Toy Story (Toy Story, 1995)
Direção: John Lasseter
Com as vozes de: Tom Hanks e Tim Allen
Desde sempre, a palavra animação era quase sinônimo de Disney . Os clássicos como Branca de Neve, A Bela Adormecida e tantos outros que foram lançados nas décadas de 30 e 40 marcaram todo o mundo de uma forma arrebatadora. Os personagens Disney são pate da Hitória da humanidade. Ao menos se igualar ao sucesso da Disney seria já bastante. Mas, décadas a frente, essa história iria mudar . Estava para surgir a Pixar, um estúdio de animação que elevaria o sentido de ''obra de arte''. Tudo começou em 1979 , e a Pixar nada mais era do que uma pequena divisão da área de computação gráfica da grande ILM .
Conforme a tecnologia ia sendo trabalhada ná década de 80, a proximidade de se criar filmes ia ficando maior. Em 1986, a então recente nomeada Pixar lançou um curta de pouco mais de 2 minutos sobre um pai e filho lamparinas. Luxo Jr. era o nome do agradável e criativo curta que daria o primeiro movimento a engrenagem criativa de um dos maiores estúdios atuais . Não havia tema mais apropriado para o prólogo de uma história brilhante.
Então, depois de mais 9 anos de trabalho para aperfeiçoar técnicas,em 1995, um dos maiores filmes de todos os tempos era lançado: Toy Story, o primeiro longa metragem da Pixar. Um filme curto, de 81 minutos, que conquistaria uma geração inteira de fãs, tanto de jovenzinhos quanto dos mais velhos, por seu apelo saudosista as crianças e seu drama bem empregado nos momentos certos.
Aí é que ainda mora o diferencial arrebatador da Pixar até hoje: o drama é colocado de maneira certa, sem soar piegas e sem ser pessimista, ideal para as crianças. Tais feitos são reparados até hoje nas obras mais recentes do estúdio, como o contemplativo Wall-e e o incrivelmente adulto Up . Porém, mesmo com essas obras geniais mais atuais, acredito que nenhuma conseguiu atingir o potencial máximo de Toy Story. O paradoxo em forma de homenagem criado no filme é mais que genial, obra-prima. Ao mesmo tempo que dialoga com as crianças, trata de tramas emocionais adultas, tudo isso ambientado num mundo de brinquedos infantis .
Mas Toy Story não foi reconhecido logo de cara por sua narrativa cativante. A primeira vista, o motivo que fez com que Toy Story despontasse antes mesmo de completar uma semana nos cinemas foi seu visual. Até ali, tudo que havia sido feito em animação era o que chamamos de 2D. Animações feitas em desenhos, sem maiores detalhes, basicamente tendo como produto final o que saísse da ponta do lápis. A Pixar veio trazer como revolução a técnica do visual das animações . As animações agora fariam as personagens terem detalhes muito mais aprofundados de luz, sombra, profundidade e expressões faciais. Mas falar que a revolução vinda com Toy Story era apenas visual, seria deveras incorreto. O modo clássico de se contar histórias foi alterado, o modo como o clímax ocorria foi alterado, a tridimensionalidade das personalidades das personagens foi alterada.
Uma revolução geral nas animações, que dariam frutos futuros. Afinal, a profundidade de Toy Story é tão gigantesca que é muito plausível compará-lo com filmes de pessoas de verdade. E não é surpresa reparar que a densidade dramática do filme de Jonh Lasseter é muito maior do que longas com pessoas reais. Até mesmo a técnica do diretor é mais inspirada do que de muitos outros renomados.
A história, como a maioria deve saber, é muito simples, mas não simplória. Ora, o filme é curto, contem uma soberba introdução e mais três atos diminutos se comparados a outras películas. Corte umas cenas e encurte outras, daria até um curta-metragem. Toy Story não merece aplausos por ser uma animação com história complexa. Merece aplausos por sua fabulosa composição e desenvolvimento de personagens. A história de Woody (voz original de Tom Hanks), o brinquedo preferido de Andy, começa com uma brincadeira boba, e depois naquele universo de brinquedos se desenrola toda uma sociedade. É interessantíssimo ver todos os bonecos organizando uma verdadeira operação de guerra para descobrir quais os novos presentes , se serão tocados ou não. Emoções de abandono, tristesa e amizade elevando ao expoente máximo, encaixado com maestria num filme infantil.
