quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Giallo - Especial Argento


Giallo está sendo escrito numa madrugada quente, tendo como trilha sonora um documentário da BBC sobre o Big Bang com o note book no meu colo e o ventilador sobre a minha cabeça.


Acabei de assistir ao último filme de uns dos diretores de que mais tenho carinho (vide o especial imenso que preparei) e ainda não consegui acreditar no que vi. Infelizmente não gostei.






Talvez seja a primeira vez que resenho para o blog um filme que se seguisse as notas normais que todos os colaboradores usam não chegaria a 3. É fraco, anêmico e realmente muito ruim.


Minhas dúvidas sobre a real participação de Argento no filme são inúmeras. Não estou sugerindo que ele não fez o filme, mas tentando ainda compreender como ele pode conseguir fazer algo tão ruim.






Giallo narra a história de Celine (Elsa Pataky) uma modelo americana que é seqüestrada por um maníaco em um táxi que pretende deformá-la e deixa horrível. No entanto essa modelo tem uma irmã (a insossa Emmanuele Seigner) que desesperada com o sumisso de sua irmã procura a policia e acaba entrando na sala do perturbado detetive Enzo Lavia (Adrien Brody muito mal) que investiga o maníaco.


O cinema de Argento se baseia em sua essência no mistério, na construção fluída das cenas, da bela construção visual e em cenas que marcam sua mente.






Giallo não tem nada disso. Giallo não tem mistério, pois somos apresentados ao assassino (intitulado de Giallo/Yellow que é interpretado pelo mesmo Adrian Brody) e até as motivações para sua pretensa raiva do mundo. Giallo não tem fluidez, falta a câmera voyeur, o que relega o filme a vala comum dos filmes de serial killer, e os belos cenários da capital italiana são sub-utilizados.


Assim como descobrimos as motivações do assassino , o passado do detetive Enzo é revelado. Tais revelações e subversões do gênero poderiam ter funcionado se Argento tivesse conseguido ser bem sucedido, pois o flashback que acompanha Enzo é o melhor momento de todo o longa.





Mas infelizmente ele não consegue. Como disse, o filme não te apresenta mistérios, tem protagonistas bi-dimensionais e muito mal construídos e interpretados (em especial Linda/Emmanuele Seigner que nos minúsculos 82 minutos é mostrada apenas como uma histérica e enxerida). O roteiro é ruim, o assassino risível e o clímax óbvio e previsível.

Em alguns reviews pela Net, me deparei com muita gente elogiando muito o filme, dizendo entre outras coisas que Argento preparou um filme condizente com o momento atual, sem querer olhar para o passado e para suas características.





Realmente isso é verdade, Giallo parece muito com diversos outros filmes e isso não é um elogio, muito pelo contrário. Tudo o que faz Argento ser diferente dos demais é seu apuro técnico e sua habilidade na construção de climas e a beleza de seus planos.

Nada disso é visto no filme. Acho verdadeiramente que ele tentou ser diferente, inovar e tentar trazer um público diferente ao seu cinema, mas errou.


Argento escorregou feio, muito feio (mas não tanto quando em Mãe das Lágrimas).

Giallo em Imagens:















COTAÇÃO GIALLO: 2/5

3 comentários:

  1. hmmm...
    de qq forma, gostei dos screenshots. acho que vou averiguar, por curiosidade!

    abs.

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  2. gosto bastante do filme.
    me incomoda uma coisa, a segurada que o argento levou dos produtores(fizeram edição, mudaram roteiro, impuseram a trilha).

    pra mim falta o exagero, o foda-se pros outros, q ele sempre teve em seus filmes, em la terza madre mesmo( eu adoro mas entendo q fala mal).

    enfim...resta esperar pelo proximo.

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