não consegui desassociar Cho de seu personagem Harold, do cult-besta Harold & Kumar go to the White Castle. A todo momento esperei por Cho fazer uma gracinha, coisa que ele não faz, e (talvez pela "falta de capacidade" do ator) não me convenci de sua atuação.
Karl Urban , um ator que me parecia limitado, "come" o personagem imortalizado por DeForrester Kelly. Seu doutor "Magro" McCoy é sensacional. A recriação dos trejeitos, da neurose, da humanidade estampada em cada célula do personagem. Um incrível trabalho de estudo do personagem e de compreensão de quem é aquele ser humano a ser interpretado. Merecia mais tempo de tela.
Falando nisso, o mais prejudicado pela "fauna" de personagens (outra característica de LOST aqui reprisada e bem conduzida) é Simon Pegg, impagável como Montgomery Scott. Apesar de aparecer da metade para o final do filme, cada cena com sua participação é um delírio cômico.
Com tantos personagens a se explorar é claro que os "coadjuvantes dos coadjuvantes" perdem espaço. Ben Cross (o Barnabas Collins do remake da série cult Dark Shadows) tem pouco tempo para apresentar toda a parte vulcana de Spock, interpretando seu pai e Winona Ryder, praticamente numa ponta de luxo, menos tempo ainda para nos mostrar sua parte humana.
A condução da história é segura, com características "lostianas" (flashbacks, ação entrecortada com diálogos, inúmeros personagens com participação importante, trilha sonora presente, vilão com motivação tridimensional) e várias referências aos fãs da série. Desde a aparição do Capitão Pike (que no episódio piloto da série clássica era o capitão da Enterprise), ao uso das sainhas pelas tripulantes mulheres, a referencia ao Kobayashi Maru, a implicância de McCoy com Spock (citando "Seu macaco de sangue verde") entre outras.Só faltaram os klingons (com certeza devem dar as caras na sequência).
A fotografia é curiosa e nada sutil ao diferenciar os "três níveis" da aventura. Gelatina verde nos vilões (sempre escuros e "maus"), tons neutros na terra e amarelados em Vulcano (mesmo nas cenas internas). Esse detalhe me incomodou pois não sou um grande fã de filmes com mudanças bruscas de fotografia. Pra mim, isso transparece uma questão de simulação da realidade que não me convence. Outro ponto é a óbvia criação do clima romulano como escuro e "malvado". Me pergunto até quando o vilão sempre será retratado como escuro e sombrio.
Como disse acima, os efeitos complementam a ação e não são notados (o que é ótimo sinal, pois quando você sai de um filme comentando mais os efeitos do que a história, algo está muito errado) o que causa a sensação de imerção que é fundamental para um filme assim.
Nunca se viu uma Enterprise tão bela, tão perfeita e tão bem construída. Palmas a equipe de criação de efeitos visuais.
Sem a menor sombra de dúvida, é a melhor incursão da turma de Roddenberry no cinema. J.J. Abrams conseguiu respeitar os fãs, criar novos e ainda entreter aqueles que buscam apenas por uma diversão passageira.
TRAILER:
Star Trek, ou Jornada nas Estrelas, é talvez a grande responsável pela criação de toda uma cultura nerd/geek. Gene Roddenberry , o criador da série, com certeza não podia imaginar que seu show seria tão cultuado, amado e respeitado até hoje.
Falando ainda da mitologia da franquia, é necessário dizer que além da série clássica (da onde o filme de Abrams "rouba" os personagens) que com certeza é a mais popular e bem sucedida, houveram outras inúmeras re-imaginações e continuações. Além é claro de filmes. Os seis primeiros abordando a tripulação da série antiga e os quatro mais recentes com a tripulação de A Nova Geração (destacando-se Patrick Stewart como o capitão Jean-Luc Picard, Brent Spiner como o andróide Data entre outros).
O que diferencia então a obra de Abrams frente a outras dez produções que abordam o universo Star Trek ?
Em uma palavra: RESPEITO.
É notório, tanto para fãs quanto para simples amantes de cinema, que os filmes da série são em sua grande maioria ruins. Dentre a gama de dez produções destacam-se apenas A Ira de Khan (o segundo da tripulação clássica) e Primeiro Contato (o segundo da tripulação de Picard). Os demais, possuem bons momentos mais em conjunto não agradam totalmente.