A descoberta de Buzz (voz original de Tim Allen ) que é um brinquedo e não pode voar, é simplesmente emocionante. Um nível de drama muito além do normal, que transforma Toy Story em um clássico absoluto. Uma homenagem a infância, que parte da visão que os bonecos têm das criaças. Toda a ambientação contribui para esse cenário saudosista . O vizinho é um destruidor de bonecos, todos tem pavor de ser perder, afinal de contas, o objetivo da vida desses seres é puro e cristalino : Fazer de seu amigo, o dono, uma criança feliz .
Misture a isso doses de humor inteligente que conseguem agradar aos adultos e homenagens a clássicos desde a ficção(2001 claramente) até filmes de aventura em geral, e terá um dos maiores filmes já feitos, sendo ou não animações. Claro que toda a sequancia é maravilhosamente dirigida por John Lasseter, que simplesmente não perde nenhum segundo. Todos seus takes são inteligentes, apropriados ao momento e experimentam vários estilos , desde a câmera trêmida até pequienas visões em primeira pessoa.
Por todos esses motivos, Toy Story é marcante, principalmente para as crianças da década de 90 (como o crítico que aqui escreve) que têm como uma de suas referencias na infância esse tipo de obra. A Pixar, em 2010, resolveu corajosamente fazer um segunda sequencia, depois de Toy Story 2 . E é preciso muita coragem para tal feito. A maioria das crianças de hoje em dia está mais acostumada a ver outros tipos de animação, mais burra e aventuresca. Fazer uma sequencia seria, no mínimo, arriscadíssimo, e o índice de fracasso seria muito grande. Felizmente, a Pixar confia no próprio taco e o lançamento vai acontecer em 3D . Porém, antes de Toy Story 3, os realizadores decidiram converter os dois primeiros filmes para a nova tenologia.
Já tendo assistido ao primeiro filme em 3D, devo falar que é uma experiência fantástica. O 3D não é assombroso como em Avatar, mas é usado pontualmente como em Up. O suficiente para ressaltar toda a beleza original do filme e tocar tanto os que já conhecem a obra quanto aos que não conhecem. É obrigação, portanto, ver Toy Story nos cinemas. Assistir os ícones - que só a Pixar sabe fazer- da maior animação de todos os tempos no cinema é tirar a sorte grande. Não é todo dia que se vê um clássico nas telonas .
Em 1995, a maior produtora de animações lançava seu primeiro longa no cinema. A Pixar criou Toy Story, uma das maiores animações de todos os tempos (a maior, na minha opinião) e com isso, projetou sua ascensão ao sucesso e a fama. A produtiva parceria com a Disney continua até hoje e Toy Story continua a ser lembrado como um verdadeiro clássico do cinema.
Adorada por crianças e adultos desde seu lançamento, a aventura de Buzz e Woody volta aos cinemas, desta vez em 3D. Desde já, pode-se dizer que é uma corajosa iniciativa da Pixar. O filme, que apesar de ser atemporal, é pouco conhecido da juventude de hoje em dia, que acha que Disney é High School Musical e animação é Alvin e os Esquilos. Mas a Pixar ousou ao produzir Toy Story 3, que lança em junho nos cinemas, 11 anos após a segunda aventura da trupe dos brinquedos.
Ousou, eu digo, pois é um épico definitivo, uma desconstrução da mitologia. E será isso que chegará aos cinemas daqui a 4 meses: um filme sobre perda e ressurgimento. Então, para já acostumando os mais novos com essa obra-prima, a Pixar relança Toy Story. Fica, desde já, a OBRIGAÇÃO de ver essa maravilha nos cinemas, sendo que ele é um dos 50 maiores filmes de todos os tempos, segundo as mídias especializadas (veja bem, eu disse filme, não animação, para os preconceituosos).
A trama é conhecida do grande público. Woody (voz de Tom Hanks) é um brinquedo cowboy que é o preferido de Andy. Junto a ele, vários outros brinquedos adoráveis participam das aventuras criadas por seu dono. Mas então, chega o aniversário de Andy, dias antes sua mudança. E aí chega Buzz (voz de Tim Allen), um brinquedo patrulheiro do espaço, que tem luzes e vários aparatos tecnológicos que fazem a cordinha de voz de Woody parecer obsoleta. Então, Woody sente a dor de perder seu posto e começa a pensar como poderá retomar seu posto de preferido. Ensaia-se então, ao contrário do que se esperava, uma trama adulta sobre perda, ciúmes, superação e, principalmente, amizade.
