quarta-feira, 20 de janeiro de 2010


2012
(2012, 2009)
Ficção Científica/Ação - 158 min.

Direção: Roland Emmerich
Roteiro: Roland Emmerich e Harald Kloser

Com: John Cusack, Amanda Peet, Chiwetel Ejiofor, Thandie Newton, Oliver Platt, Danny Glover, Woody Harrelson

Em Hollywodd, os diretores normalmente têm seus gêneros preferidos, e trabalham nele , variando de projeto em projeto, procurando melhorar e fazer algo diferente sempre. Roland Emmerich se especializou e colocou a frente os chamados "filmes - catátrofe", onde algum acontecimento devastador acontece, e os danos se mostram gigantescos. Depois de fazer uma invasão do mundo por ETs no dia da independencia dos EUA, e dar uma lição de moral sobre o aquecimento global, Emmerich se tornou o pai desse tipo de filme, e veio para mais um projeto:2012.


A (tão comentada) teoria Maia, entre muitas outras, confirma que o mundo acabará em 2012, mais precisamente no dia 21 de Dezembro desse ano. Com várias teses de inversão dos polos, tsunamis e terremotos, o diretor alemão não podia pensar em outra coisa: realizar um grande, muito grande blockbuster sobre o fim do mundo. Com muito dinheiro e efeitos, Emmerich arregaçou as mangas para dirigir, e toda a propaganda do filme nos fazia acreditar que estaríamos pra ver um filme cheio de efeitos maravilhosos, com corajem digna de um fim de mundo definitivo. Entretanto, a maré não foi tão boa assim.


A história, como em muitos outros filmes - catástrofe, tem seu pai de família, Jackson Curtis (John Cusack) que se divorciou da mulher Kate (Amanda Peet) e tenta reconquistar o filho que o odeia passando algum tempo com ele e com sua filhinha linda. Pois é, alguém se lembrou de Guerra dos Mundos ? Outro afluente da história nos leva ao cientista Adrian Helmsley, que após voltar de uma pesquisa na Índia, vê que o cataclisma mundial pode acontecer ante do que ele previa. É preciso então alertar o presidente negro dos EUA (olha o Obama aí gente) , e a partir daí, decidir como lidar com o fim do mundo.

Obviamente, um filme de destruição não poderia ter muitas invenções ou super-tiradas de roteiro. Se resumindo apenas a destruição e coragem, o filme podia se sair bem, até melhor do que o esperado. Entretanto, 2012 peca nos próprios quesitos em que podia ganhar, em em outros pequeninos deslizes. De começo, acredito que o filme poderia se levar um pouco mais a sério. Tudo bem, é um filme blockbuster nada inteligente, direcionado para o público geral. É aceitável uma piadinha ou outra. Mas várias vezes elas entram, e sem uma necessidade real. É uma história que poderia se comprometer mais com o objetivo central e seus danos, e menos com destinos insignificantes de personagens. O mundo está acabando, todo o governo assume isso, e o namorado atual de Kate ainda se preocupa em explicar como conheceu uma mulher que o chamou na rua. Todos os personagens correm perigo, e Roland Emmerich se preocupa em mostrar a saga completamente estúpida e descabida de um Chiwawua - que não demonstrou uma importância lá muito grande no contexto - fugindo, tentando se salvar. Não dá né ? Um pouco mais de seriedade e menos criancisse seria bom.


O apego também extremo aos personagens é de revoltar. Um filme ser mentiroso tudo bem, mas ser mentiroso e com clichês, sem fazer uma paródia, é bem ruim. O personagem de John Cusack parece um sobrevivente que passa nos episódios de "Câmeras Nervosas" da vida. Por mais ferrado ou sem saída que esteja, tudo dá certo a ele. Nesse momento o filme precisava de um pouco mais de parceria com a realidade. Mas parece ser mais fácil criar situações complexas onde apenas saídas não críveis dão solução. Seriedade. É o que falta a 2012. Um filme desse porte poderia ser assim. Sem querer tirar o rótulo "Filme B" em sua testa. Mas qual a dificuldade de destruir mundos, criar ação e fazer isso sem precisar apelar para a sorte 20 vezes ?

