sábado, 6 de março de 2010



A maior bilheteria da historia do cinema é o grande favorito da premiação. Anos e anos de preparação, produção e de desenvolvimento técnico para a produção de Avatar. Cameron conseguiu ir alem do que qualquer um poderia ter imaginado. Compôs uma fabula que reconta valores míticos que o homem conhece desde o início dos tempos recheado dos mais impressionantes efeitos visuais da história do cinema.
- Avatar foi planejado para sair do papel em 99. Na época o que emperrou o projeto foi o orçamento. US$ 400 milhões seriam gastos, o que na época era um empecilho a qualquer estúdio.
- Curiosidade neófita: os avatares tem sobrancelhas e cinco dedos. Já os Na’Vi tem quatro dedos e não possuem sobrancelhas.
- A linguagem Na’Vi foi desenvolvida pelo lingüista Paul Frommer. Ele criou um vocabulário de cerca de 1000 palavras.
- Unobtainum é um termo “engraçadinho” usado na indústria aeronáutica. Ele descreve um material perfeito para qualquer uso, mas que não existe, devido ao custo ou por violar as leis da física.
- Matt Damon e Jake Gyllenhaal foram as escolhas do estúdio para interpretes de Jake Sully. Cameron não acatou a “sugestão” e preferiu apostar no então desconhecido Sam Worthington.
- Cada frame de filme que teve uso de CG demorou 47 horas para ficar pronto.
- De acordo com James Cameron, os Na’Vi são azuis para criar um paralelo conceitual com as descrições tradicionais de Deus pelos Hindus (é só notar as cores dos deus Vishnu, Shiva, Rama, Krishna).


Considerado por muitos (inclusive por mim) o pior filme indicado ao Oscar nos últimos 15 anos, Blind Side é um dramalhão meloso com cara de requentado. Só teve essa inacreditável repercussão por ter no papel principal Sandra Bullock, uma das queridinhas do público americano, num papel onde ela precisa de um pouco mais do que um belo sorriso e olhos penetrantes.
- Muitos técnicos universitários reais participaram da produção em seus antigos cargos (durante o período de tempo que se passa o filme).
- Julia Roberts recebeu o roteiro antes de Sandra, para interpretar a personagem que deve dar o Oscar a Bullock.
- Quando Quinton Aaron participou da audição para o filme, ele trabalhava como segurança após as aulas de interpretação que tomava. Depois do teste, ele deixou seu cartão com o número telefônico se oferecendo como segurança caso não conseguisse o papel de Michael.
- Michael Oher foi o 23º draftado na primeira rodada de seleções da NFL pelo Baltimore Ravens no draft de 2009.


A originalidade do roteiro e da condução de Neil Blomkamp na primeira parte de Distrito 9, é um dos maiores momentos do ano de 2009 no cinema. O filme tem problemas na segunda metade, mas a primeira hora do filme é verdadeiramente impressionante. Ágil, áspera e crua. Se fossem apenas 5 indicados não veria nem de longe a indicação, como são 10, merece seu lugar.
- As carcaças de animais mortos, usadas em várias cenas eram na sua maioria reais.
- Todos os barracos, com exceção ao pertencente a Christopher Johnson, são barracos reais. Pertenciam a moradores que foram retirados pelo governo sul africano para um abrigo governamental paralelamente a filmagem do filme.
- O fuzil inacreditavelmente poderoso usado por uns dos soldados para abater o robô pilotado por Wikus é real. Chama-se Denel NTW-20 20mm. A propósito é um produto “made in” África do Sul.
- Seis finais diferentes foram criados durante as filmagens
- Os cliques que caracterizam a linguagem dos alienígenas foram produzidos esfregando uma abóbora.


