Fotograma Digital

O Hospedeiro (Gwoemul, 2006)

Direção: Bong Joon-ho

Com: Song Kang-ho, Byeon Hee-bong, Park Hae-li, Ko Ah-sung, Bae Du-na

Sinopse: Um pai e três descendentes vivem no mesmo lar: o filho mais velho que, apesar de ter 40 anos, é imaturo; a filha do meio, arqueira do time olímpico coreano; e o filho mais novo, desempregado. Todos cuidam de uma menina orfã que desaparece quando uma estranha mutação surge nas margens, obrigando-os a lutarem sozinhos contra os próprios medos.

Não tenho muito o que falar sobre esse filme. É algo indescritível, só assistindo para saber todo o sentimento.


O filme começa de forma despretensiosa e fraca, mas ao passar do tempo vai se transformando e vira algo surpreendente. Tem cenas engraçadas, cenas tristes, cenas que nos fazem pensar.


A historia basicamente foca na família tentando resgatar a garota que foi "seqüestrada" pela mutação. Acontece que cada um da família tem seus problemas e dificuldades, onde todos deixam de lado para por em foco o único objetivo. A partir deste ponto começa uma bela historia que poderia ser de redenção.


Como todo filme oriental, é impressionante a capacidade dos atores. Parece que é um povo sofrido por natureza, eles sabem interpretar muito bem. Não tenho dúvidas em dizer que alguns atores orientais são muito melhores do que alguns Hollywoodianos. Eles sim conseguem transmitir sentimentos, sem precisar dizer nenhuma palavra.


Quanto ao resto do filme, é sensacional. E pra quem acha que efeitos especiais orientais só existem os do Power Rangers, os efeitos de o Hospedeiro são feitos pela mesma empresa que fez os efeitos de senhor dos Anéis. O filme contém um humor inocente e ao mesmo tempo negro que é de primeira qualidade. E isso sempre acontece nas situações mais inusitadas!


O filme também tem uma ponta de crítica política, mostra um pouco dos bastidores do governo coreano tenta abafar o caso, assim como todo governo faz nesses incidentes, ainda mais porque a criatura surgiu através das substancias tóxicas despejadas no rio. Caso em que torna o filme atemporal, mesmo sendo ambientado na Coréia, poderia se identificar facilmente esses problemas em qualquer país do planeta.


Mas por tratar-se de um filme de mostro que ataca cidades, ele é da mesma linha de Godzilla, Cloverfield, mas com uma pequena diferença, ele é muito melhor do que estes citados, pois, o contexto em que se passa, e o plano de fundo, fazem dele um conjunto de obra melhor. Até porque o monstro em si é relativamente pequeno.


Sendo assim, esqueçam Godzilla e Cloverfield, filme de monstro é, com certeza, O Hospedeiro!

Bruno Gonçalves

Estudante de Direito e Arauto do Caos