Mais uma contribuição ao blog Fotograma Digital.
Minha grande amiga Ana Carolina Costa (de Jundiaí para o mundo) dona do blog Dedos de Prosa (http://www.dedode-prosa.blogspot.com/) também faz parte da "equipe" do blog.
Para começar sua participação, ela nos brinda com uma resenha do filme vencedor da Palma de Ouro em Cannes no ano passado, Entre os Muros da Escola um filme a ser descoberto.
Abraços.
(Entre Les Murs - 2008)
128 minutos - Drama
Direção: Laurent Cantet
Roteiro: Robin Campillo, Laurent Cantet e François Bégaudeau
Com: François Bégaudeau
O Filme “Entre os Muros da Escola” é um filme provocativo que mostra uma realidade dura dentro de uma escola pública na periferia de Paris.
Ao mesmo tempo, faz com que pensemos como poderíamos mudar essa situação. O filme deixa claro como a maioria dos professores subestima os alunos. Estes, já acostumados com a idéia de que os professores não se importam com eles, já tem uma posição de defesa dentro da sala de aula.
Há uma grande diversidade cultural e isso gera grandes problemas, que vão muito além da natural rebeldia de adolescentes, envolvem costumes e diferenças culturais.
Isso faz com quem esses jovens não tenham tanto entusiasmo em aprender, o que é errado, pois o ser humano precisa do outro, a presença do outro é muito importante para o desenvolvimento e aprendizado do indivíduo. As relações sociais são muito importantes em todos os lugares e principalmente dentro da sala de aula.
O filme caracteriza os modelos de educação formal, com avaliação, carteiras alinhadas, horário de intervalo etc. O professor François tenta de todas as maneiras ajudar os alunos, fazendo com que se sintam capazes, valorizando seus trabalhos, tentando conhecer seus alunos, mesmo que os outros professores estivessem sempre tentando desanimá-lo.
Porém ele não pode ser visto como herói, uma vez que também teve seus deslizes, mas não podemos negar que ele se preocupa o tempo inteiro em estimular o conhecimento do aluno, e não apenas passar a lição de casa, como muitos outros professores fazem. Muito mais que simplesmente dar aulas, ele tenta fazer com que os alunos participem. O que acontece com o Souleymane, é o que realmente acontece nas escolas tradicionais, apesar de François ter tentado ajudá-lo até o último momento.
O filme mostra como as vidas daqueles adolescentes convergem para a sala de aula e como suas experiências implicam em seu aprendizado. Porém muitos deles têm receio de receber ajuda, talvez pelos seus modos de vida ou simplesmente por não estarem acostumados com um professor com essa intenção.
As cenas finais, da sala de aula vazia, bagunçada, e os alunos jogando bola com os professores, a meu ver, foi uma maneira que os professores encontraram de interagir com os alunos. Na sala de aula, os professores não conseguiam se impor, e jogando bola foi uma maneira de estarem mais perto desses alunos.
Desse modo eles poderiam se sentir mais confiantes na presença do professor, e aceitar melhor a ajuda dos mesmos. O filme critica a relação dos professores com os alunos dentro da sala de aula e nos faz pensar como podemos melhorar isso.
TRAILER:
Ana Carolina Costa
Radialista e futura Pedagoga
De fato, a falta de interesse além do ABC não é só a realidade do nosso país.
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