O drama inglês foi o independente do ano na festa da indústria americana. Ancorado em Molina e na excelente Carey Mulligan, é mais um exemplo de filme hypado que não figuraria numa seleção de 5 melhores do ano. Sorte para todos os envolvidos em especial a jovem Mulligan, que num mundo perfeito levaria o Oscar.
- A equipe do filme ficou preocupada em escalar Carey Mulligan de 22 anos, no papel de uma menina de 16 anos. Mas após o teste a equipe toda foi convencida. Rosamund Pike, quase implorou pelo papel de Helen, porque “ninguém antes tinha me deixado ser engraçada”.
- Carey Mulligan mencionou em entrevista durante o festival de Sundance que alguns dos momentos mais marcantes da filmagem, ocorreram nas filmagens com atores que participaram de apenas um dia, como Sally Hawkins ou Emma Thompson. Sobre essa segunda, com que Mulligan dividiu quatro cenas, a atriz disse que a experiência fora incrível e que a atriz é brilhante.
- Entrou na lista da revista Variey de 2007, como um dos melhores roteiros ingleses não filmados.


Se alguém pode ser considerado favorito ao Oscar um desses filmes é Guerra ao Terror. Ao lado de Avatar, o pequeno filme independente capitaneado por Kathryn Bigelow vem levado quase todos os prêmios a que tem sido indicado. Sua historia sobre o impacto da guerra nas pessoas e o caos que se transforma a mente de um ser humano que adentra esse mundo doentio, que é a guerra. Vem levando as melhores criticas e não deve sair da festa sem algumas estatuetas.
- Durante a filmagem, três ou quatro câmeras (as vezes mais) “de mão” de 16mm foram usadas para criar o efeito documental tão importante na estética do filme. Cerca de 2000 horas de filme foram captadas em 100:1.
- O filme foi rodado em locação na Jordania. Parte da primeira semana de filmagem aconteceriam no Kuwait, numa base militar americana. O acesso foi negado.
- O ator Jeremy Renner tropeçou e caiu de uma escada quando carregava um garoto iraquiano durante as filmagens. As mesmas foram paralisadas por vários dias para que seu tornozelo melhorasse.
- Vários membros da equipe do filme tiveram suas bagagens vistoriadas e foram inquiridos a respeito da viagem até a Jordania pela equipe de segurança dos aeroportos americanos. E cada um dos produtores teve de explicar os motivos de seu retorno a Los Angeles.
- Colin Farrel, Willem Dafoe e Charlize Theron foram originalmente considerados para o filme.
- James Cameron (ex-marido de Bigelow) disse ao ver o filme : “Será o Platoon da Guerra do Iraque”.
- Falando ainda de Cameron, foi o ex que convenceu Bigelow a aceitar o filme. Ela originalmente planejava filmar outro projeto e não estava certa sobre o filme. Cameron leu o roteiro e disse que ela deveria fazer esse filme. Ironia... Bigelow pode roubar o Oscar de direção de Cameron.
- Jeremy Renner usou a roupa de “desarmador de bombas” verdadeira durante as sequencias no escaldante deserto sem auxílio de dublês.

