quarta-feira, 28 de outubro de 2009


O Exorcista (The Exorcist, 1973)

Direção: William Friedkin

Com: Ellen Burstyn, Max von Sydow, Lee J. Cobb, Linda Blair, Jason Miller

Essa semana, com todo esse clima de Halloween, festa à fantasia, dia das bruxas, noite de Walpurgis, vamos entrar no espírito também, falando de um dos maiores filmes de terror de todos os tempos. O Exorcista, de 1973.

Um verdadeiro clássico do terror mundial, o filme ficou marcado pela enorme quantidade de polêmicas e mitos sobre as gravações e suas conseqüências com atores e equipe e também por conter efeitos considerados fantásticos e até sobrenaturais para a época. Isso sem contar que foi o primeiro filme do gênero a ser indicado pelo Oscar de melhor filme.

Dirigido por William Friedkin, a história é basicamente simples. Durante uma escavação no Iraque, um demônio, no caso Pazuzu, que estava em uma estátua achado por arqueólogos, foi liberado. Enquanto isso, Regan McNeil (Linda Blair), uma garotinha de 11 anos que vivia em Washington DC, filha de uma atriz e mãe solteira, Chris McNeil (Ellen Burstyn). Regan que passava muito tempo sozinha, já que sua mãe era uma atriz e workaholic, a menina no tédio de sua grande e nova casa, achou uma Ouija Board (tabuleiro cheio de números e letras que evoca espíritos para responder perguntas feitas pelos participantes do ritual) e aparentemente acabou evocando acidentalmente o espírito de Pazuzu que acabou possuindo a garota.

Em paralelo, o filme mostra a história de um padre, Damian Karras (Jason Miller), que luta contra o sentimento de culpa de ter que internar sua mãe em um asilo e passa questionar até sua própria fé.

Enquanto isso a garota Regan apresentava algumas mudanças psicológicas. A adorável e doce menina passou a responder agressivamente para sua mãe e os empregados da casa, falar palavrões que nem a criança mais terrível do mundo teria conhecimento, além de urinar na frente dos convidados durante uma festa chocando todo mundo. Conforme o tempo vai passando, Regan vai apresentando comportamentos cada vez mais bizarros. Preocupada, a mãe da menina leva a garota para os melhores hospitais para fazer todo tipo de exames e os médicos não constatam absolutamente nada. E o estado de Regan vai ficando cada vez mais crítico.

O conteúdo do filme realmente começa a chocar o público, não só pelo teor dessa evolução psicológica, mas também pelas cenas realmente horripilantes, como a cena em que a garota se masturba com um crucifixo de forma degradante e agressiva, e é nesse momento que muitos se perguntam, “como o diretor conseguiu fazer esses efeitos?” ou “como a menina aceitou se submeter a isso?” entre outras perguntas. Quem for cristão ou de criação cristã, supostamente deve ficar ainda mais perplexo. Afinal, o filme explora muito bem e de forma bem agressiva todo esse lado religioso, e em alguns momentos de uma maneira bem subliminar, sempre com a intenção de chocar o público.

Isso tudo sem contar o clima sombrio que se cria no quarto da garota e todo o áudio perturbador que se escuta de lá. Eu assisti este filme na TV e no cinema, e posso dizer no cinema foi uma experiência única e perturbadora. Toda essa sonoridade e o visual do quarto além do lado de toda evolução da degradação psicológica da garota (e até mesmo da mãe) me impressionou muito mais do que as cenas com sangues ou dos diálogos demoníacos da pequena garota.

Enfim, voltando rapidamente à história, devido a todos esses acontecimentos Chris chega a conclusão que a garota está possuída por um demônio. Até que num golpe do destino Chris acaba conhecendo o desiludido Padre Karras em uma igreja, que aceita exorcizar a garota.

