sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Slepless - Especial Argento



Slepless é o retorno de Argento, ao um giallo tradicional; nele o diretor utiliza-se de toda a nova tecnologia (câmeras e efeitos visuais) para recriá-lo para um novo público.



A história fala do Anão Assassino, um serial killer dos anos 80 que não conseguiu ser preso pelo detetive responsável pelo caso (o grande Max Von Sydow) e que após ser dado como morto volta a fazer novas vítimas. A ele se junta Giacomo (Stefano Dionisi), filho de uma das vítimas originais do assassino.










A sequencia que abre o filme é o que considero um belo pé na porta. Se alguém nunca viu nada do mestre e começa vendo-o por esse filme, os 15 primeiros minutos do filme são o testamento visual de todas as técnicas e maneirismos do diretor. Tudo está lá. Assassino misterioso, câmera voyeur, clima doentio de tensão, a sensação de perigo em cada frame e a impressionante (eu ainda me impressiono com ele) capacidade de revisitar o mesmo tema e ainda conseguir extrair coisas novas. Como ele consegue ?


Slepless fala do confronto (direto ou indireto) do passado contra o presente, do poder da memória e das diferenças entre o mundo de hoje e o de vinte, trinta anos atrás.









Isso fica claro com Argento também. Em nenhum momento Argento se mutila em nenhum dos seus maneirismos estéticos para agradar a “nova geração”. Eles que se danem, parece dizer o diretor. Eles que aprendam e compreendam o que quero dizer. Ao mesmo tempo em que ele chupa sem dó o que de melhor os novos tempos (em termos tecnológicos) lhe dá, ainda conta a velha, e boa, história policial old-school (até a banda Goblin se juntou só pra gravar a trilha para o filme, reforçando ainda mais o tom nostálgico), o velho giallo só que em versão high-tech.


Se alguém ainda tem dúvidas que Argento é um gênio, basta observar a cena que ele constrói a partir dos 70 minutos de projeção e envolve pés e um tapete. Gênio !


Slepless é construído como um quebra cabeças macabro e cheio de pistas falsas e como no habitué dos giallo, um assassino misterioso que só é revelado no final.









Argento é um poeta do macabro e utiliza toda sua verborragia estética para nos impressionar a cada novo trabalho.


Não é o melhor de Argento, mas honra a tradição e aproxima de uma nova geração as obras desse sensacional italiano.


Sleelpless em Imagens





















COTAÇÃO GIALLO: 4/5



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