Por isso, é de destacar o enorme respeito com que J.J. Abrams e equipe conduziram o espetáculo visual de Star Trek. A começar pelo roteiro (incrivelmente escrito pelos mesmos responsáveis pela porcaria Transformers 2) que ao mesmo tempo que enche de referências a série clássica o filme, cria uma possibilidade para a "recriação" do universo Star Trek usando uma das fórmulas mais batidas (e funcionais) do cinema.
Outro motivo para celebrar essa visão de Abrams é seu perfeito senso de utilização dos efeitos visuais. Nunca querendo que eles sobrepujem o poder das palavras e da sua brilhante condução dos personagens.
Aqui cabe um parenteses. Sou um grande fã de LOST e notei diversas referências visuais e estilisticas a série, um vício que a princípio é perdoável, visto que Abrams dirige seu segundo filme, mas que espero que com o tempo essa linguagem seja mais depurada.
Um desses vícios é a colaboração com Michael Giacchino que é o responsável pela trilha sonora da série e do filme. Notem logo no começo do filme uma cena que fez pensar no momento em que veria John Locke adentrar a nave com sua faca de caçador. Outra característica retirada da série foi o frequente uso da câmera em travelling ou com sua movimentação fluída. Geralmente esse efeito me cansa e me faz "perder o frame" e me sentir perdido, porém nesse caso o uso dela não me incomodou.
A história, sem dar spoilers, é um tradicional conto de vingança. Temos o antagonista, o capitão Nero (vívido com fúria e intensidade por Eric Bana, ajudado pela ótima maquiagem), que ao ter seu planeta explodido parte em vingança contra a federação dos planetas unidos e especialmente contra uma pessoa em particular.
Ao mesmo tempo, a principal linha narrativa mostra a formação do caráter e da visão da vida dos dois personagens mais icônicos e tradicionais da franquia. O Capitão James T. Kirk (recriado nos mínimos detalhes interpretativos por Chris Pine, que havia feito apenas O Diário da Princesa 2) e o Sr. Spock (Zachary Quinto perfeito).
Os recorrentes flashbacks (ecos de LOST) nos mostram como os personagens se tornaram o que são e sua eterna busca (ecos de LOST 2) por seu lugar no mundo.
Falando diretamente das atuações, é de se aplaudir de pé a brilhante construção de personagem feita pelos dois protagonistas. Emulam trejeitos de William Shatner em Pine, apesar da óbvia diferença física entre os dois. Pine conseguiu sua grande chance de aparecer e recebeu um conceito A. Já Quinto merece uma ovação popular. Sua recriação do mitologico personagem vívido (e essa palavra encaixa-se perfeitamente) por Leonard Nimoy. Além da semelhança física, Quinto apresenta nuances antes desconhecidas no personagem. Quem já viu o filme, notará o que estou dizendo.
O mais legal de tudo isso é que vemos os personagens "nascendo" em nossa frente. Quando Pine refastela-se na cadeira de capitão por segundos podemos ver Shatner. Quando Quinto usa sua lógica vulcana sentimos a aura de Nimoy abençoando cada palavra. Só por esse quesito o filme já merece uma atenção especial.
Essa re-imaginação toma algumas liberdades poéticas quanto a série clássica que são devidamente explicadas pelo próprio roteiro. Por isso vemos o russo Chekov (Anton Yelchin contido mas convincente) e o envolvimento de Uhura (Zoe Saldana excelente, talvez em seu melhor papel) com um personagem.
John Cho, como Sulu talvez seja o ponto negativo da escalação dos atores. O Sulu original (o brilhante George Takei) era sereno, confiante e eficiente. Não sei, mas talvez por uma implicância minha não consegui desassociar Cho de seu personagem Harold, do cult-besta Harold & Kumar go to the White Castle. A todo momento esperei por Cho fazer uma gracinha, coisa que ele não faz, e (talvez pela "falta de capacidade" do ator) não me convenci de sua atuação.
Karl Urban , um ator que me parecia limitado, "come" o personagem imortalizado por DeForrester Kelly. Seu doutor "Magro" McCoy é sensacional. A recriação dos trejeitos, da neurose, da humanidade estampada em cada célula do personagem. Um incrível trabalho de estudo do personagem e de compreensão de quem é aquele ser humano a ser interpretado. Merecia mais tempo de tela.