Quentin Tarantino conseguiu realizar seu épico em homenagem aos filmes de guerra exploitation. O gênio do diretor e roteirista está sempre na sua capacidade de misturar tudo aquilo que gosta, bater no liquidificador e conseguir um produto com cara de novidade. Bastardos é (para muitos) a obra-prima do diretor. Num mundo perfeito Tarantino levaria pelo menos um Oscar para casa.
- Quentin trabalhou por quase uma década o roteiro do filme.
- Simon Pegg (o famoso cômico inglês) foi originalmente escalado para viver o Tenente Archie Hicox, mas o ator precisou “pular fora” por motivos de agenda. Michael Fassbender o substituiu.
- Tarantino sondou Adam Sandler para interpretar o Sargento Donny Donowitz. Sandler recusou porque estava filmando Funny People.
- O papel de Francesca Mondino foi escrito especialmente para Julie Dreyfus, que fez um papel semelhante no filme Kill Bill.
- Nastassja Kinski foi sondada para viver a personagem Bridget Von Hammersmark. O diretor chegou a viajar a Alemanha para tentar um acordo.
- Leonardo DiCaprio foi a primeira escolha para viver o coronel Hans Landa, mas Tarantino preferiu apostar num ator que falasse alemão fluente para o papel (graças aos céus)
- O nome do personagem de Brad Piit, Tenente Aldo Raine é uma dupla homenagem. Ao ator e veterano da segunda guerra Aldo Ray e a um personagem do Cult Rolling Thunder, Charles Rane. Uma das diretoras de casting, Johanna Ray, é a ex-mulher de Aldo Ray.
- Ennio Morricone estava ligado ao projeto até o conflito de agenda com o filme de Tornatore, Baaria, impedir que o compositor pudesse compor uma trilha completa. Porém, diversas músicas do compositor aparecem no filme.
- Eli Roth e Omar Doom tiveram queimadura leves durante a sequencia do teatro. Durante os testes a temperatura chegou a 400°. Porém durante as filmagens o fogo tomou conta do set com a temperatura chegando a incriveis 1.200°. Tarantino dirigiu a sequencia de uma grua usando uma roupa de proteção contra o fogo. Ninguém quis parar com a filmagem e por conseqüência perder o material filmado. Os bombeiros disseram que mais 15 segundos de filmagem faria a estrutura entrar em colapso incinerando os atores.


O drama de superação Preciosa, tem cara e jeito de premio da Academia. A história de Cinderela que supera os problemas e vence na vida sempre foi bem aceita e não será dessa vez que deixará de ser. O que faz Preciosa diferente é a forma quase sádica que seu diretor Lee Daniels mostra as ações a que seus personagens são submetidas. E claro Mo’Nique e Gabourey, além de Mariah ... todas excelentes no filme.
- Helen Mirren foi originalmente escolhida para viver a personagem Mrs. Weiss, mas abandonou a produção antes das filmagens. Mariah Carey foi escolhida apenas dois dias antes do início da produção.
- Mais de 400 garotas foram testadas para o papel de Preciosa. Gabourey foi a selecionada apenas a seis semanas antes do início das filmagens, após ter comparecido ao teste mediante a insistência de seus amigos.
- No decorrer da filmagem a produção do filme perdeu: um editor, um fotografo, três pessoas responsáveis pelo continuísmo, três responsáveis pelas locações, dois produtores, dois assistentes de direção, duas pessoas responsáveis pelo som entre outros.


O filme dos Irmãos Coen é o retorno da dupla as comedias de baixo orçamento e com elenco quase desconhecido, como no início de suas carreiras. As discussões a respeito da divindade, do papel do homem na terra e a quantidade impressionante de humor negro e de criticas (mesmo que veladas) a cultura judaica fazem do filme “o patinho feio” do premio. Genial, mas arrisco dizer que é mais fácil Rob Schneider vencer o Oscar do que esse filme dos Coen ser premiado. Uma pena.
- Os nomes das crianças que tomam o ônibus com Danny Gopnik são nomes reais de crianças que os Coen conheceram quando eram menores.
- Em seu argumento com o funcionário Columbia Records,, Larry Gopnik repetidamente rejeita o álbum Abraxas de Santana, de inúmeras maneiras. Ele não pediu Abraxas, ele não quer Abraxas, ele não vai ouvir Abraxas. Abraxas é um termo gnóstico de Deus, particularmente um Deus que é engloba todas as criações do universo ao Diabo, e uma raiz etimológica de "abracadabra". É, portanto, implícito que Larry Gopnik está veementemente rejeitando a Deus e a magia.
- O ano em que se passa o filme é incerto. Rabbi Scott tem um calendário de 1967 em seu escritório, porem quando o funcionário da Columbia liga para Larry ele menciona os álbuns Abraxas de Santana e Cosmo’s Factory do Creendence. Ambos lançados em 1970.


