Se você gostou dos dois primeiros, vai destestar com todas as suas forças Mãe das Lágrimas. Nessa conclusão, Argento não consegue criar nada que possa figurar nem mesmo como notinha de rodapé de seu currículo. Excetuando-se o esforço hérculeo de Asia Argento no papel da protagonista, todo o resto (incluindo TODA a parte técnica) é medíocre.
A história fala sobre essa restauradora de antiguidades que trabalha no museu em Roma, que acidentalmente vê-se envolvida nessa trama que tem como cerne a ressureição da Madre Lacrimarum, a irmã mais poderosa e perigosa.
Se Argento optasse pelo clima mais intimista, em que uma pessoa de alguma forma impedia o "fim do mundo" enquanto a sociedade mantem-se ignorante, teriamos uma sequência que completaria com competencia a trilogia. Mas Argento, a meu ver, erra ao preferir apostar no grandiloquente estudo da manifestação do mal na sociedade. E tome sequencia de depredação, gente sendo atacada na rua e afins. O problema dessa escolha, não é nem narrativa, mas puramente técnica. O filme não tem os recursos necessários para conseguir transformar-se em um épico de horror.
Falando do roteiro (que nunca foi o forte do tio Argento) ele é recheado de soluções narrativas horrorosas. Os personagens entram e saem da trama sem nem sentirmos falta. Todos servem para mostrar o quão "foda" é a tal Madre Lacrimarum. E quando a vemos, fora o fato da atriz ser uma coisinha linda e passar boa parte do filme sem roupa, a interpretação é digna de teatro infantil. Não faltam risadas macabras, olhar de malvada e acessos de loucura. Tudo muito exagerado e sem graça. Isso sem contar com os seus asseclas. Todos parecem ter saído de algum show de gothic metal. Maquiagem carregada, roupas exageradas e aquela postura "sou-foda-não-mexe-comigo" que é tão batida que perdeu totalmente o sentido.
Asia, até tenta mas não consegue levar o filme muito além. A escolha de transformar a protagonista numa "super heroína" com poderes mágicos, apesar de dita e dita novamente durante o filme, não é utilizada justamente quando interessa, ou seja, no confronto com a tal Madre Lacrimarum. Tudo resolve-se de forma estúpida e besta.
Os coadjuvantes (TODOS) são fracos, ou mal aproveitados. Uma cena emblemática desses inúmeros problemas, acontece na parte final da projeção, quando um camarada é capturado pelos "caras maus" e é torturado. Ele não leva umas porradas na cara, mas uma bela espetada no peito. O sangue escorre. Asia é achada pelo macaco do mal (sim, existe um mico malvado que ajuda a Madre Lacrimarum...) e ao ser jogada no chão, o sangue do camarada começa a pingar na sua testa. Algumas cenas depois, os dois estão fugindo correndo (sim, o cara leva uma espetada no peito, sangra feito porco e ainda corre) e até riem ! É demais !
Em determinados momentos eu quase achei que estava vendo uma comédia involuntária, mais meus bocejos e minha cochilada na metade do filme, me lembraram que não, o filme é realmente bem ruim.
Fica até chato dizer isso do Argento, primeiro porque fiz o especial porque adoro a estética dele, adoro a maioria dos seus filmes, e mesmo os que tem problemas de roteiro se vendem pelas mirabolantes sequencias visuais. Nesse nem isso tem. É tudo clichê, parece quase um filme b da Troma. O sangue e as visceras em excesso não soaram bem, a fotografia derruba o filme, e os atores não conseguem fazer nada pra ajudar.
Se esse filme fosse resenhado como um filme normal, e não estivesse dentro das "regras" , levaria um sonoro Péssimo.
COTAÇÃO GIALLO: 0.5/5
Lágrimas em Imagens:
exagero do caralho dar essa nota pro filme.
ResponderExcluirsofre bastante com o uso vagabundo do cgi, afinal custou ninharia, hahahhahahahaha.
li por ae que o Argento idealizou um sequencia aonde as bruxas voavam por toda roma, tingindo a cidade inteira de vermelho. mas dinheiro não tinha, injustica enquanto um tem 3 milhoes de dolares outros tem 500 milhoes.