Falando nisso, o mais prejudicado pela "fauna" de personagens (outra característica de LOST aqui reprisada e bem conduzida) é Simon Pegg, impagável como Montgomery Scott. Apesar de aparecer da metade para o final do filme, cada cena com sua participação é um delírio cômico.
Com tantos personagens a se explorar é claro que os "coadjuvantes dos coadjuvantes" perdem espaço. Ben Cross (o Barnabas Collins do remake da série cult Dark Shadows) tem pouco tempo para apresentar toda a parte vulcana de Spock, interpretando seu pai e Winona Ryder, praticamente numa ponta de luxo, menos tempo ainda para nos mostrar sua parte humana.
A condução da história é segura, com características "lostianas" (flashbacks, ação entrecortada com diálogos, inúmeros personagens com participação importante, trilha sonora presente, vilão com motivação tridimensional) e várias referências aos fãs da série. Desde a aparição do Capitão Pike (que no episódio piloto da série clássica era o capitão da Enterprise), ao uso das sainhas pelas tripulantes mulheres, a referencia ao Kobayashi Maru, a implicância de McCoy com Spock (citando "Seu macaco de sangue verde") entre outras.Só faltaram os klingons (com certeza devem dar as caras na sequência).
A fotografia é curiosa e nada sutil ao diferenciar os "três níveis" da aventura. Gelatina verde nos vilões (sempre escuros e "maus"), tons neutros na terra e amarelados em Vulcano (mesmo nas cenas internas). Esse detalhe me incomodou pois não sou um grande fã de filmes com mudanças bruscas de fotografia. Pra mim, isso transparece uma questão de simulação da realidade que não me convence. Outro ponto é a óbvia criação do clima romulano como escuro e "malvado". Me pergunto até quando o vilão sempre será retratado como escuro e sombrio.
Como disse acima, os efeitos complementam a ação e não são notados (o que é ótimo sinal, pois quando você sai de um filme comentando mais os efeitos do que a história, algo está muito errado) o que causa a sensação de imerção que é fundamental para um filme assim.
Nunca se viu uma Enterprise tão bela, tão perfeita e tão bem construída. Palmas a equipe de criação de efeitos visuais.
Sem a menor sombra de dúvida, é a melhor incursão da turma de Roddenberry no cinema. J.J. Abrams conseguiu respeitar os fãs, criar novos e ainda entreter aqueles que buscam apenas por uma diversão passageira.
TRAILER:
Com certeza é maravilhoso!
ResponderExcluirÉ o melhor filme de JJ Abrams, que vem numa grande crescente como diretor.
O que me incomoda é que pouquissimos diretores conseguiram lançar dois filmes sensacionais consecutivamente!
"Star Trek", para mim, é uma das surpresas cinematográficas de 2009. Não sou uma trekker, não conhecia a história do filme, mas adorei! Achei tudo muito bem feito!
ResponderExcluirOi, Alexandre. Não assisti a serie também é de outra década! Mas esse filme estou com muita vontade de assistir, pelo fato de ser dirigido pelo grande mestre J.J. Abrams! E também quero ver os efeitos especiais, que adoro!!!
ResponderExcluirMas o que mais gostei do seu post, foi você fazer referências a LOST, minha serie preferida! Não sabia que o Michael G. ,fez parte desse filme! Não perco por nada!!!
ABRAÇO!!!
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirTaí um filme q ñ me agradou em nada, talvez, pq eu ñ seja fã da série antiga, vi todos, lembro de ter curtido os 3 primeiros!
ResponderExcluirFui ver esse remake com uma tremenda boa vontade e ñ deu pra gostar do msm, q é bem feito tecnicamente, a produção é caprichada, mas o enredo e os personagens ñ me agradaram, ñ deu pra gostar de ninguém da turminha de novatos, as cenas de ação tbm ñ empolgam, o filme termina, e eu soltei, pô, seria isso?..rs..sinal de q o resultado pro meu gosto foi bem insignificante, ah, o Eric Bana de vilão foi negócio péssimo de se ver, candidato certo naquelas lista de pior vilão do ano, digo o msm para o filme, acho q foi feito especiamente pra quem é fã msm,da minha parte, ñ deu pra engolir! nota 4.0!
Abs! Diego!