Como eu já disse, o filme ficou marcado por grandes polêmicas. Existem várias lendas sobre alguns acidentes no set de filmagens, como o um incêndio que destruiu todo o cenário da casa da família McNeil, um set light que caiu no cenário e acabou matando alguns produtores que trabalhavam pelo estúdio, acidentes na escada da mansão McNeil também eram freqüentes e o ator Jack MacGowran que interpretava um amigo de Chris McNeil morreu durante as filmagens. Algumas histórias também incluem grandes ferimentos na atriz Linda Blair durante seus ataques de possesão demoníaca, sem contar os traumas e problemas que Linda teve na sua fase adulta, incluindo problemas psicológicos, com drogas e obesidade.

No ano 2001, foi lançado (inclusive nos cinemas) a versão do Diretor, com 11 minutos extras que haviam sido limados, devido ao seu forte conteúdo. Nessa versão inclui a terrível cena onde Regan desce a escada da mansão como uma aranha de ponta cabeça vomitando sangue e com seus olhos virando sem parar. Uma cena antológica que pega você de surpresa.

Após o sucesso da versão de 1973, a história ganhou uma continuidade, porém não obteve o mesmo sucesso desse grande clássico.

Possivelmente quem é fã de filme de terror já assistiu. E quem nunca viu esse filme, mas se diz fã de filmes de terror, então posso garantir que essa pessoa ainda não é um fã de verdade!

E se você aprecia cinema em geral, assista. Se já assistiu, assista de novo, afinal você sempre acaba descobrindo coisas novas, principalmente devido ao seu impacto cultural, não só nos cinemas, mas em músicas e outras formas de entretenimento até os dias atuais. Esse filme deve estar em uma lista com os 10 melhores filmes de todos os tempos sem sombra de dúvidas.


6 comentários:

  1. Esse filme é realmente uma obra prima da sétima arte, um dos poucos filmes do gênero que não precisam te assustar com sons altos e mudança repentina de câmera pois te mantém com medo do início ao fim... Genial...

    ResponderExcluir
  2. "Toda essa sonoridade e o visual do quarto além do lado de toda evolução da degradação psicológica da garota (e até mesmo da mãe) me impressionou muito mais do que as cenas com sangues ou dos diálogos demoníacos da pequena garota."

    Concordo contigo! Os filmes do gênero perturbam mais pela sua atmosfero do que pelas cenas sanguinolentas.

    Abraço!

    ResponderExcluir
  3. Há esse filme....
    Morro de medo dele até hoje acredita? Serio mesmo, acho que foi o filme que mais me apavorou, também assisti ainda criança. Clássico do cinema !!!!

    ResponderExcluir
  4. Nada mais justo que esse filme estar categorizado como "filme para ser visto". O Exorcista - mesmo 36 anos após seu lançamento - consegue manter o tom sombrio e provocar o medo nas pessoas. Essa é a prova de que efeitos computadorizados não são necessários para se criar um bom clima de terror.
    Adoro o filme.

    ResponderExcluir
  5. José, disse tudo!!!
    Grande filme que marcou a história do cinema e do gênero terror! Esse filme com certeza assusta muito e causa polêmicas! Cena que mais tenho medo foi quando ela na cama começa a falar com uma voz estranha e horripilante, a cena da escada, do crucifixo, choca!

    Pensa numa criança de 10 anos assistindo a esse filme e com medo de dormir, foi meu caso!

    E para concluir, concordo que esse filme fica numa lista dos 10 melhores filmes da história!
    E você se esqueceu de mencionar algo muito importante do filme, a grande cena em que ela vira a cabeça em 360°. Que monstro!

    ABRAÇO

    ResponderExcluir
  6. Um marco, realmente, mas confesso que prefiro a versão original de cinema. Achei desnecessário os ajustes nas imagens, nos ruídos sonoros(na versão nova, teve mudanças sutis, mas como eu vejo o filme praticamente todos os meses, achei estranho as mudanças nos efeitos sonoros...) e as cenas adicionais, ainda que esta cena da escada seja interessante, não ficou coerente com o filme...

    Na verdade, detesto essas versões do Diretor, acho que o filme não deva ser mexido.

    Mas, é um filme que marcou e até hoje assusta mesmo!

    ResponderExcluir