quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Perfil Sylvester Stallone - Anos 90 (A década perdida)

Anos 90. A década perdida de Sly Stallone.


Após os sucessivos fiascos do fim da década Sly entra na nova década com algum sério problema de amnésia. Ele volta a achar que pode ser engraçado e entrega o MEDONHO Oscar, Minha Filha Quer Casar !. O que é isso ? Que coisa mais tosca. Sly é Angelo "Snaps" Provolone (sim, o cara tem nome de queijo), e é um mafioso que tem sua vida chacoalhada quando sua filha Lisa Provolone (Marisa Tomei, na pior atuação de sua vida), aparece grávida, ao mesmo tempo em que ele está tentando sair da vida da máfia e passar a operar na legalidade. Essa porcaria ainda conta com o Tim Curry e a lindíssima Ornella Mutti. Por que John Landis fez isso ? Por que ? A história é fraquinha , ou melhor, é muito fraquinha. No meio dele você não faz mais a menor idéia do que está vendo. Não é por acaso que foi indicado a três Framboesas de Ouro.


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Poderia Sly chegar mais fundo do que com Oscar ? Sim... poderia. Pare, Senão Mamãe Atira.


Pare Sly... Pare... Não faça mais isso. O próprio Stallone admitiu que esse é a maior bobagem que ele já fez na vida. E com toda razão. A história (sim, existe uma coisa que pode se dizer que é uma história) é sobre o Sargento Joe Bomowski (Stallone em atuação medonha) e sua relação com sua idosa mamãe (vivida por Estelle Getty, totalmente esquizofrênica) que vem morar com o nosso herói. Ela, obviamente, interfere na vida do cara e em sua relação com seu affair, a tenente Gwen Harper (JoBeth Williams, que esqueceu tudo o que sabia fazendo Polterigeist).


Roger Spottiswoode que vinha do sucesso de Air America, teve a coragem de assinar o filme.


Um filme tão fantástico teria de ter sido premiado, e foi , 3 framboesas: Ator (Sly), Atriz Coadjuvante (Estelle Gerry) e Roteiro (MARQUEM ESSES NOMES: Blake Snyder que fez depois o execrável Cheque em Branco, William Osborne e William Davies que fez o péssimo Johnny English e a animação boba Por água Abaixo)


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1993, e Sly chega com Risco Total. Sua volta ao cenário que mais conhece, o cinema de ação puro e simples. Nesse filme Stallone é Gabe Walker um escalador que um ano após se envolver em um acidente fatal volta a mesma montanha que o traumatizou contratado para resgatar cinco alpinistas perdidos nas montanhas. Porém no meio da busca, sua namorada e seu melhor amigo são sequestrados por um terrorista (John Lithgow que realmente convence como terrorista bad ass), que por sua vez está interessado em Gabe para liderar sua gangue atrás de uma "bolada" de 100 milhões de dólares que está atrás das montanhas. Depois da era Rocky/Rambo/Cobra, Risco Total é o melhor filme de Sly. Renny Harlin faz desse filme uma injeção de adrenalina na veia. As tomadas na montanha são excelentes, e prova-se mais uma vez que Stallone em seu habitat natural sempre desempenha um bom papel. Filmaço !


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Ainda em 93, Sly apresenta o bem humorado, mais fraquinho O Demolidor. Além de Stallone, Wesley Snipes estrela nessa produção dirigida pelo famigerado Marco Brambilla, que só fez esse filme e aquele Excesso de Bagagem com Alicia Silverstone.


Nessa película, Stallone é John Spartan um policial motherfucker de Los Angeles no final do século vinte que ao perseguir seu nemesis, o psicopata retardado Simon Phoenix acaba acidentalmente (!?) matando 30 pessoas que eram mantidas reféns por Phoenix. Como pena, Spartan é criogenicamente preso por 70 anos, juntamente a Phoenix que fora capturado por Spartan. Trinta e seis anos depois Phoenix é solto e somente o troglodita Spartan pode combatê-lo.


A graça do filme é que ao contrário de dezenas de filmes que versam com as mesmas palavras, O Demolidor apresenta uma visão de futuro utópica e digamos, bestinha. Nessa chamada sociedade perfeita, o crime foi extinto e todos os padrões sociais diferentes foram banidos, ou seja, desde música até comida, tudo passa por um rigoroso código de conduta moral. O filme apesar de bobinho tem boa ação, e cenas impagáveis, como o uso das três conchas, Sly xingando para receber multas e por sua vez limpar sua bunda (bizarrrrroooo), e a rádio que só toca jingles.