Devo dizer que perto do balé tecnológico de Wall-E ou das lindas paisagens de Up ou da fantástica e detalhada ilha de Os Incríveis, os efeitos de Toy Story parecem amadores. Mas, para 1995, é um excelente avanço, de se encher os olhos. Apesar disso, o deleite visual, muito presente nas animações atuais (principalmente as da Dreamworks, que se foca no visual), é no talento estrutural de roteiro que o filme se sustenta. A direção de John Lasseter, por exemplo, salvaria qualquer produção do ostracismo futuro. Cheia de identidade, esbanjando a liberdade criativa (certos takes do filme são impossíveis no live-action sem efeitos), Lasseter mostra desde seu primeiro trabalho ao que veio. Mesclando primeira-pessoa, closes, movimentos ágeis de câmera e um domínio de ação fabuloso, Lasseter faz a melhor direção de todos os filmes Pixar, o que é algo de aplaudir.
Outro elemento importante é a trilha sonora, criada pelo mestre Randy Newman. Impossível não se lembrar de “You got a friend in Me”, uma das sinfonias belíssimas do filme. Tudo é memorável e com qualidade imensa. O principal ponto da trilha é realmente ilustrar o que o personagem está sentindo. Os precisos closes de Lasseter já faria bem sozinho, mas a trilha ajuda a tornar perfeito. E, um ponto para a dublagem brasileira, que criou melodias equiparáveis e traduzidas corretamente. Edição, fotografia, design e outros fatores técnicos são ótimos também, mas facilmente ofuscados pelo roteiro emocionante de Toy Story.
O roteiro, escrito por Joss Whedon, Andrew Stanton, Alec Sokolow e Joel Cohen e idealizado pelos homens criativos da Pixar (Lasseter, Andrew Stanton, Pete Docter e Joe Ranft), é o mais denso dramaticamente já criado pra uma animação. A cativante e ágil construção de personagens, destacada pelo excelente início, é um dos grandes motivos por manter Toy Story tão atual. E é interessante notar também que as características humanas de cada personagem, seus sentimentos, são tão bem expostos que mesmo na parte melodramática, não soa piegas. As situações do filme também são muito bem elaboradas, resultando num interessante e enlouquecido mix de gêneros.
Qual exatamente seria o gênero para definir Toy Story ? Um drama de aventura ? Uma comédia de aventura ? Talvez um épico de terror ? Sim, tudo isso pode ser ponderado. Afinal, o drama dos personagens é focado com freqüência, a aventura faz parte da trama toda, o alívio cômico está presente. E o terror ? O terceiro ato inteiro é pontuado por um clima de terror, com direito a um vilão raso e ameaçador, o memorável Sid Phillips, o destruidor de bonecos. Numa média geral, algo agradável é feito, com um filme leve, tocante e, principalmente, revigorante. O excelente final, cheio de emoção (de ação e dramática), causa lágrimas nos olhos.
Sendo assim, podemos claro considerar Toy Story a melhor animação de todos os tempos. E aqui é uma ótima oportunidade pra ver ele em 3D, o que resulta numa experiência positiva ao extremo. O 3D aqui não serviu para compor a história, mas é bonito e vale a pena, ainda mais pelo exímio cuidado que a Pixar teve na mixagem de som, que é simplesmente fantástica e ensurdecedora. Uma experiência e tanto, uma verdadeira imersão, algo memorável. Se tiver filhos, leve-os com pressa. Se não tiver, arranje um tempo em sua agenda e vá ver Toy Story. E comece a se preparar para Junho. Pelos trailers, já dá pra perceber que o angustiante final de Toy Story 2 (uma questão pontuada por toda a franquia, o futuro) vai ser explorado com muita satisfação.
Um parabéns a grande equipe da Pixar, o maior estúdio (ou o mais apaixonado) em Hollywood atualmente. Absolutamente, são gênios. Eles criaram um produto que é uma homenagem á infância verdadeira. Poucos homens tem a sensibilidade de expôr os verdadeiros espíritos infantis, esquecendo os tempos atuais, em que crianças assistem a obras alienadoras e sem relevância artística. Como o excelente Onde os Monstros Vivem, Toy Story é um deleite aos olhos ternos de uma criança ou aos cansados de um adulto. Capaz de emocionar, o filme é brilhante em todos os quesitos. Um triunfo. E gostaria de agradecer a John Lasseter e sua equipe. Esse resenhista, fã absoluto do filme desde o VHS, não podia ter ganho um presente melhor: Seu filme favorito da infância de volta aos cinemas e a corajosa volta de um verdadeiro clássico da 7ª Arte.
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