O novo filme da Pixar novamente cativou o mundo todo. A historia do velhinho que viaja com balões em sua casa, acompanhado do escoteiro jovem e hiperativo é uma aula de como contar uma boa historia. É lógico que a indicação na categoria principal visto que o filme é o grande favorito ao prêmio de filme de animação, só se justifica pelo aumento de 5 para 10 no número de indicações a melhor filme.
- Foi o primeiro filme de animação a abrir o festival de cinema de Cannes.
- Quedas d’agua parecidas com as mencionadas no filme como Paradise Falls foram encontradas na Venezuela.
- O rosto e a personalidade de Carl Fredricksen foram baseados em Spencer Tracy e Walter Matthau.
- O vilão Charles Muntz é chamado assim, pois é baseado em Charles Mintz, um executivo da Universal que em 1928 roubou de Walt Disney os direitos sobre o personagem Oswald, que tinha uma série de desenhos animados muito famosa na época. Isso fez com que Walt tivesse “força” para criar Mickey Mouse, que como todos sabem eclipsou a popularidade de Oswald.


Depois do sucesso de Juno, Jason Reitman apontou sua câmera para essa historia que reflete um pouco a situação econômica americana, A simples idéia de que exista uma pessoa responsável por demitir pessoas, pegar um avião e partir para outra “equipe” a ser demitida é no mínimo absurda. Junta-se a essa premissa acida, um bom elenco, uma historia de jornada e você tem Amor Sem Escalas, a terceira força do Oscar 2010.
- Ellen Page e Emily Blunt foram consideradas para o papel de Natalie.
- Jason Reitman começou a escrever o roteiro do filme em 2002, quando a economia americana estava crescendo planejando rodá-lo como seu primeiro longa. A oportunidade de fazer Obrigado por Fumar e Juno apareceram e ele guardou o roteiro até o ultimo ano, quando a crise econômica aterrissou com força nos Estados Unidos. Por isso, o tom do filme foi bastante alterado (referindo-se ao roteiro original) e funciona muito melhor agora, como um reflexo da realidade. Os atrasos e as opções anteriores mostraram-se acertadas e ajudaram o filme.



A bela Kathryn Bigelow é somente a quarta mulher indicada na categoria de melhor direção e a academia tem uma grande chance de fazer “história” se resolver premiá-la. Sua carreira é bastante consistente incluindo Near Dark (estiloso filme de vampiro), Caçadores de Emoção (um Cult da geração noventista) e Strange Days (um belo thriller sci-fi com Ralph Fiennes)


Cameron é um dos poucos diretores que hoje conseguem colocar acima dos títulos dos seus filmes um bonito “a James Cameron movie”. A carreira desse mestre da ação e do sci-fi é recheada de sucesso de crítica e público e depois da consagração de Titanic conseguiu ir além com Avatar. Seus créditos incluem: Aliens (muitos consideram melhor que o original), Exterminador do Futuro 1 e 2 (dois filmes sensacionais, um exemplo do que Cameron é capaz no melhor de seus dias), Segredo do Abismo (um bom suspense, com inegáveis proezas técnicas), True Lies (divertida e absurda comédia de ação) e o já citado Titanic. Filmes que todos (ou quase todos) viram e reviram. Um feito.


Lee Daniels consegue a indicação ao Oscar em seu segundo filme. O anterior Shadowboxer dividiu o gosto de muita gente. Daniels tem muito a crescer, mas a indicação não pode ser considerada injusta pois o diretor não teve medo e não aliviou nas cenas mais difíceis. Se você clicar na pagina do diretor no IMDB,ainda vai descobrir que o diretor está cheio de projetos.Já está em pós-produção de Selma, aparentemente um drama histórico com fundo racial (terá Lee Daniels a idéia de se tornar o novo Spike Lee ?).


O filho de um dos reis da comédia oitentista Ivan Reitman, vem demonstrando ser um diretor bastante regular e competente. Vindo de dois trabalhos elogiados (Obrigado Por Fumar e Juno) Reitman vem trilhando seu caminho com grande categoria. Além de diretor, Reitman também constrói os roteiros da maioria de seus filmes. E com esse não foi diferente.