Mais a melhor cena, é sem dúvida a mais bizarra e tosca cena de sexo da história do cinema. Não só pela questão do sexo ser mental e não fisico, mas pela interpretação medíocre de Sly.


Apesar da história batida, talvez seja a melhor comédia do Stallone. É uma sessão da tarde engraçadinha.


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Em 94, Sly estrela em O Especialista junto a Sharon Stone ( a deusa da década ). Esse filme tinha um tremendo potencial para ser um filmaço ! Mais naufragou totalmente.


No filme Stallone vive Ray Quick, um especialista ex-CIA (daí o nome hã hã) em explosivos que é tirado da aposentadoria pela deliciosa Sharon Stone (péssima como May Munro) em sua vingança contra uma família mafiosa que matara seu marido anos atrás. Ao mesmo tempo em que seu ex-parceiro (James Woods pagando as contas) busca vingança contra Quick.


Como disse, um potencial enorme arruinado. Tenho alguns motivos para esse fracasso: Rod Steiger que vive o vilão do filme está horrível. Talvez a pior atuação do veterano ator com atuações memoráveis em: Leão do Deserto, Jesus de Nazaré, Waterloo, No Calor da Noite entre muitos outros. Outro motivo: o combo Sly/Stone não funcionou. Não existia química e como sempre, Sly não sabe atuar como o garanhão comedor da mulherada. Ele simplesmente não convence. Terceiro motivo: Luis Llosa , o diretor. Um cara que tinha no currículo: Hour of the Assassin estrelado pelo Erik Estrada (o Poncherello dos Chips), Crime Zone (um pastiche de filme sci-fi estrelado por David Carradine), Sniper (reprisado a exaustão na Globo/SBT com Tom Berenguer, e que teve umas trezentas sequencias), Eight Hundred Leagues down the Amazon (com uns dos Baldwin brothers no elenco) e Fire on the Amazon (aquele filme com a Sandra Bullock na Amazonia onde ela aparece pelada). Depois Llosa faria o clássico trash Anaconda. Ou seja, o cara é uma porcaria. Todos esses "probleminhas" resultaram em: dois premios Framboesa de Ouro (Sharon como pior atriz e Sly e Stone como pior casal), e ainda mais três indicações (pior filme, ator para Sly e ator coadjuvante para Rod Steiger). Enfim, um sucesso !


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Antes do boom das adaptações de quadrinhos, Sly estrelou sua própria tentativa de franquia. O Juiz, adaptação dos quadrinhos Judge Dredd. Honestamente, não conheço a fundo os quadrinhos originais mas do pouco que sei, Sly e produção fizeram algumas mudanças no cerne do personagem. Por exemplo: O Juiz Dredd nunca teve uma origem, e no filme conta-se essa origem. Juiz Dredd nunca tirou seu capacete em nenhuma edição dos quadrinhos e no filme temos mais de 2/3 do filme com Sly sem capacete. Ou seja, não foi um filme do Juiz Dredd e sim mais um filme de ação de Sly. E um filme fraco. A ação é repetitiva, Ashley Judd (fazendo o papel de par romântico) não convence, Max Von Sidow tem talvez seu pior papel e Armand Assante parece estar atuando sob efeito de alguma droga, tal é sua fúria sem sentido. Em toda cena em que Assante está presente você sempre vê seus olhos injetados, sua boca travada e sua voz de caveira que acabou de sair da cova. Desnecessário.


Sobre a história: é fraca. O roteiro exige que desliguemos a chave geral de nossos cérebros, e pra mim, isso não funciona.


Curiosidades: Sly foi indicado (novamente) como pior ator ao Framboesa, Gianni Versace (ele mesmo) foi um dos responsáveis pelos figurinos (muito bons mesmo) do filme. E tem Rob Schneider, ou seja , atestado de porcaria.


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No mesmo ano, mais uma boa idéia jogada pela janela, graças a incompetência dos envolvidos. Sly + Banderas = lixo ! Assassinos, um dos maiores equivocos da década de noventa. Julianne Moore quase acaba com sua reputação com esse filmeco classe b. Nessa bomba Sly é Robert Rath, um assassino profissional que está querendo se aposentar e enfrenta um novato (Banderas péssimo) que pretende matá-lo.


