quinta-feira, 21 de abril de 2011

Sobrenatural
(Insidious, 2010)
Suspense - 103 min.

Direção: James Wan
Roteiro: Leigh Whannel

Com: Patrick Wilson, Rose Byrne, Lin Shaye, Leigh Whannel, Angus Sampson e Barbra Hershey



Apesar de não inventar a roda, o suspense dirigido por James Wan não faz feio em suas intenções: prega bons sustos no espectador e ainda consegue manter-nos fixos na resolução de sua história, infelizmente seu grande e fatal erro.


Sobrenatural acompanha a família Lambert que acaba de se mudar para uma antiga casa. Quando um dos filhos do casal - Dalton - subitamente entra em um estado de coma profundo, sem nenhuma explicação médica, Renai (a mãe) começa a suspeitar que sua casa talvez seja habitada por espíritos malignos.


James Wan é o escritor e diretor do único dos Jogos Mortais que realmente é interessante: o original. Em Sobrenatural ele não deixa de lado esse background e em alguns momentos usa dos mesmos enquadramentos e de sua obsessão perturbadora por palhaços para nos pregar sustos. Outra característica do filme é que seu diretor usa de filtros de alto contraste para apresentar as cenas "assombradas" e filtros naturalistas nas seqüências do cotidiano da família o que causa um impacto imediato e faz o público antecipar as cenas - se preparando talvez - para a carga de medo que receberá a seguir.



Apesar de aparentemente enquadrar-se no subgênero "casa assombrada", Sobrenatural é muito mais do que somente isso. Trata de outros assuntos do "além" com alguma eficiência e conseguindo provocar alguns bons sustos na audiência. Claro que muitos destes sustos não são méritos apenas de Wan, que sabe bem o que fazer com sua câmera para assustar o espectador, mas do design de som e da trilha sonora por vezes alta demais propositalmente.


Os atores em filmes assim raramente tem o que proporcionar em termos de curvas dramáticas densas ou coisa do tipo. Sobrenatural não inventa a roda e faz de seus protagonistas (a bela Rose Byrne como a mãe desesperada Renai e o taciturno Patrick Wilson como o pai Josh) reagirem as condições ao seu redor.


Wan acerta a mão também ao provocar uma série de sustos seqüenciais mantendo o filme e o público em estado de tensão constante, mas erra ao inserir dois coadjuvantes que deveriam funcionar como alívio cômico e que não conseguem mais do que risadas amarelas da audiência (um deles o roteirista do filme). Em compensação acerta em cheio na caracterização dos espíritos que - novamente - não são originais, mas que funcionam muito bem. O meu favorito é a família de espíritos "primos do Coringa" sempre sorrindo de forma macabra.



O filme ainda tem duas coadjuvantes de luxo: Lin Shaye, vivendo a médium Elise Rainer e a redescoberta Barbara Hershey como a mãe de Josh que vem a ter um papel importante no decorrer da história.


Mas o grande problema do filme e que o faz perder pontos em sua avaliação final, apesar de comum em produções do gênero, é seu final que é óbvio demais, tendo sido repetido em outras produções do gênero. Um pouco mais de ousadia por aqui não faria mal, embora faça parte da cartilha do diretor não encerrar seus filmes com, digamos, os louros da vitória.


Eficiente no que é sua obrigação, porém pouco inspirado em sua conclusão, Sobrenatural é um trabalho interessante de Wan, que se afirma como o grande diretor americano da nova geração quando o assunto é assustar sua audiência.

Nenhum comentário:

Postar um comentário