Ridley Scott após o cultuado, porém a época fracassado Blade Runner, apostou suas fichas nessa produção de fantasia estrelada por Tom Cruise e Mia Sara. A Lenda é a história do rapaz Jack (Cruise), que apaixonado por Lili (Sara) a deixa cometer o maior dos “pecados” desse mundo fantasioso e exagerado. Tocar um unicórnio. Com isso as forças do mal (lideradas por Darkness... que criatividade não?) conseguem encontrá-lo e ao retirarem o chifre do bicho livram o tal mundo do único empecilho para que o “grande vilão” assuma o controle do lugar.
Plot medíocre, atuações pífias e narrativa truncada e morosa.
Cruise em início de carreira é tão caricato quanto um ator de peça infantil, e Sara passa o tempo dela de tela tentando causar a impressão no público de que está sempre deslumbrada.
Mas o pior é o diretor. Scott que vinha de três filmes classudos, com visual no mínimo deslumbrante, fotografia caprichada e uma alta dose de lirismo e poesia na composição das imagens. Pois bem, em A Lenda tudo isso está lá. O crítico Ronald Bergan, no livro “Guia Ilustrado Zahar Cinema” diz que “a fantasia A Lenda (1985) lembra comercial de papel higiênico”. A estética é bastante semelhante as peças de publicidade que mostram lugares intocados pelo “mal”, puros, belos, iluminados e santificados.
A primeira meia hora do filme, verdadeiramente parece ser passada num comercial de TV,só faltou as Quatro Estações de Vivaldi, para estarmos diante do comercial de “Vinólia”.
O mesmo vale para as caracterizações dos personagens, a menina pura e inocente (perfeita, pura, doce, bonita) o jovem e intrépido herói, a fada mezzo Sininho mezzo elfo, os parceiros cômicos e a horda de vilões cruéis e sádicos.
Não caio na vala comum de considerar uma fábula (que é o que A Lenda é) deva primar pela tridimensionalidade de seus personagens, pois isso não se enquadra nos mitos que influenciaram o filme (e uma infinidade de outros). Tais mitos, lendas e contos, são em sua enorme maioria contos morais, que eram apresentados ao povo como forma de “passar uma mensagem”.
Porém, é imprescindível que mesmo com a falta de tridimensionalidade, a história tenha pelo menos personagens interessantes e aventura decente.
Infelizmente A Lenda é muito deficiente nesses dois quesitos. Os personagens são uma sucessão de clichês mal realizados e a aventura beira a juvenil de tão “bobinha”. A construção e principalmente o visual do vilão, é copiado do desenho Fantasia da Disney, que por sua vez foi copiado também pela bobagem divertida Tenacious D, com Jack Black.
A Lenda no máximo, passa como uma Sessão da Tarde assistível. Isso se seu DVD estiver quebrado, ou o controle da TV sem pilhas.
A Lenda em Imagens
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