quarta-feira, 10 de março de 2010


Oscar 2010


Para a surpresa de alguns, e talvez decepção para outros, o Oscar 2010 passou e realmente, como o Alexandre disse, “as bilheterias não influenciaram no prêmio“. A grande festa do cinema conseguiu olhar através da popularidade de alguns indicados, e diferente de outros anos, fez uma premiação mais justa.

Um fato que eu acho necessário esclarecer é: Pelo menos na área musical, em relação aos prêmios de “Melhor Trilha Sonora”, “Melhor Canção”, “Melhor Edição de Som” e “Melhor Mixagem de Som”, não existe um abismo de inferioridade entre os premiados. Do meu ponto de vista, não houve um filme com péssima trilha, com músicas mal feitas e os produtos utilizados estavam todos de acordo com o nível dos indicados.

Algumas trilhas nos chamam mais atenção, outras menos, mas o que deve ser levado em conta é exatamente qual, de todas essas trilhas sonoras, teve um impacto maior, uma criatividade maior, ou até mesmo, qual delas serviu à imagem da forma mais completa possível. Não foi à toa que “Up” levou o prêmio. Assistindo todos os filmes indicados à Melhor Trilha, e ouvindo todas as canções, eu realmente acreditei que todas mereciam, em certo ponto, levar a estatueta dourada. Mas pensando de forma mais global, o filme da Pixar conseguiu nos chamar a atenção com mais freqüência com uma trilha perfeita, que se encaixa totalmente na animação, que pôde transmitir sua mensagem de forma mais completa e com um apelo maior.


Todos desempenharam muito bem seu papel, e quando temos Michael Giacchino na indicação, realmente a história muda. Desde sua aparição em “Os Incríveis”, minha atenção sempre se voltou para o trabalho dele. Aquele filme é uma verdadeira aula de Trilha Sonora, não só pela música, mas por todo o trabalho de ambientação, desde um escritório com ar condicionado, até um carro com os vidros fechados. Isso sem contar todo o trabalho de Leitmotiv, usado para caracterizar a família de Super-Heróis. Realmente Fantástico.


Desde os primeiros acordes, até uma formação acadêmica, todo e qualquer professor de música ensina, ou deveria ensinar, que o simples às vezes é muito mais funcional que o técnico, complicado e rebuscado. É uma certeza que uma melodia, harmonia ou ritmo simples não deixa de ter sua beleza só por ser simples. As pessoas tendem a prestigiar freqüentemente o mais técnico e elaborado possível, sendo que os grandes tesouros, às vezes, estão nos menores baús. Temos muito exemplos disso em estilos musicais, trilhas sonoras e até efeitos especiais, figurinos, cenários, etc.

E é isso o que vimos com a “Melhor Canção” de 2010. “Crazy Heart” levou o Oscar com a canção “The Weary Kind”, tocado pelo violonista country Bad Blake, interpretado por Jeff Bridges, “vencendo” as jazz bands que também estavam indicadas como melhor canção. “A Princesa e o Sapo”, não contente em ter uma música como indicada para “Melhor Canção”, tinha duas e, ainda assim, o prêmio ficou com a voz e violão do filme de “Scott Cooper”.

Acabei por usar e explicar alguns termos mais técnicos nas últimas postagens, com o intuito de explicitar tudo o que conhecemos e pensamos direta ou indiretamente, na produção de uma trilha sonora. É claro que isso é um estudo realmente aprofundado, que envolve música e ciência. Toda a cultura que hoje envolve o cinema é um estudo vindo de séculos. O cinema é coisa recente, perto de todo o estudo por trás das cortinas, do que hoje chamamos de “Trilha Sonora”.

Um comentário:

  1. Eu ainda não vi muitos filmes que concorreram nessas categorias, mas é fato que eu tive um profundo apreço por "Take it All", música de Nine. Não sei se o que me chamou a atenção foi a excelente performance de Marion Cotillard - que foi muito injustiçada - ou se foi a canção em si, mas sei que gostei muito e estava confiante de que essa canção pudesse ganhar o Ocsar, até porque está inserida num filme que prima pelo lirismo musical.
    Enfim, quero ver todos os outros indicados e inclusives os ganhadores.

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