Adorado por 9 entre 10 cinéfilos, Quentin Tarantino é um dos maiores diretores americanos da atualidade. Todos os seus filmes são dotados de características marcantes, recheadas de fetiches do diretor, de maneirismos e de referencias ao cinema. Tarantino é um amante da sétima arte e faz questão de demonstrar isso em cada filme.Desde seu primeiro sucesso com Cães de Aluguel, passando pelo clássico Pulp Fiction, ao incompreendido Jackie Brown, aos dois filmes Kill Bill, a brincadeira séria Death Proof culminando em Bastardos. Uma filmografia sólida.


Filme israelense, a grande surpresa dos indicados ao Oscar. Dos indicados é o que tem menos força, pois não tem nenhum premio importante na “carreira”. Porém, tem o apelo de ser um filme sobre um tema forte (a convivência entre árabes e judeus).


O grande favorito da categoria, fala sobre a influencia das raízes culturais germânicas na formação de uma geração que apoiava a guerra e os lideres de tal conflito. Fotografado num p&b maravilhoso e conduzido com o habitual distanciamento emocional característico do diretor Michael Haneke, o que faz com que muitos não gostem de seus filmes. Um belo filme, dos melhores do ano passado sem a menor dúvida.


Campanella novamente apresenta um belíssimo trabalho, mais um baluarte do cinema argentino, que cada vez mais apresenta produções diferenciadas, interessantes e muito competentes. Haneke parte com força pelo tema, mas o filme de Campanella é magnífico. Uma mistura de fábula com thriller policial que ainda encontra tempo para ser uma comédia romântica.


O thriller francês é mais um excelente filme nessa seleção de filmes estrangeiros (uma das melhores dos últimos anos) onde quatro dos cinco filmes podem levar o prêmio. Jacques Audiard por trás do verniz de filme de cadeia analisa o papel do árabe da multi-facetada sociedade francesa. Quando, e se sair por aqui, assista.


Se a um ano atrás alguém dissesse que entre os 5 finalistas do Oscar de filme estrangeiro teríamos um representante do quase inexistente cinema peruano, provavelmente ninguém acreditaria. Mas é melhor abrir o olho, para essa bela produção peruana, dirigida pela diretora Claudia Llosa. Sensível, inteligente e vencedora do Urso de Ouro em Berlim.É a quarta força na disputa, mas fazia tempo que a “quarta força” do Oscar de filme estrangeiro não era tão poderosa.



O aclamadíssimo filme da Pixar chega como franco favorito ao Oscar de Melhor Animação. E o retrospecto Pixar também não deixa Up com chances baixas. Raras são as vezes que a excelente produtora perde esse Oscar desde sua criação. E Up ainda foi indicado a Melhor Roteiro Original e até mesmo a Melhor Filme. E realmente tudo é justificável, afinal, Up é um dos melhores filmes de 2009 (opinião geral do Fotograma também). Pete Docter fez um bonito trabalho e deve deixar a animação no topo, apesar de Up ter perdido alguns Annie Awards para Fantástico Senhor Raposo. Aqui em Up, a Pixar confirma sua especialidade em histórias dramáticas. Tudo começou em Toy Story, aprimorou em Procurando Nemo, se consolidou em Wall-E e agora chega ao ápice do amadurecimento. Favoritíssimo.


