terça-feira, 8 de setembro de 2009

Resenha: Violência Gratuita

Violência Gratuita
(Funny Games U.S. - 2007)
111 min. - Suspense

Direção: Michael Haneke

Roteiro: Michael Haneke

Com: Naomi Watts, Tim Roth, Michael Pitt, Brady Corbet e Devon Gearhart


Violência Gratuita é diferenciado. Nenhum diretor foi maluco a ponto de mostrar uma história dessas. Criativo, tenso, maluco de dar dó, brutal e, por vezes, divertido. Cinéfilos e ruins da cabeça irão adorar esse filme.


O elenco de Violência Gratuita atua muito bem. Tim Roth está soberbo, Devon Gearhart está bem, Naomi Watts é fantástica e, uma das melhores atrizes do momento e Brady Corbet assusta como um dos irmãos sádicos. Mas o cara (e quando digo o cara, é porque ele é muito cool) é Michael Pitt. Ele faz um dos melhores psicopatas da história do cinema. Ele é a sintaxe do vilão cool. Desequilibrado, enlouquecedor, medonho, sádico e engraçado, Michael Pitt é o melhor ator do filme.


A história da trama também é diferenciada: Ann (Naomi Watts) é uma mãe dedicada que vai pra casa de campo com seu filho Georgie (Devon) e seu marido George (Tim Roth). Lá, eles encontram Paul (Pitt) e Peter (Brady), dois irmãos que vão lá para pedir ovos. Ao longo do tempo, eles fazem a família de refém para seus jogos sádicos.


A melhor qualidade de Violência Gratuita é, sem dúvida, a calma. A calma na direção de Haneke é excessiva e é até perturbadora em alguns pontos. Por exemplo: em uma cena, ele exagera tanto na calma que algo importante acontece na sala. Enquanto o público se descabela pra ver o que ocorreu, ele filma com toda a calma do mundo Paul, que está na cozinha! Haneke trabalha o tempo todo com esse fogo do público, ávido pelo cinema violento de ação, que não tem paciência em saber o que houve e nem de entender o que houve. Segundo a crítica de Haneke nesse filme, o público gosta de tudo mastigado. E não deixa de ser um pouco de verdade, já que esse filme é apenas pros cinéfilos. Não é á toa que não pagou nem seu baixíssimo orçamento de 15 milhões. Não é um filme para as massas.


Tecnicamente, o filme é insano, diferente de tudo já feito. Roteiro ácido, direção calma, enredo tenso e sem censura, ambiente claustrofóbico, fotografia despercebida e o mais insano: trilha sonora NULA. Sim, não tem música. Você tem que ver o filme só se concentrando nas ações dos protagonistas. Outro vício do cinema de ação que Haneke inibe. Por acaso você não se embala pela trilha sonora, com Tom Cruise ou qualquer outro action hero atirando com duas pistolas???


Filme tenso, recomendado apenas para adultos. Sem querer ofender, mas um menor que não seja cinéfilo (sou menor, mas sou cinéfilo) fundirá o cérebro vendo esse filme. É pesado demais e algo que o cara tem que ver sozinho. Não rola se for com a família.


Um filme pra se ver e rever e umas das maiores surpresas da 7ª arte, criando um novo cult do século 21.


TRAILER:



 

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