Sly novamente indicado (no mesmo ano duas vezes) a pior ator, Banderas esquecendo tudo o que aprendeu atuando com Almodovár e Julianne Moore atuando no automático, esperando receber seu cheque e ir pra casa. Pastiche de filme.


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Em 1996, Sly volta as telas como Kit Latura no bom filme de ação Daylight. No filme após o desabamento de um túnel , Stallone é o encarregado do salvamento das pessoas que se encontram presas. Sly, mesmo atuando no automático, entrega um personagem humano e interessante. O filme apesar de não ser nenhuma maravilha o filme convence em muitos momentos, em especial quando abusa da ação. Viggo "Aragorn" Mortensen faz uma ponta.


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No ano seguinte, Sly estrela o que muitos consideram seu melhor filme. CopLand. A história se passa em um cidade-dormitório para policias de Nova Iorque e Nova Jérsei. A força policial nessa cidade é o xerife Freddy Heflin, um sujeito que sempre quis ser policial mais nunca conseguiu. Freedy é surdo de um ouvido, obeso e parece ter algum tipo de retardamento mental. Sly toma o personagem com força e nos entrega talvez sua melhor atuação. Seguro, honesto, verdadeiro, real e humano. Um brilhante trabalho de composição de personagem e de interpretação de Stallone, que foi brilhante mente dirigido por James Mangold (também roteirista) e teve a boa companhia de Ray Lliota, Robert DeNiro e Harvey Keitel como coadjuvantes. CopLand prova que quando Sly é bem dirigido e tem vontade sempre entrega uma excelente interpretação. TRAILER:





Já tendo se aveturado pelas adaptações de quadrinhos, Sly parte para a nova "moda" americana. As animações computadorizadas. Em 1998, ao lado de Woody Allen, Gene Hackman, Danny Glover, Anne Bancroft, Sharon Stone e muitos outros estrela Formiguinhaz. Nessa animação da Dreamworks Sly vive Weaver uma formiga guerreira que troca de lugar com Z (o personagem principal com voz de Woody Allen), que envolve-se em uma batalha pela sobrevivencia da colônia. Apesar de apresentar um tom ligeiramente adulto, contar com a voz do recluso Woody Allen e de um elenco coadjuvanete espetacular , Formiguinhaz é apenas divertido. Diferente da excelencia das animações Pixar, Formiguinhaz carece da magia que a "turma" de John Lasseter imprime em cada fotograma.


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Stallone encerra a década e milênio estrelando o remake do clássico filme inglês da década de setenta Get Carter, aqui chamado de O Implacável. Nessa produção B (diferente do cult original) Sly é Jack Carter um "trabalhador" da máfia de Las Vegas que investiga o suposto assassinato de seu irmão em Seattle. Apesar dos ecos de Cobra, O Implacável é um filme fraco. Tanto em suas atuações (Sly muito mal, Michael Caine querendo "queimar" o filme) quanto na medíocre direção de Stephen T.Kay . Aproveita-se apenas das bem exceutadas cenas de ação.


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Na próxima parte, o renascimento de Stallone com Rocky, a sanquinolência de Rambo, as bobagens com Rodriguez e os novos projetos de Sly.


Abraços !


Links para os posts anteriores:


Parte 1
Parte 2


 

4 comentários:

  1. cara eu nao tenho o que
    falar dele .
    cara e bm de mas.

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  2. Excelente perfil do Sly, Alexandre. Concordo contigo: a década de 90 foi perdida para o cara. Entretanto, confesso ter um certo carinho pelos filmes Risco Total e Demolidor, pois foram um dos primeiros filmes de ação que vi na telona (até então, eu ainda me encontrava no esquema Trapalhões e filmes da Disney). Lerei as duas primeiras partes e fico no aguardo para a quarta e derradeira parte.

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  3. Luiz: Eu também gosto do cara, acho que as vezes ele faz umas "cagadas" mais no contexto geral eu sempre vejo os filmes dele.




    Vanderson , o Sly consegue fazer com que agente goste de muitos filmes ruin dele rsr. Na segunda parte falei do Falcão, Campeão dos Campeões que é um filminho ruim mais que gosto. Risco Total eu gosto bastante, Demolidor eu gosto mais como comédia do que como ação...

    Abraços.

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  4. Gosto muito da trilogia Rambo, já devo ter visto umas 15 vezes cada filme..rs..
    Estou no aguardo de Os Mercenários, espero q seja bom!
    Abs! Diego!

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