Wes Anderson, se aventurando pela primeira vez no fabuloso mundo do Stop-Motion, entregou um dos filmes mais bonitos de 2009, talvez o único com chances reais de tirar de Up. Wes, que adaptou o roteiro ao lado do amigo Noah Baumbach, é dono de uma identidade cinematográfica incrível e que trouxe sucessos de crítica como Os Excêntricos Tenembaums, A vida Marinha de Steve Zissou e o tragicômico e igualmente bom Viagem a Darjjeling. No elenco de vozes, estrelas como George Clooney, Meryll Streep (chamada em cima da hora pra substituir Cate Blanchett) e o colaborador frequente de Anderson, Bill Murray. O modesto orçamento de 40 milhões fez um incrível trabalho, um esmero visual e de narrativa. Mas, o público não comprou a idéia, fazendo com que nem pagasse o orçamento, o que é uma pena. E é interessante notar como temos duas stop-motions concorrendo esse ano, o que é ótimo.


Henry Selick, diretor de O Estranho mundo de Jack, entrega em Coraline um filme muito digno de ser indicado. Um filme bem maduro, com elementos consagrados (e alguns inovadores) do cinema de suspense e do terror, que mereceu a repercussão que teve, elevando a Laika Animation a um patamar mais famoso. O cuidado obsessivo com os lindos cenários é bonito e tem a qualidade habitual de um stop-motion. Estranha, aliás, é a censura do filme nos Estados Unidos: PG. Um PG-13 caberia facilmente, afinal, o filme é bem assustador e os pequenos talvez se sintam meio desconfortáveis. Já os cinéfilos, bom, esses podem agradecer, o trabalho tem um saldo muito positivo. Indicação merecida também, num ano justo em indicações.


A Disney, por muito tempo (e até hoje é, um pouco) a melhor produtora de animação, investe pesado voltando ao estilo clássico agora. Com Bolt (que apesar de computadorizado, tem um roteiro bem clássico) e A Princesa e o Sapo (voltando ao 2D), depois do fracasso de filmes fracos como A Família do Futuro. A história da primeira princesa negra da Disney é cativante e investe na diversão descompromissada, com as clássicas lições e finais felizes que todos aprendemos a amar. Assim, a Disney está “mais para constar” nas indicações, sendo a animação mais fraca entre elas (o que não significa muito, afinal, todas são elogiadíssimas).


Essa animação irlandesa-belga-francesa é a grande surpresa da premiação. Ganhando 100% no Rotten Tomatoes (conceituado site americano de críticas), o filme em animação clássica em 2D aposta na história e na construção de personagens. Afinal, o design não é o forte de The Secret of Kells. O filme ainda não tem previsão aqui no Brasil.


O longa de Jason Reitman, ganhador da maioria dos prêmios de Roteiro Adaptado, incluindo o Globo de Ouro, é favorito disparado aqui, novamente. O filme tem seus problemas, como uma considerável queda de ritmo de roteiro(e direção, que antes estava uma das melhores do ano), mas é uma ótima pedida e tem uma atuação excelente do ex Dr. Ross, George Clooney. Aqui, a indicação do roteiro é até justa, mas seu roteiro não é o melhor adaptado do ano. Reitman, diretor corajoso e metódico, esbanjava identidade no excelente Obrigado por Fumar e demonstrou uma boa condução narrativa em Juno, mas aqui em Amor sem Escalas, ele uniu a genialidade de Obrigado e a queda de ritmo do próprio Obrigado e de Juno. Então, é bom, mas não o melhor. Turner o co-parceiro de Reitman foi o responsável de uma "pérola": O Massacre da Serra Elétrica: O Início.


Lee Daniels, o diretor do imbecil Shadowboxer (um filme simplesmente indescritível de tão ruim), ganhou em Preciosa a chance de sua vida. O roteiro de Preciosa é duro, cru, chocante, realista e, por incrível que pareça, bonito. Com diálogos excelentes e cheios de identidade, o roteiro também é muito feliz em criar situações verossímeis e personagens memoráveis. Um grande exemplo de qualidade, talvez a maior do roteiro, seja a formidável construção de personagens. Num filme em que a mãe da protagonista seja a maior “vilã”, o roteiro merece ser citado e lembrado por muito tempo. Outra coisa que ficará marcada é o final da película. Bonito, poético e simplesmente esperançoso. E o melhor: sem soar piegas ou impossível. Se despindo dos trejeitos cinematográficos comuns, o roteiro de ..., estreante roteirista, é surpreendente.