2012, por fim, se consolida como um grande pedido de desculpas a sociedade mundial. Um pedido de desculpas ao mundo por Bush. Um pedido de desculpas e homenagem a África. O seu final talvez seja uma das melhores partes. Surpreendentemente, 2012 mostra uma outra visão o fim do mundo. Interessante, mas sem empolgar. Esse é o espírito do filme aliás. Divertido, mas sem criar raízes em nossa mente.


Tecnicamente, o filme tem seus deslizes. O Centro e o mais legal do filme sempre foram, desde o início, os efeitos e as cenas de destruição. Não faltam ao público, mas aos mais atentos, fica claro que faltou um pouco mais de dedicação.Em uma cena em que os protagonistas estão dentro de um pequeno avião e "contemplam" a destruição, o plano é amplo, e mostra a paisagem inteira, e no fim dessa cena esse avião passa sob o canto direito da tela. Em outra cena, o fundo é diferente, mas a movimentação do avião é idêntica. Um problema de direção, quesito o qual Emmerich faz de forma mediana e nada muito além. Em cenas que requer o chroma-key, o famoso fundo verde, ele parece mal colado e os atores se destacam levemente dele. São pequenos erros, mas que não passam despercebidos. Fora isso, todas as outras cenas são ótimas em sua maioria. Efeitos realmente bem colocados, que inclusive assustam, como na virada monstruosa do navio ou na destruição da Casa Branca, como mostrada no trailer.

No final das contas, 2012 consegue penetrar em nossas mentes com as mensagens de que o ser humano não perde sua ganância nem em face ao fim dos tempos, e consegue nos impressionar com efeitos realistas. Porém, por diversos momentos, me vi assistindo a uma aventura criada nos anos 80, com grandes feitos e façanhas (principalmente no fim). Algo muito comum e normal, o que faz 2012 não ter nada de especial. É, simplesmente, mais uma obra do devorador de mundos Roland Emmerich.









Hoje vou falar de um filme baseado em um evento que há dez anos atrás eu já sabia que iria dar o que falar, seja pela mídia ou em simples conversas em qualquer canto da Terra.

Trata-se do apocalíptico 2012, mais um filme que obviamente trata do apocalípse e mais um lançamento na véspera de um "novo fim do mundo". Afinal a humanidade tem essa velha mania de criar fins do mundo sempre. Antes de falar do filme em si vale a pena ressaltar esse pequeno detalhe sobre o fim dos tempos.

Em 1999, o mundo iria acabar por causa das profecias de Nostradamus, além do fenômeno do Bug do Milênio, agora a razão do apocalípse é o calendário Maia que supostamente terminaria no dia 21 de Dezembro de 2012. Óbvio que o mundo NÃO vai acabar nessa data. O calendário de fato terá uma mudança, de fato, mas será uma mudança de uma Era, representando uma nova Era para o homem. Assim como em 2000 ocorreu a mudança de um milênio, uma nova era, uma data representativa para a maior parte da humanidade cristã e afins, no caso 2012 é a mesma mudança só que para os Maias.

Tecnicamente para os Maias o fim do mundo realmente seria no ano de 4772 DC, no dia 12 de Outubro, devido ao fim do ciclo Pictun, das profecias Maias. Mas como a humanidade precisa sempre de um fim do mundo, para as igrejas e cultos e dizimistas e mídias e produtoras cinematográficas angariar mais fundos para suas grandes poupanças. O mundo com medo e essas instituições ganhando caminhões de dinheiro soa como uma combinação perfeita, não acham?!

