quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Especial: H.G. Wells no Cinema

(Publicado originalmente de forma "um pouco" diferente em : http://farranocinema.blogspot.com)


Para quem não sabe foi um dos maiores escritores de ficção científica e realidade fantástica do século XIX e seus trabalhos são memoráveis até hoje.


Como todo grande autor, muitos de seus textos passaram para a tela de cinema , e dentre eles os mais importantes foram:




O HOMEM INVISÍVEL
(The Invisible Man, 1933)
Dir: James Whale
Com: Claude Rains e Gloria Stuart



Nesse clássico filme da Universal, o mestre James Whale (mesmo diretor de Frankenstein, a Noiva de Frankenstein e Show Boat) conta a história do cientista que consegue conceber a fórmula da invibilidade tornando-se no processo insano. Um desbunde técnico na época, revolucionou as técnicas de filmagem (em especial ao filmar o "invisível) ao se utilizar de recursos teatrais (o truque era que o ator Claude Rains tinha partes de seu corpo coberto com veludo preto filmado sobre um fundo preto. Depois o cenário era gravado e combinado com as imagens já gravadas). O ator Claude Rains, um mestre que depois faria O Lobisomem, Casablanca, A Mulher Faz o Homem entre muitos outros, tem sua primeira atuação de destaque.


DAQUI A CEM ANOS
(Things to Come, 1936)
Dir: William Cameron Menzies
Com: Raymond Massey, Edward Chapman


A utópica visão de Wells sobre o futuro da terra foi apresentado em uma espiral de 100 anos. Partindo da década de trinta até o ano 2036. Essa linha do tempo apresenta todos os problemas que fizeram com que a civilização entrasse em guerra e aos poucos se reenguesse com a ajuda da ciência. Porém, alguns questionam essa "perfeição" e discutem se uma cidade mecânica realmente representa o bem-estar. Apesar de não ser um filme perfeito, com personagens unidimensionais e um roteiro basicamente transcrito do livro, o que faz dele um "fardo" em sua primeira parte. Por outro lado, a visão artistica do futuro (liderado por Vincent Korda) permanece plausível. É sempre interessante ver os filmes do início de Hollywood e perceber a visão dele de futuro. Na década de 30 via-se o futuro a curto prazo como os filmes de ficção científica vem hoje o futuro muito distante.


GUERRA DOS MUNDOS
(War of the Worlds, 1953)
Dir: Byron Haskin
Com: Gene Barry, Ann Robinson, Les Tremayne


A alegórica visão de uma invasão marciana (ou seria soviética ?) aos Estados Unidos, adquiri toda a plenitude empregada no romance homônimo. Ainda hoje, o senso de tensão do filme se mantém e apesar dos efeitos especiais datados (mas que na época eram o melhor do melhor). Na história, os humanos são apenas vítimas da ameaça invasora. Essa sensação aparece logo no ínicio quando os alienígenas chegam a terra, e um grupo de habitantes os encontra com bandeiras brancas e sinais de pacifismo. O que isso quer dizer em sua essência ? Que os americanos buscavam a paz, e a "ameça vermelha" buscava a conquista. Na obra de Wells essa associação não é dita muito menos comentada (por razões históricas óbvias). Essa visão é fruto da época, quando a ameaça nuclear e a guerra fria começa a "esquentar".


A MÁQUINA DO TEMPO
(The Time Machine, 1960)
Dir: George Pal
Com: Rod Taylor, Alan Young, Yvette Mimiex, Sebastian Cabbot


Muita gente diz que Wells escreveu o livro baseando-se na relação entre os operários ingleses e os nobres do século XIX. Discordo dessa óbvia referência, e imagino-o como um conto de moralidade, sobre a eterna dualidade bem x mal.
Rod Taylor vive o cientista que cria a máquina do tempo e a usa para explorar as possibilidades do futuro. Ao chegar aos confins do futuro da terra se depara com a sociedade dividida entre as pessoas que vivem na superfície e os "monstros" canibais que vivem no subterrâneo. De todas as histórias de H.G. Wells essa é a que mais me agrada. A sensacional visão de futuro e dos habitantes do subterrâneo é tão criativa e todo o enredo funciona muito bem. Os ingenuos habitantes da superfícies (os Elois ) desconhecem toda a história da humanidade e o Morlocks (habitantes do subterrâneo) permaneceram nos subterrêneos cuidando de suas máquinas e sofrendo as mutações que os transformaram em monstros.

A ILHA DO DR. MOREAU
(The Island of Dr. Moreau, 1977)
Dir: Don Taylor
Com: Burt Lancaster, Michael York, Nigel Davenport, Barbara Carrera


A primeira grande adaptação do livro que conta a história do cientista louco que faz experiências bizarras envolvendo animais chegou as telas pelas mãos de Don Taylor, o mesmo de Fuga do Planeta do Macacos.

Burt Lancaster foi o Dr. Moreau do título, e o maior destaque da produção tem de ser dado a sua interpretação. Outro ponto importante é a maquiagem do filme, também bem desenvolvida. Porém os defeitos são maiores que as qualidades e assim como a versão de 1996 não é uma boa adaptação.


A MÁQUINA DO TEMPO
(The Time Machine, 2002)
Dir: Simon Wells
Com: Guy Pearce, Samantha Mumba, Jeremy Irons, Mark Addy, Orlando Jones


A versão mais recente do livro de Wells é uma coleção de equívocos. A começar pela infeliz idéia da criação de uma motivação amorosa para que o cientista parta (primeiro para o passado) para impedir que sua amada seja morta, o que não consegue apesar de sucessivas tentativas. Após a desilusão ele parte para o futuro para "esquecê-la" e começa a navegar no mundo construído pelo autor. Fora a bela construção da máquina, e dos bons efeitos visuais o filme em si é bem fraco e acelerado demais, impedindo o desenvolvimento dos personagens. Jeremy Irons (em uma de suas piores atuações) vive o líder dos Morlocks.


GUERRA DOS MUNDOS
(War of Worlds, 2005)
Dir: Steven Spielberg
Com: Tom Cruise, Dakota Fanning, Miranda Otto, Justin Chatwin, Tim Robbins


A super-produção de Spielberg tentou levar o público a temer por suas vidas nessa sci-fi com orçamento de filme A e qualidade de classe B. Novamente apenas os efeitos visuais se salvam, e é daqueles filmes em que o trailer é muito melhor que o filme. Tom Cruise não passa a menor credibilidade como o pai que precisa sobreviver com seus dois filhos , Dakota Fanning está insuportável como a criança mais irritante do universo e Tim Robbins é rídiculo. Spielberg é um daqueles cineastas que vive de glórias do passado e que não acerta em cheio uma faz tempo. Não foi dessa vez também.



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