O filme inglês, continuação de uma série inglesa da BBC, é uma grande surpresa entre os indicados. Apesar de surpresa, é provável que a produção seja fantástica, unindo boas atuações e o refinado e ácido humor inglês. E ainda tem os 94% que ganhou no Rotten Tomatoes, o que dá uma perspectiva boa pro filme. Esse se espera pra download, afinal, nunca deverá chegar ao Brasil. Armstrong, Blackwell, Ianucci e Roche tem créditos na Tv inglesa.


O filme de Lone Schfering, roteirizado pelo badalado e cada vez mais famoso Nick Hornby, pode impressionar (e tem impressionado, a crítica americana tem glorificado o filme), mas segundo a opinião dos Fotogramas, o filme decepciona bastante. È um hipócrita melodrama, nas palavras de nosso editor-chefe. Um bem escrito filme, com diálogos bons, mas com um final estranho e uma construção de situações comum. Logo, Educação é o primeiro escorregão do Oscar de Roteiro esse ano. Nick Hornby, apesar dessa falha, tem crédito até não poder mais. Fez o cultuado livro Fome de Bola( adaptado no cinema pelos Irmãos Farrelly, baseando-se pouco no livro), contando suas aventuras com o Arsenal, fez uma das comédias românticas mais elogiadas da história, Alta Fidelidade (do profílico Stephen Frears), Um Grande Garoto (com Hugh Grant) e aqui tem seu primeiro roteiro. Na próxima, espera-se uma estrutura narrativa melhor de Hornby, que já provou ter muito talento.


Talvez Distrito 9 seja a indicação mais errônea desse ano em Roteiro Adaptado, porém é justificável a falha. A primeira metade do filme é simplesmente formidável, com uma politizada trama de ficção-científica com pano de fundo de preconceito, ambientação ótima e construção de personagens boas. Porém, o roteiro do diretor Neill Blomkamp e de Terri Tachell decepciona na metade final, quando todos os clichês dos filmes de ação resolvem aparecer. E tome coronel durão, “vilão” que na verdade é “mocinho”, o mocinho que deve cada vez mais aprender e lutar com seu inimigo, um clímax entupido de ação, muito bem filmado porém sem o menor sentido e por aí vai. Então, para o primeiro trabalho, Blomkamp não fez feio, mas espera-se que ele ouça as críticas negativas (que por sinal, foram poucas) e trate com mais cuidado seu roteiro, sem se importar muito com o público ávido por robôs gigantes, mutantes descerebrados e gregos guerreando, grandes devoradores de pipoca que só gostaram da metade final da meia-obra-prima Distrito 9.


O gênio incompreendido Quentin Tarantino já levou essa estatueta pela obra-prima Pulp Fiction. Porém, nunca conseguiu ser agraciado como melhor filme ou diretor. E, devo informar, que será mais um ano em branco para o ex-gerente de locadora do Tennesee. Mas, se há chance para Bastardos (um dos melhores filmes de 2009, o melhor em disputa de Filme e direção), é em roteiro original. O mais maduro dos roteiros de Tarantino tem uma estrutura clássica, narrativa lenta, contemplativa, um amadurecimento na carreira do diretor. Outro fator importante é a construção de personagens. As passagens são todas memoráveis e, além do enlouquecido clímax, o que marca mais Bastardos é a construção de Shoshanna Dreyfuss e do Col. Hans Landa. Simplesmente, os dois entram na minha lista de 5 melhores personagens do ano, o que não é pouco. Mas, apesar de todos os méritos e da Academia dever pelo menos 2 Oscar (Cães de Aluguel e Pulp Fiction) para Tarantino, acredito que dessa vez ele também sairá de mãos vazias. Uma pena Tarantino seguir o rumo de um Scorsese, sendo reconhecido apenas depois de muito tempo.