Aparentemente até a NASA desmentiu esse fim do mundo, mas tem um ou outro que deve questiona: "Ahhh mas a NASA não vai divulgar notícias dizendo que o mundo vai acabar né?!". Nunca se sabe, afinal realmente a NASA não é um veículo confiável, mas esse papo do calendário Maia é tão lamentável que a NASA possivelmente deve estar rindo muito de tudo isso e resolveu desmentir logo tudo isso antes que apareça novos anormais como aquele pessoal do Heavens Gate, evitando suícidios em massa e outras baboseiras do tipo.

Agora vamos ao que interessa que é o filme 2012.

Dirigido por Roland Emmerich, escrito por Harald Kloser e o próprio Roland Emmerich e estrelando John Cusack como o "herói" e escritor Jackson Curtis, um autor de um livro que não vendeu sobre a humanidade durante o fim do mundo, além dele temos no elenco Amanda Peet, Chiwetel Ejiofor, Danny Glover e Liam James, que é o garotinho Noah Curtis...

Quanto a história, sinceramente, 2012 não me agradou nem um pouco. Afinal no filme o mundo acabou devido uma falha geológica que os homens poderosos ficaram sabendo antes de todo o povo e conseguiram se salvar graças a construção de uma ARCA. Eles ficariam protegidos dentro dela no maior conforto. Realmente pura utopia, afinal teria comida para todos?! Onde essa arca ficaria?! Voaria? Ou navegaria? De fato, isso ficou muito mal explicado no filme. As referências envolvendo a Arca de Noé são muitos, incluindo o nome de um dos garotinhos do filme.

Claro, que temos o chefe de família "herói" que supera tudo (ou quase) de forma mais que forçada e o romance (sem sal) envolvendo o casal. Acabou ficando tudo jogado, tudo confuso. O começo do filme é confuso, a história mal explicada e alguns detalhes desafiam nossa inteligência. Em relação a esses detalhes eu recomendo que você assista o filme e tire suas próprias conclusões. Afinal se eu contar estraga a surpresa de assistir o filme.

Apesar dos efeitos completamente forçados, os autores do filme quiseram bancar os realistas colocando um presidente americano negro que entrega a própria vida para salvar o seu povo. Pura propaganda pró Barack Obama!!! Tem propaganda pró Angela Merkel, pró primeiro ministro da Itália, pró China, mas o grande salvador da nação é o presidente americano!! Coitadinho que morre com o povo americano durante a fúria do solo terrestre.

Isso sem contar que praticamente eles não falam sobre os Maias. Afinal não era por causa do calendário deles que o mundo iria acabar. Só lembraram da data e que oa Maias preveram isso, mas foi muito pouco explorado, eu pensei que criariam mais referências, mas não há o que criar. Provando que o papo de que o mundo acaba em 2012 é pura ficção mesmo!!

Até agora só desci a lenha, vou falar sobre o lado bom. O início do Apocalipse no filme é muito bem feito, com os terremotos e o solo se partindo ao meio, criando uma expectativa bem legal, se o filme mantesse o mesmo nível seria fantástico. Os efeitos também são excelentes. E a animação que um tal radialista maluco profeta fez no seu computador é simplesmente fantástica. Inclusive foi o único momento concreto que eu vi uma referência aos maias. Realmente é o lado bom do filme, mas com o tempo a trama começa a ficar irritante e desafia nossa inteligência como uma luva batendo em nosso rosto.

Enfim, se você quer ver um filme sobre apocalípse assista "End of Days" (Fim dos Dias) que é bem melhor!!

PS: A tal cena do Cristo Redentor caindo é ridícula!!! É duro ver referências sobre a Rede Globo até no cinema, e pior que o tal repórter apresentando a notícia sobre o apocalípse no Rio tem a voz do Faustão....

Ahh puxa estraguei a surpresa?! Acredite!! A cena é uma porcaria!!! E o filme também...

TRAILER:


Um comentário:

  1. Roland Emmerich gosta de fazer filmes assim né!?
    Particularmente acho que esse estilo já está meio batido. Mas...tem que gosta né!
    Parabéns pela resenha, muito completa.

    bjao

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