quarta-feira, 14 de março de 2012

Projeto X - Uma Festa fora de Controle

Projeto X - Uma Festa Fora de Controle
(Project X, 2012)
Comédia - 86 min.

Direção: Nima Nourizadeh
Roteiro: Matt Drake e Michael Bacall

Com: Thomas Mann, Oliver Cooper e Jonathan Daniel Brown

Grosseiro. Estúpido. Simplista. Nojento. Ofensivo. Idiota. São alguns dos adjetivos que muita gente tem destinado a Projeto X, produção americana que chega aos cinemas com a chancela de Todd Phillips, o mesmo produtor de Se Beber Não Case. Para mim, Projeto X é o ápice da fantasia adolescente levada ao extremo da realidade.

Se por um lado, a festa organizada por três garotos impopulares do colégio é um sucesso retumbante, os resultados de tanta gente junta fazendo barulho e indo aos extremos (não tão extremos assim, sejamos sinceros, já que o filme não mostra uma gigantesca orgia por exemplo, ou gente cheirando até pó de giz e também não se vê muita gente passando mal de bêbado) dá origem a uma quase hecatombe, tamanha é o escopo que uma simples festa consegue atingir.

A ideia de filmar tudo com o chamado "found fottage" é interessante no começo, já que mostra a festa em si a partir da perspectiva de alguém que está realmente participando da mesma, embora no decorrer do filme essa ideia é deixada de lado, quando surgem na tela outras imagens que são feitas por uma segunda câmera ou por outras pessoas. Sempre que esse artifício é utilizado nesse tipo de produção a credibilidade do projeto diminui, já que a ideia de "filmagens encontradas" ou o tal realismo é deixado de lado em função de uma nova perspectiva do evento retratado.


Porém, em Projeto X, até esquecemos um pouco disso em função da quantidade generosa de bobagens que os três sujeitos aprontam em sua festa. Desde a contratação de seguranças pré-adolescentes, até a visita a um fornecedor de entorpecentes passando pela incrível participação de meninas desinibidas, Projeto X é uma fantasia adolescente incluindo tudo aquilo que é proibido, faz mal ou que deveria ser evitado em grandes quantidades.

Talvez por isso o filme vá facilmente encontrar seu público. mesmo com a censura por aqui ser de 18 anos. Uma série de pós-adolescentes saudosos pelos dias de sacanagens ininterruptas ou aqueles que apenas em sonho tiveram a chance de participar de uma festa dessas proporções, certamente são o alvo da produção.

Já os pais dessa geração retratada, talvez tenham muito mais dificuldade em comprar a ideia de uma festa "sem limites" dessa geração mais liberal e sem tabus ou pudores. Por esse aspecto, Projeto X é até ousado para os padrões cinematográficos, em especial por não ter medo de colocar seus protagonistas como garotos menores de idade (os atores obviamente são maiores, já que a "ousadia" não foi tão longe assim) em meio a uma espiral de drogas, álcool, sexo e diversão desmedida.


Talvez nós, um pouco mais velhos é que aproveitemos mais do filme no entanto, já que estamos acompanhando aquela "fauna" de uma perspectiva afastada, sem conviver com o dia a dia desse grupo de jovens. O público alvo do filme (e aqui imagino quem seria esse público) talvez não se choque, e encare o filme muito mais pela perspectiva da comédia criada a partir da perda de controle da situação (o que de fato é engraçado) do que pelos "tabus quebrados".

Projeto X se vende como ousado, mas hoje, onde se encontra de tudo a um clique de distância, parece mais voltado para o adolescente castrado no meio Oeste americano, ou aos jovens adultos que veem essa geração com um olhar sempre arrogante e que julga valores. Soma-se a isso a inserção de um clichê óbvio dos romances adolescentes, e Projeto X de ousado (para os padrões dos estúdios americanos) passa a ser uma sequencia de eventos que dão errado, misturado a um romance que soa forçado e um final que vai fundo no ideal - segundo o filme - do adolescente em ser popular a todo custo.

A molecada no entanto, vai comprar sua pipoca, assistir aos 90 minutos de bobagens na tela e sair como se nada tivesse acontecido. Assim como Todd Phillips imaginou que seria...

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