O roteiro de Guerra ao Terror é um dos mais brilhantes do ano e só reforça a teoria de que foi bem acertada as indicações da Academia nesse quesito. Mark Boal, o escritor, criou um roteiro sensacional, mesclando situações tensas (o forte do filme) e personagens tridimensionais. O mais destacado deles é o Sgt. James, que permanece sem uma ideologia definida até o poderoso final, quando o motivo de tanta guerra é revelado. Fora que, com a maestria das cenas conduzidas por Kathryn Bigelow, o filme consegue empolgar e deixar o espectador tenso mesmo com as cenas-chaves serem bem diferentes. Definitivamente, um filme de guerra poderoso e escrito de forma exímia. E tudo ainda melhora, sabendo-se que Mark Boal é um ex-jornalista e correspondente no Oriente Médio, praticamente um expert em guerra e nos sentimentos dos soldados, mas relativamente amador em estruturas de roteiro ficcionais. Um excelente começo para Boal.


A nova comédia dos irmãos Coen é fantástica e brinca com conceitos cinematográficos, como alguns esquemas de roteiros, como numa cena do carro, onde tudo que acontece faz o espectador esperar algo... que não acontece. Ou acontece. Fora isso, a comédia de humor negro dos Irmãos está afiada ainda e tem situações que são levadas ao limite do extremo, como o caos na vida de Larry, o protagonista. E a acidez começa, de verdade, no difícil início do filme, que pode não ser totalmente entendido. Ou talvez no final, outro digno de polêmica. Pura genialidade, algo que os Coen sabem muito bem. Em outras comédias, como Queime Depois de Ler ou Fargo, eles mesclam o humor negro com uma excelente trama policial. Em Onde os Fracos não tem Vez, eles optam apenas pela trama policial e uma excelente construção de personagens. Aqui, eles optam apenas pela comédia (como nos geniais Barton Fink e O Grande Lebowski), com um humor refinado e situações que, em outras mãos, ficariam extremamente ruins. Um merecedor digno do prêmio.


O Mensageiro é um filme que se apóia da combinação quase sempre vencedora, de bons atores e um roteiro enxuto e direto. O texto de Oren Moverman (também diretor) e Alessandro Camon caminha nesse sentido, usando os traumas de guerra como combustivel para o reencontro da verdadeira essência do homem. Moverman estréia como diretor mais tem crédito como roteirista por I'm Not There, a biografia de Bob Dylan. Camon é mais conhecido como produtor executivo de filmes como Psicopata Americano, The Cooler, Obrigado Por Fumar, Vicio Frenético (a versão de Herzog) e do novo filme de Oliver Stone, a sequencia de Wall Street.


O roteiro de Up, é o que nos faz nos apaixonar pela história do Sr. Carl Fredericksen e do escoteiro Russell. O ínicio de filme é de uma genialidade impar no cinema, seja live-action ou animação. É verdade, que a partir da metade do filme, a pelicula cai um pouco e o maniqueismo assume. Mesmo assim, ainda sobram bons momentos (em especial os que envolvem a "missão" de Fredericksen). Peterson é o autor do roteiro de Procurando Nemo, Docter é o autor da história (o que não necessariamente indica autoria do roteiro) de Toy Story, Toy Story 2 e Monstros S.A. McCarthy é ator, diretor e roteirista com créditos para, como diretor/roteirista: O Agente da Estação e o Vistante (dois belos filmes independentes) e como ator: 2012, Duplicidade, Conduta de Risco, Conquista da Honra, Syriana entre outros.



Um comentário:

  1. Gente, que lindo o novo tamplaide de vocês, AMEI!!!
    Adorei também a postagem sobre o Oscar. Saudade de passar por aqui, mas ando muito apertada de serviço, mal tenho tempo de fazer minhas postagens...
    Ta complicado viu!!!!
    Bjim para todos e um ótimo resto de final de semana

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