segunda-feira, 7 de março de 2011

A Sétima Alma
(My Soul to Take, 2010)
Suspense - 107 min.

Direção: Wes Craven
Roteiro: Wes Craven

Com: Max Thieriot, John Magaro e Emily Meade



A Sétima Alma é o aguardado - por muita gente - retorno de Wes Craven (criador de Aniversário Macabro, Quadrilha de Sádicos e Hora do Pesadelo e diretor da série Pânico) ao gênero que o consagrou. Primeiro filme escrito e dirigido por Craven desde As Criaturas Atrás das Paredes em 1991 era muito antecipado e discutido antes de sua estréia.


Uma pena que o buzz não seja justificado depois da sessão do filme. Longe de ser um slasher como seus primeiros filmes e não contendo o bom humor da série Pânico (seu ultimo grande sucesso) My Soul to Take é um terrorzinho adolescente fajuto e que não apresenta nenhuma sequência digna de atenção.


My Soul começa empolgante (talvez adepto da teoria de George Lucas, de que os primeiros cinco e os últimos vinte minutos são os que importam em um filme) e apresenta a "mitologia" da historia. Um homem aparentemente possuído mata diversas pessoas - retratado de forma violenta - antes de cair morto (ou não) pela policia. No mesmo dia em que o homem morre, sete crianças nascem e a lenda da cidade conta que a alma do serial killer se dividiu em cada uma dessas crianças. Anos depois, as sete crianças são perseguidas por um serial killer (que pode ser o antigo assassino) no dia em que se comemoram dezesseis anos de sua ultima "aparição".



Fez algum sentido? Serial killer possuído que divide a alma e volta dos mortos para infernizar os sete moleques? Sim. É isso aí.


Com uma idéia tão medíocre é difícil fazer alguma coisa boa. Todos (sim, todos) os clichês que o diretor tão bem parodiou em Pânico, estão presentes, e dessa vez levados "a sério". Não existem personagens, são todos uma coleção de estereótipos ruins amparados por atores fracos e uma direção no mínimo, preguiçosa.


Craven parece não ter vontade de mudar o que já fez, e copia planos e idéias de outros filmes seus e de outros contemporâneos. O caminhar de um personagem na madrugada interrompido pelo assassino vestindo uma fantasia (ridícula, por sinal), que no corte seguinte aponta os "suspeitos" no melhor estilo novela das oito, dando margem ao público - a tentativa é essa - para pensar qual deles será o assassino está presente, só para citar um exemplo.



Os personagens dos sete jovens são patéticos. Temos o esportista abobalhado e machão, a garota crente e obcecada com o ocorrido, a garota jovem que luta contra seus sentimentos pelo "protagonista", o anti-social, e os dois garotos étnicos (um asiático e um negro) que orbitam ao redor do fraco protagonista, um garoto fragilizado emocionalmente e com sérios distúrbios de personalidade.


O filme até tenta usar esses distúrbios a seu favor, fazendo o espectador testemunhar uma série de imitações patéticas realizadas por esse rapaz, mas não funciona. Além de o ator ser muito ruim, a idéia em si é fraca e não funciona nem como alivio cômico ou tentativa de desconforto. É simplesmente ruim.


Não chega a ser patético, já que o absurdo da idéia do roteiro é tão grande, que o espectador fica querendo saber como Craven vai terminar sua bobagem. Será que Craven perdeu a mão para escrever? Será que essa é a justificativa para sua demora em voltar a filmar material próprio?



O que podemos afirmar é que Pânico 4, chega aos cinemas ainda em 2011, e veremos se o diretor Craven consegue ser menos preguiçoso e apresenta um resultado superior a esse fraco desempenho.

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