segunda-feira, 23 de novembro de 2009

O Segredo do Abismo
(The Abyss, 1989)
Ação/Ficção Científica - 138 min.

Direção: James Cameron
Roteiro: James Cameron

Com: Ed Harris, Mary Elizabeth Mastrantonio, Michael Biehn

Sempre tive problemas com James Cameron. Na minha opinião, o diretor incensado a gênio por alguns tem dois grandes filmes (Exterminador do Futuro 2 e Aliens – O Resgate), dois filmes bons (True Lies e esse Segredo do Abismo) e dois filmes que não me agradam mesmo (Titanic e o risível Piranha 2), e por isso não considero nem mesmo um grande diretor.



Posso acreditar que Cameron tenha uma idéias diferenciadas, uma excelente visão sobre o uso de efeitos visuais e uma sensibilidade para a criação de inovações tecnológicas, mas senso estético e criatividade na direção, para mim, ainda lhe faltam.


Segredo do Abismo é mais uma coleção do melhor e do pior de Cameron. Tem sua visão de tecnologia (o uso das câmeras sub-aquaticas, criadas para o filme), boas idéias quanto aos conceitos do “segredo” que existe no abismo e excelentes efeitos visuais até então inéditos.


Mas, tem todos os seus defeitos habituais. Diversos personagens que entram e saem da trama sem profundidade, um protagonista fraco (e que o espectador tem de ter boa vontade para aceitá-lo como tal), um casal forçosamente reatado pelas circunstâncias (uma solução dramática já usada a exaustão) e um vilão bidimensional e extremamente caricato(Michael Biehn, o eterno Kyle Reese do primeiro Exterminador do Futuro).

A trama até que é interessante: fala de uma equipe de perfuradores marinhos de petróleo, que é recrutada pela marinha americana para o resgate de um submarino que sofreu um acidente perto de um enorme abismo.


O submarino, descobre-se, não foi atacado por nada humano, mas sim acabou chocando-se a uma espécie de nave extraterrestre que estava alojada no fundo do abismo.


A condução da história é essencialmente truncada. A motivação para uma espécie de “mini-motim” não convence e o mais que convencional final é mais um clichê que já foi usado em todos os meios de comunicação do mundo e em diversas outras obras literárias (no cinema por exemplo, o tema aliens bons ue querem alertar sobre o homem mau, já teve profundidade muito mais relevante em O Dia em Que a Terra Parou de 1951, por exemplo).


O leitor deve estar se perguntando “Mas esse filme é tão horrível assim ?”


Não, não é, mas passa longe de ser um filme para se ter em sua coleção.


Os maiores atrativos do filme são realmente os efeitos visuais. O Industrial Light & Magic criou os efeitos visuais mais impressionantes até então, com especial felicidade na recriação da água manipulada e das incríveis naves dos alienígenas. Existem ainda algumas boas sequências, em especial na primeira parte do filme que merecem atenção, embora todas elas envolvam de uma forma ou de outra, partes técnicas ou criadas pela tecnologia.


James Cameron é um diretor que vive de seus vícios e dificilmente apresenta alguma verdadeira inovação ou criatividade na condução da narrativa. Como disse, tem boas idéias e bons conceitos mas esbarra habitualmente (parece que Avatar vai manter essa condição) na sua excessiva dependência da tecnologia e em sua incrível coleção de clichês que vem apresentando ao longo de seus longas.

TRAILER:


3 comentários:

  1. Não sei dizer se gosto ou não de Cameron, mas é fato que eu adoro Titanic e considero-o um clássico!

    Você me deixou curiosos para assistir a esse filme. Gosto de temas assim, que envolvem certo suspense quanto ao que vai ser visto num determinado ambiente e gosto principalmente de ambientes como o fundo do mar, porque causa uma sensação meio claustrofóbica...
    Tão logo que eu puder, vou vê-lo.
    :D

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  2. Luís: Eu realmente não gosto do Titanic rsrs, e todas as partes que envolvem tecnologia de alguma espécie Cameron se sai bem. Meu problema com ele é que ele (em todos os seus filmes) não sai disso sabe ... como se ele precisasse dessa muleta pra conseguir contar uma história.

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  3. Não sou a maior fã de ficção científica. portanto, nunca vi esse filme!

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