terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Enterrado Vivo
(Buried, 2010)
Thriller - 95 min.

Direção: Rodrigo Cortés
Roteiro: Chris Sparling

Com: Ryan Reynolds



Enterrado Vivo é um dos filmes mais agonizantes da recente história do cinema americano. Uma historia simples e que se passa apenas em um ambiente (apertado), a história do filme do espanhol Rodrigo Cortés é enxuta, direta e extremamente tensa e funcional.


Fala sobre Paul Conroy, um motorista de caminhão que acorda enterrado vivo numa caixa de madeira, vitima de um seqüestro enquanto trabalhava no Iraque. O que acontece nos próximos noventa minutos (cobrindo praticamente em tempo real o que acontece na vida de Paul) é uma aula de como usar a simplicidade para produzir tensão no cinema.


A idéia arriscadíssima de manter a história apenas em um ambiente, quase totalmente no escuro com apenas um personagem e apostar tudo na combinação de interpretação poderosa de Ryan Reynolds, efeitos de iluminação e sonoros criativos e abusar das "sonoras" (no caso vozes de diversas pessoas que entram em contato com Paul, via celular que foi deixado com o caminhoneiro) para criar os conflitos entre o personagem, o ambiente e algozes.


Imagine apresentar essa idéia ousada para um estúdio, "Nossa idéia, é ter um cara deitado num caixão falando sozinho. Depois agente insere um pessoal falando com ele. E o filme tem noventa minutos."

Muito bem realizado, e realmente fazendo o espectador crer naquela situação e torcer pelo sucesso de seu protagonista (Ryan Reynolds em seu melhor papel na carreira) e ainda perceber as críticas pontuais que o filme faz a guerra no Iraque, as conseqüências que ela causa e ao descaso das corporações com seus funcionários.


O destaque tem de ir pra quem "pariu" a história, Chris Spalding, um óbvio indicado ao Oscar desse ano e ao diretor Rodrigo Cortes que fizeram a história (que tem ecos óbvios de Silencio do Lago) funcionar na tela, usando de alguns elementos narrativos bem claros: o seqüestrador no telefone criando outra dificuldade que é acrescida ao fato de Paul estar preso embaixo da terra, o desespero do personagem em encontrar ajuda e a natureza (com destaque para a brilhante aparição de uma cobra que precisa ser vencida dentro de um caixão). Uma mágica que dificilmente poderá ser repetida, já que tudo no filme funcionou muito bem. É claro que o espectador precisa ter suspensão de crença para acreditar que o celular embaixo da terra (mesmo que como é dito no filme esteja a poucos metros abaixo da mesma) funcione e faça o personagem conseguir completar ligações para seu país.



É um erro menor, comparado a inventividade da história e das soluções encontradas para criar tensão com tão poucos recursos e a bela interpretação de Ryan Reynolds. Verdadeiro em cada resposta e a cada dificuldade é fácil se identificar com as reações do personagem na tela.


Enterrado Vivo passa pela tela como um furacão. Rápido, furioso e marcante para quem o vivencia. Rodrigo Cortes estreou com grande competência, e podemos afirmar que este é um dos melhores filmes de estréia de um diretor na última década.


Um comentário:

  1. nao consegui assisti esse filme direito,p filme inteiro de um cara enterrado vivo nao merece excelente mais nem a p..

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